terça-feira, 26 de agosto de 2008

BILLIE HOLIDAY

LADY SINGS THE BLUES

Billie Holiday (Filadélfia, 7 de Abril, 1915Nova Iorque, 17 de Julho, 1959), Lady Day para os fãs, é por muitos considerada a maior de todas as cantoras do jazz.

Nascida Eleanor Fagan Gough, foi criada em Baltimore por pais adolescentes. Quando nasceu, seu pai, Clarence Holiday, tinha quinze anos de idade e sua mãe, Sara Fagan, apenas treze . Seu pai, guitarrista e banjista, abandonou a família quando Billie ainda era bebê, seguindo viagem com uma banda de jazz. Sua mãe, também inexperiente, freqüentemente a deixava com familiares.

Menina americana negra e pobre, Billie passou por todos os infortúnios possíveis. Aos dez anos foi violentada por um vizinho, e internada numa casa de correção. Aos doze, trabalhava lavando assoalhos em prostíbulo e aos catorze anos, morando com sua mãe em Nova York, caiu na prostituição.

fotografada por Carl Van Vechten
Sua vida como cantora começou em 1930. Estando mãe e filha ameaçadas de despejo por falta de pagamento de sua moradia, Billie sai à rua em desespero, na busca de algum dinheiro. Entrando em um bar do Harlem, ofereceu-se como dançarina, mostrando-se um desastre. Penalizado, o pianista perguntou-lhe se sabia cantar. Billie cantou e saiu com um emprego fixo. Billie nunca teve educação formal de música e seu aprendizado se deu ouvindo Bessie Smith e Louis Armstrong.
Billie Holiday fotografada por Carl Van Vechten.
Após três anos cantando em diversas casas, atraiu a atenção do crítico John Hammond, através de quem ela gravou seu primeiro disco, com a big band de Benny Goodman. Era o real início de sua carreira. Começou a cantar em casas noturnas do Harlem (Nova York), onde adotou seu nome artístico. Cantou com as big bands de Artie Shaw e Count Basie. E foi uma das primeiras negras a cantar com uma banda de brancos, em uma época de segregação racial nos EUA (anos 30). Consagrou-se apresentando-se com as orquestras de Duke Ellington, Teddy Wilson, Count Basie e Artie Shaw, e ao lado de Louis Armstrong. Billie Holiday foi uma das mais comoventes cantoras de jazz de sua época. Com uma voz etérea, flexível e levemente rouca, Sua dicção, seu fraseado, a sensualidade à flor da voz, expressando incrível profundidade de emoção, a aproximaram do estilo de Lester Young, com quem, em quatro anos, gravou cerca de cinqüenta canções, repletas de swing e cumplicidade.Lester Young foi quem lhe apelidou "Lady Day". A partir de 1940, apesar do sucesso, Billie Holiday, sucumbiu ao álcool e às drogas, passando por momentos de depressão, refletindo em sua voz. Pouco antes de sua morte, Billie Holiday publicou sua autobiografia em 1956, Lady Sings the Blues, a partir da qual foi feito um filme, em 1972, tendo Diana Ross no papel principal.
fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

FERNANDO PESSOA

Do Livro Do Desassossego
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Qualquer deslocamento das horas usuais traz sempre ao espírito uma novidade fria, um prazer levemente desconfortante. Quem tem o hábito de sair do escritório às seis horas, e por acaso saia às cinco, tem desde logo um feriado mental e uma coisa que parece pena de não saber o que fazer de si.
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Saudades! Tenho-as até do que me não foi nada, por uma angústia de fuga do tempo e uma doença do mistério da vida. Caras que via habitualmente nas minhas ruas habituais — se deixo de vê-las entristeço; e não me foram nada, a não ser o símbolo de toda a vida.
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Tenho a náusea física da humanidade vulgar, que é, aliás, a única que há. E capricho, às vezes, em aprofundar essa náusea, como se pode provocar um vômito para aliviar a vontade de vomitar.
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sábado, 23 de agosto de 2008

SAM PECKINPAH

David Samuel Peckinpah, mais conhecido como Sam Peckinpah (Fresno, 21 de fevereiro de 1925Inglewood, 28 de dezembro de 1984) foi um diretor, produtor e roteirista de cinema americano.Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original, por Meu Ódio Será Sua Herança (1969).
Sam Peckinpah

