segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A CADELA

La chienne (1931)
Jean Renoir

Maurice Legrand, humilde funcionário de uma empresa de tecidos, é um homem tímido e sem amigos. Infeliz em seu casamento com Adèle, uma mulher controladora e autoritária, viúva de um herói de guerra, ele encontra alívio na arte de pintar.

Certo dia, ao ver uma mulher na rua sendo espancada por um homem, ele enfrenta o agressor em defesa da jovem agredida. Ela se chama Lucienne Pelletier, mas é conhecida pelo apelido de Lulu. Na verdade, trata-se de uma prostituta que vive sendo explorada por um cafetão de nome André Govain, mais conhecido como Dédé.
Desconhecendo a vida que ela leva, principalmente que o homem que a agredira é seu cafetão, Legrand logo se apaixona pela jovem. Seu amor é tão grande que ele chega a roubar o patrão para atender aos seus caprichos, sem imaginar que todo o dinheiro que ela consegue arrancar dele acaba nas mãos do cafetão.

Lulu diz admirar as pinturas de Legrand e, por consequência, ele lhe presenteia com diversas telas. No entanto, persuadida por Dédé, ela consegue vendê-las a um negociante de artes que se impressiona com o trabalho. Ao descobrir o que está realmente acontecendo, o apaixonado Legrand a perdoa.
Algum tempo depois, o primeiro marido da Sra. Legrand, que se acreditava morto no campo de batalha, reaparece. Feliz, Legrand sai de casa para se juntar à Lulu. Ele a encontra nos braços de Dédé, descobrindo toda a verdade sobre a prostituta e o cafetão. No dia seguinte, transtornado, volta a procurá-la e, num acesso de raiva, a mata brutalmente. No entanto, o crime é atribuído a Dédé, que termina condenado e executado.
Legrand torna-se um vagabundo, enquanto seus quadros circulam a altos preços.

Baseado num romance de Georges de La Fouchardière, “A Cadela” é um excelente filme do grande cineasta francês Jean Renoir, que também co-assina o roteiro. Sua trama gira em torno de um triângulo amoroso marcado por ciúmes e tragédia.
Partindo de um roteiro coeso, Renoir conduz o filme com maestria do início ao fim, mantendo o espectador atento aos mínimos detalhes. Assim, ele mostra por que viria a se tornar um dos grandes expoentes do cinema mundial.
No elenco, Michel Simon está muito bem no papel de Legrand, mas o grande destaque fica por conta de Georges Flamant, no papel do cafetão Dédé.


Nenhum comentário :