quinta-feira, 12 de setembro de 2013

FITA AMARELA


Veio balão como um disco voador. Pequeno, multicolorido, proibido. O céu estava azul sem nuvem, fim de tarde, névoa no horizonte. Sem controle, caindo, se enroscou nos fios perto de um poste com luz. E ardeu nas chamas da tocha. Um pedaço ainda voou e caiu no gramado bem cuidado de uma casa. A bucha ainda ardeu um pouco enroscada num fio. Depois apagou. Um filete de fumaça subiu. A luz da rua se acendeu e iluminou uma fita amarela que veio pendurada e ali ficou enroscada. Fita amarela. Lembrou a canção. Lembrou choro. Lembrou vela. Lembrou Noel. E ela ficou ali ao sabor do vendo, formando figuras, letras. Atravessou a noite e, no outro dia, escorreu no fio e ficou mais distante do poste. Um vento mais forte e ela se partiu. Mas um pedaço ficou ali, a balançar feito bandeira fincada para comemorar um fato. O do balão caindo na tarde de domingo.


Foto e texto Roberto José da Silva

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