Foi chamado de o "poeta da violência", devido ao seu modo peculiar de filmar em "câmera lenta" as cenas mais violentas, que em seus filmes são inúmeras mas sempre dentro de um contexto estético. Descendente de índios paiutes e formado em Arte Dramática, Peckinpah começou sua carreira em 1954, como escritor de diálogos no filme Rebelião no presídio, de Don Siegel. Paralelamente, ele se tornou ator realizando pequenas participações em filmes e seriados. Levado para a televisão, escreveu roteiros para seriados conhecidos como Gunsmoke, The Rifleman e The Westerner. Estreou como diretor de televisão em Lança partida, dirigindo depois vários capítulos de outras séries televisivas. Foi só em 1960 que ele escreveu o roteiro para um faroeste que seria filmado como A face oculta, estrelado por Marlon Brando. Consagrou-se como um dos mais vigorosos e hábeis cineastas estadunidenses pela utilização estética da violência e da brutalidade na maioria das suas obras. Ele desenvolveu um cinema cheio de realismo, onde a característica principal não era a violência que os filmes continham e sim a forma como ele a manipulava em função de seus personagens. Mas a grande contribuição de Peckinpah foi na concepção de um cinema moral (não moralista) que buscou pensar a tomada de decisão, as escolhas éticas e todas as perturbações daí decorrentes. Seu diálogo está em linha direta com o western anterior, marcado por uma certa ingenuidade moral, notadamente naquelas obras de John Ford. Em Peckinpah o mundo está deserdado de seus mitos redentores, os homens se deparam com a crise histórico-social em processo e ascensão da sociabilidade capitalista. Um forte exemplo disso está em sua obra máxima, The wild bunch (Meu ódio será sua herança). Ali, o contexto é aquele da formação das grandes fortunas, numa acumulação primitiva de capital perpetrada pelos famosos "Barões bandidos". Nessa acumulação, os indivíduos que não souberam acompanhá-la caem para as margens, lutando contra a nova tecnologia de guerra e os novos meios de gestão com um código de conduta pré-capitalista. Ele morreu aos 59 anos de idade em um hospital de Los Angeles, depois de ter sofrido um ataque cardíaco no México, onde passava as férias com a mulher, a atriz Begona Palácios e a filha Guadalupe. O mundo perdia, naquele momento, um dos maiores cineastas de sua história, aquele que teve coragem de romper com a pasmaceira do cinema industrial americano sem medir as conseqüências. * Filmografia (diretor)

The Osterman Weekend ("O casal Osterman" [BR], 1983) Convoy ("Comboio" [BR], 1978)

Cross of Iron ("A cruz de ferro" [BR], 1977)
The Killer Elite ("Elite de assassinos" [BR]; "Assassino de élite" [PT], 1975) Bring Me the Head of Alfredo Garcia ("Traga-me a cabeça de Alfredo Garcia" [BR], 1974)
Pat Garrett & Billy the Kid (idem [BR], 1973)
The Getaway ("Os implacáveis" [BR], 1972) Junior Bonner ("Dez segundos de perigo" [BR], 1972)

Straw Dogs ("Sob o domínio do medo" [BR], 1971)

The Ballad of Cable Hogue ("A morte não manda recado" [BR], 1970)

The Wild Bunch ("Meu ódio será sua herança" {BR}, 1969)

Major Dundee ("Juramento de vingança" [BR], 1965) Ride the High Country ("Pistoleiros do entardecer" [BR], 1962) The Deadly Companions ("Parceiros da morte" [BR], 1961) *Prémios Recebeu uma nomeação ao Óscar de Melhor Argumento Original, por "The Wild Bunch" (1969).

fonte: Wikipédia

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O PLANETA SELVAGEM

Numa época onde reina a animação tridimensional criada em computadores, é refrescante assistir um filme quase artesanal como O Planeta Selvagem, longa-metragem tcheco-francês dirigido em 1973 pelo estreante René Laloux (que mais tarde faria Les Maîtres du Temps), e agraciado com o Prêmio Especial do Júri do Festival de Cannes daquele mesmo ano. Num planeta chamado Ygam, vivem os Draags, raça de gigantes azuis de mais de dez metros de altura. Seres humanos, resgatados de uma Terra devastada, servem de animais de estimação para as crianças Draag. O Planeta Selvagem conta a história do humano Terr, e através dele vamos descobrindo a civilização ao mesmo tempo estranha e familiar do povo Draag. O planeta selvagem do título é um satélite de Ygam, para onde viaja a consciência dos Draags durante a meditação, uma atividade sagrada para eles. Lá acontece um fenômeno mágico fora do alcance e da compreensão dos humanos - até que Terr e sua tribo, ao final da história, descobrem o segredo e o usam como arma de libertação. Baseado num romance de Stefan Wul, Oms en Série, o filme apresenta uma animação simples e pouco fluida, mas com desenhos de sombreados detalhados e backgrounds imaginativos. Uma planta sádica que mata passarinhos só por diversão e um tamanduá voador que come humanos em vez de formigas são somente dois exemplos entre muitos numa flora e fauna alienígena divertida e desconcertante.Stefen Wul (pseudônimo do dentista e escritor francês Pierre Pairault) escreveu vários livros de sucesso no gênero da ficção-científica, entre eles Niurk, sobre um mundo submerso, e Le Temple du Passé, sobre um alienígena humanóide que é engolido por uma baleia na Terra e mais tarde resgatado por gente que acredita ter encontrado um sobrevivente da Atlântida. Mas sua obra só ganhou grande repercussão graças à versão animada de O Planeta Selvagem (nos EUA, o filme chamou-se Fantastic Planet). A ficção-científica é aqui muito mais ficção que científica, e as maravilhas tecnológicas dos Draags não são explicadas e passam por vezes para o terreno da fantasia. A narrativa de O Planeta Selvagem é simples, quase em tom de fábula. Pouco a pouco, vamos descobrindo que por trás da estranheza do cenário e da civilização alienígena, temos seres com as mesmas paixões e as mesma fraquezas que nós. Os Draags são tão humanos em seu comportamento quanto seus humaninhos de estimação. E no conflito entre dominadores e dominados, O Planeta Selvagem mostra que os pequenos sempre podem vencer os grandes. Ao menos nas telas dos cinemas.

