Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa foi um pintor pós-impressionista e litógrafo francês, conhecido por pintar a vida boêmia de Paris do final do século XIX.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
domingo, 23 de novembro de 2014
UTOPIA
De Eduardo Galeano
A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
DALAI E OS HOMENS
Perguntaram ao Dalai Lama o que mais o surpreendia na Humanidade. Ele respondeu:
- Os homens… porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer… e morrem como se nunca tivessem vivido.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
CABEÇA DE PEDRA
Na loca
No dia em que viu o vizinho sair com a calibre 12 e atirar para esbagaçar um canário que cantava no pé de uma árvore, ele achou que era o momento. Não disse nada em casa. Pegou a estrada de chão e caminhou na direção da serra que sempre via quando abria a janela da casinha do sítio logo que o galo cantava. Andou, andou, atravessou um riacho quase seco, olhou a pastagem pegando fogo, o gado magro, uma mulher jogando milho para as galinhas e pintinhos no terreiro da casa. Do alto do morro cada vez mais aumentava o olho da loca. A loca é um buraco. Ele subiu pelas pedras, se arranhou em espinhos, mas chegou lá. Entrou. Não havia bicho algum. Só ele. Bicho homem desiludido com tudo. Entrou até o fundo, sentou, ficou olhando a luz desaparecer naquela boca aberta da entrada. Dormiu. Acordou. Assim ficou até perder os sentidos. E morrer. Convicto de que o ser humano vai acabar com a Terra, mas ainda acreditando que a Terra iria virar o jogo para a paz reinar novamente.
sábado, 15 de novembro de 2014
terça-feira, 11 de novembro de 2014
MANOEL DE BARROS
O CATADOR
Um homem catava pregos no chão.
Sempre os encontrava deitados de comprido,
ou de lado,
ou de joelhos no chão.
Nunca de ponta.
Assim eles não furam mais - o homem pensava.
Eles não exercem mais a função de pregar.
São patrimônios inúteis da humanidade.
Ganharam o privilégio do abandono.
O homem passava o dia inteiro nessa função de catar
pregos enferrujados.
Acho que essa tarefa lhe dava algum estado.
Estado de pessoas que se enfeitam a trapos.
Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser.
Garante a soberania de Ser mais do que Ter.
*Tratado geral das grandezas do ínfimo, Editora Record - 2001, pág. 43.
VIVIAN MAIER
Vivian Dorothea Maier (Nova Iorque, 1 de fevereiro de 1926 - Ilinóis, 21 de abril de 2009) foi uma fotógrafa norte-americana que especializou-se em Street photography (fotografia de rua).
Maier passou a sua infância na França e após voltar para os Estados Unidos, trabalhou como babá por mais de 40 anos e durante este período, em seus dias de folga, fotografou a cidade de Nova Iorque, focando nas ruas, nas pessoas e nos edifícios, sempre com a sua câmera Rolleiflex. Foram mais de 150 mil fotografias mostrando as pessoas e a arquitetura da sua cidade natal, além de Los Angeles e Chicago entre as décadas de 1950 e 1960. Vivian também fez viagens internacionais, como para Manila, Bangkok, Pequim, Egito, Itália, sempre registrando, fotograficamente, as ruas das cidades.
Vivian viveu uma velhice com dificuldades financeiras, chegando a morar em asilos pagos pelo previdência, até que alguns amigos compraram um apartamento em Chicago e passaram a pagar as suas contas. Entre estes amigos, estavam várias pessoas que Vivian cuidou quando babá. Em 2009, Viviam faleceu em decorrência de lesões decorrentes de um tombo em que bateu a cabeça.
Por toda a sua vida, guardou as fotografias, os negativos e fitas de áudio com pequenas entrevistas que fazia com as pessoas que fotografava. Este material só foi descoberto em 2007, por John Maloof, que reconheceu o valor artístico e histórico do material, mas foi somente após a sua morte que houve o reconhecimento do seu trabalho e o material começou a ser reproduzido na internet e em revistas especializadas, além da publicação de livros com o seu acervo e exposições.
sábado, 8 de novembro de 2014
CINE CENA
O HOMEM DO RIO - 1964
L'HOMME DE RIO de Philippe de BrocaSinopse
Um grupo de ladrões planeja o roubo de uma relíquia amazônica do Museu do Homem, em Paris. O crime gera uma série de aventuras que envolvem drogas, morte e sequestro. Agnes (Françoise Dorléac), a filha de um homem assassinado, é sequestrada, drogada e enviada para o Rio de Janeiro em um avião. O seu namorado Adrien (Jean-Paul Belmondo), um soldado, procura a amada, começando uma jornada, que terá como cenários o Rio de Janeiro, Brasília e a Amazonia.
Jean-Paul Belmondo
Personagem: Adrien Dufourquet
Françoise Dorléac
Personagem: Agnès Villermosa
Personagem: Agnès Villermosa
Jean Servais
Personagem: Professor Catalan
Adolfo Celi
Personagem: Sr. Mario De CastroAdolfo Celi
Milton Ribeiro
Personagem: Tupac
Official Trailer - 1964
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
CLARICE LISPECTOR
Escrever, Humildade, Técnica
Essa incapacidade de atingir, de entender, é que faz com que eu, por instinto de... de quê? procure um modo de falar que me leve mais depressa ao entendimento. Esse modo, esse "estilo" (!), já foi chamado de várias coisas, mas não do que realmente e apenas é: uma procura humilde. Nunca tive um só problema de expressão, meu problema é muito mais grave: é o de concepção. Quando falo em "humildade" refiro-me à humildade no sentido cristão (como ideal a poder ser alcançado ou não); refiro-me à humildade que vem da plena consciência de se ser realmente incapaz. E refiro-me à humildade como técnica. Virgem Maria, até eu mesma me assustei com minha falta de pudor; mas é que não é. Humildade com técnica é o seguinte: só se aproximando com humildade da coisa é que ela não escapa totalmente. Descobri este tipo de humildade, o que não deixa de ser uma forma engraçada de orgulho. Orgulho não é pecado, pelo menos não grave: orgulho é coisa infantil em que se cai como se cai em gulodice. Só que orgulho tem a enorme desvantagem de ser um erro grave, com todo o atraso que erro dá à vida, faz perder muito tempo.
*Texto extraído do livro "A Descoberta do Mundo", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1999.