quarta-feira, 27 de novembro de 2013

ANIVERSARIANTES DO DIA


BRUCE LEE
(Lee Jun-fan)

27 de novembro de 1940





JIMI HENDRIX
( James Marshall Hendrix)

27 de novembro de 1942




quinta-feira, 14 de novembro de 2013

MILLÔR

DICIONÁRIO IRREFLETIDO

* Abacate: Com açúcar, é considerado a fruta mais doce do Brasil.


• Academia: Organização fundada, dizem, por Platão e seus amiguinhos filósofos, quando encontraram um jardim (de Academus, claro) onde podiam ensinar, sobretudo à garotada, altas ideias, e gostosas marginalidades. (Viicionario irrefletivode Sócrates. Ou não vide.) 

• Ano: Trezentos e sessenta e cinco dias. E seis horas de lambuja.

• Antropometria: Se Protágoras estava certo quando dizia (num desvairado antropomorfismo) que o homem é a medida de todas as coisas, então o pênis dele era o sistema métrico.

• Crase: "A crase não foi feita pra humilhar ninguém." (Ferreira Gullar) A crase não existe no Brasil. É uma invenção de gramáticos. Nunca ouvimos ninguém falando com crase.

• Descrente: Indivíduo que crê piamente na descrença.

• Especialista: O que sabe cada vez mais sobre cada vez menos. Com a descoberta da nanociência, infinitamente menos sobre infinitamente mais.

• Fé: Está bem que você acredite em Deus. Mas vai armado.

• Grafite: "Eu odeio grafites!" (Grafite em Roma)

• História: Uma coisa que não aconteceu contada por alguém que não estava lá.

• Ideologia: Bitola estreita para orientar o pensamento. Não existe pensador católico. Não existe pensador marxista. Existe pensador. Preso a nada. Pensa, a todo risco. A ideologia leva à idolatria, à feitura e adoração de mitos. E, finalmente, ao boquete ideológico.

• Justiça: Sistema de leis legalizando a injustiça.

• Lapidar: Verbo antigamente usado para atirar pedras em mulheres adúlteras. Hoje, desmoralizado no ocidente como punição, serve como prêmio e alto elogio: "Teu artigo, escritor, é lapidar". Também usado nos cemitérios (nas lápides) para elogios fúnebres. Não há canalhas nos cemitérios.


CIRCULA NA NET


IGGY AND THE STOOGES


terça-feira, 12 de novembro de 2013

POUCO ME LIGANDO


de Sérgio Rubens Sossélla


estou pouco me ligando
em atingir o universal
basta-me a gostosidade
de que o meu quintal é meu
e nele eu canto de galo

FABRÍCIO CARPINEJAR


Adorável Canalha 


domingo, 10 de novembro de 2013

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

FERNANDO PESSOA


Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir.

Viver é não conseguir.


Fernando Pessoa, 14-6-1932

OS PÁSSAROS

TRAILLER


FOTOS


 NO QUINTAL DA DONA ZEFA







fotografias de Ricardo Silva

CABEÇA DE PEDRA


Chumbo quente

Abriu a cortina, era noite, e todas as imagens de Exu gargalharam. Ninguém sabia daquilo, mesmo porque morava sozinho no sobrado abandonado. A chama da vela tremeu. Ele se arrepiou. Estava pronto. Saiu protegido pela capa da noite. O coração era uma pedra de gelo. Sabia o que tinha de fazer. Não podia adiar um minuto, senão seria enterrado pela culpa de não ter agido. Viu o carro do boy estacionado na casa de mais uma que enganava. Quando abriu a porta do motorista o soco inglês quebrou-lhe a mandíbula e ele desmaiou. Levou o corpo coberto de grifes para o sobrado. Escondeu o carro. Amarrou o sarado e tatuado. Vedou-lhe a boca e esperou acordar. Dois olhos arregalados de pavor. O maçarico derreteu o chumbo. Ele despejou devagar nos olhos abertos a força. O verde desapareceu. Ele então lembrou da filha usada, desprezada e humilhada. Pulsos cortados. Vida ceifada. Depois que deixou a encomenda na frente da casa dos pais dele, voltou a pé. Estava tranquilo. Subiu a escada de madeira. Entrou no seu quarto. Na frente do altar fez o sinal da cruz para todos os santos ali presentes. Dormiu como um anjo.