quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

POR MIM

por Álvares de Azevedo

Teus negros olhos uma vez fitando 
Senti que luz mais branda os acendia, 
Pálida de langor, eu vi, te olhando, 
Mulher do meu amor, meu serafim, 
Esse amor que em teus olhos refletia... 
Talvez! - era por mim? 

Pendeste, suspirando, a face pura, 
Morreu nos lábios teus um ai perdido...
 Tão ébrio de paixão e de ventura! 
Mulher de meu amor, meu serafim, 
Por quem era o suspiro amortecido? 
Suspiravas por mim?

... Mas... eu sei!... ai de mim? Eu vi na dança 
Um olhar que em teus olhos se fitava... 
Ouvi outro suspiro... d´esperança! 
Mulher do meu amor, meu serafim, 
Teu olhar, teu suspiro que matava... 
Oh! não eram por mim

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