MACRO MUNDO





Fotografias de Ricardo Silva

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

ROSA DE HIROSHIMA

Vinícius de Moraes
foto: ricardo silva
Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada

domingo, 17 de agosto de 2008

MYRNA LOY

Myrna Loy com 17 anos / Fotografia de Nickolas Muray

Myrna Loy, diva do cinema americano nos anos 30/40 do século passado, nasceu em 2 de Agosto de 1905. Em 1938, foi eleita "Raínha de Hollywood," num concurso em que Clark Gable foi eleito "O Rei". Myrna Loy foi durante muitos anos considerada o símbolo do fascínio e sofisticação. Em 1990 recebeu um Óscar honorífico pela sua carreira. Morreu em Nova Iorque em 1993.

fontes:http://blogdasabedoria.blogspot.com/2007/08/myrna-loy.html e

http://www.doctormacro1.info/Galleries.htm

sábado, 16 de agosto de 2008

DORIVAL CAYMMI, ADEUS

Aos 94 anos, compositor baiano morreu nesta manhã, no Rio de Janeiro.Enterro acontece no domingo no cemitério São João Batista, na Zona Sul.O corpo do cantor e compositor Dorival Caymmi chegou às 16h21 deste sábado (16) para ser velado na Câmara dos Vereadores do Rio, no Centro. Os filhos Nana e Danilo Caymmi, amigos - como os também músicos Wagner Tiso e Daniela Mercury, e os escritores Gilberto Braga e Glória Perez - e fãs estão no local para prestar as últimas homenagens. "Vai ser difícil cantar sem ele. Tive sorte muito grande de ter um pai já burra velha", disse Nana. "Vai o homem, mas a obra dele fica para sempre", completou Danilo. O corpo de Caymmi saiu às 15h42 de sua casa, em Copacabana, Zona Sul do Rio, sob aplausos de curiosos. O sepultamento deve acontecer na tarde de domingo, no cemitério São João Batista, na Zona Sul. A família aguarda a chegada de Dori Caymmi, filho do compositor, que mora em Los Angeles, nos EUA, para definir o horário do enterro.
Dorival Caymmi morreu na manhã deste sábado (16), aos 94 anos, em sua casa, em Copacabana. Ele sofria de insuficiência renal e teve falência múltipla dos órgãos. Caymmi lutava contra um câncer renal desde 1999 e permanecia em internação domiciliar desde dezembro de 2007. O músico nasceu em Salvador, na Bahia, no dia 30 de abril de 1914. Ele deixa mais de cem composições, entre elas ‘Eu não tenho onde morar’, ‘Maracangalha’, ‘O que é que a baiana tem?’ e ‘Rosa Morena’. O cantor era casado há 68 anos com a cantora Stella Maris e deixa três filhos, Dori, Nana e Danilo, também músicos, além de sete netos e cinco bisnetos. "É uma perda irreparável. Ele fazia parte da vida de todos nós de forma marcante. Era uma pessoa admirável no convívio com a família. Um grande pai, um avô maravilhoso. Deixa um vazio muito grande”, diz a neta Stella Caymmi, de 45 anos, filha de Nana Caymmi.
CAYMMI E CARMEM MIRANDA
Stella é autora do livro "O mar e o tempo", biografia do compositor lançada em 2001. "Ele ficou muito feliz com o livro, gostava de relembrar. Era um homem de memória", afirma. Por meio de nota oficial divulgada neste sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter recebido com tristeza a notícia da morte do cantor. O Governo da Bahia decretou luto oficial de três dias.
ilustração de Elifas Andreato
O prefeito do Rio, Cesar Maia, anunciou homenagem a Caymmi, que vai dar nome a uma rua no bairro do Leblon, na Zona Sul do Rio. fonte: Aluizio Freire Do G1