sábado, 6 de julho de 2013

ROGER DEAN

Roger Dean, nascido a 31 de agosto de 1944 em Ashford, kent na Inglaterra, tendo passado a maior parte da infância viajando pelo mundo pois seu pai fazia parte da Marinha Britânica retornando a Inglaterra em 1959 após completar o ensino médio estudou na Escola Canteburry de Arte tornando-se Publicitario e Artista.
Mundialmente conhecido a partir do final da década de 60  por trabalhar nas capas mais fantasticas de albuns  principalmente de Rock Progressivo, a primeira capa onde trabalhou foi para uma banda chamada “gun”.

Em 1971 criou a capa do primeiro album da “Osibisa” e no mesmo ano começou a trabalhar nas capas da banda “Yes” onde seu primeiro projeto foi para o album “Fragile”, ele veio a criar o logotipo da banda que viria a aparecer em todos os albuns da banda, desde então vem fazendo as capas do Yes até os dias de hoje tendo inclusive colaborado com seu irmão Martin na  concepção de varios shows da banda.

Dean inicialmente trabalhava com aquarelas, atualmente em muitas obras utiliza varias tecnicas: tinta, lápis, colagem, esmalte e outras absorveu várias influências mas talvez as maiores  tenham vindo dos antigos pintores chinêses e da literatura de Tolkien.

Flertou inclusive com a arquitetura desenvolvendo o projeto de uma casa completamente concebida em seu estilo inconfundível, a casa parece ter sido esculpida na parte interna de uma colina com grama e plantas crescendo sobre ela não agredindo o visual natural, internamente parece um dos cenarios de Tolkien, a extrutura é toda em fibra de vidro fazendo com que haja isolamento completo do ambiente, nos dias frios mantém o calor e nos dias quentes faz o ambiente fresco, á partir daí surgiram outros incríveis projetos arquitetonicos. Dean também é respeitado por suas obras de caligrafia e disign de logotipos, trabalhou no projeto de apresentação de jogos para video game, tem alguns livros que apresentam a compilação de sua obra, artista completo recentemente influênciou tambem o cinema.

por  Eduardo Piloto






DISCOTECA BÁSICA

VIOLENT FEMMES


Violent Femmes(1983)

(Edição 170,Setembro de 1999) 

Gordon Gano (voz/guitarra/violão), Brian Ritchie (baixo elétrico, acústico e vocais) e Victor DeLorenzo (bateria/ vocais) se inscrevem na tradição dos grandes power trios do rock. Começaram a tocar juntos em botecos de sua cidade natal, Milwaukee, nos cafundós de Wisconsin. Testemunha de um destes shows - todos acústicos -, James Honeyman-Scott, guitarrista dos Pretenders (morto em 1982) se surpreendeu com o som de Gano & Cia., convidando-os para abrir os concertos da turnê americana da banda de Chrissie Hynde. Foi o bastante para que os Violent Femmes se projetassem: assinaram com o selo independente Slash em 1982 e, um ano depois, lançavam este álbum de estréia, produzido por Mark Van Hecke. 
Rústico, cru, mas sempre com frases inspiradas de guitarra/violão, o som da banda se escorava numa cozinha pesada em que interagiam o baixo frontal de Ritchie e as batidas eficientes de DeLorenzo. A mistura de folk tradicional (especialmente pelo uso ostensivo de instrumentos acústicos) com a pauleira das levadas frenéticas criou alguma coisa que poderia ser definido como country punk. E, além dos instrumentos originais de cada um dos integrantes, Gordon e Brian também se arriscavam com sucesso por incursões pelo violino ("Good Feeling") e pelo xilofone ("Gone Daddy Gone"), respectivamente. 
Já as músicas escritas por Gano formavam um capítulo à parte: com uma revolta latente expressa nas letras, elas ressaltavam este conteúdo por meio de arranjos predominantemente acústicos, em pérolas como a abertura com "Blister In The Sun", "To The Kill" (um perfeito espelho da violência do cotidiano) e “Add it Up”(esta última por sinal,um hino à inquietação juvenil).Tudo isso sapecado por vocais que lembravam o Lou Reed da fase Transformer (disco de 1972).   
Os discos posteriores comprovaram a criatividade do grupo, apesar de não contar com a mesma energia bruta. Com projetos mais sofisticados, os VF trabalharam com o ex-Talldng Heads Jerry Harrison (em The Blind Leading The Naked, de 1986), com o produtor/tecladista Michael Beihom - no disco Why Do The Birds Sing? (1991). em que regravaram "Do You Really Want To Hurt Me?", hit do Culture Club - e desde o CD New Times (1994), substituíram DeLorenzo pelo baterista Guv Hoffman (ex-BoDeans). As "fêmeas" nunca mais chegaram a ser tão violentas quanto em sua estréia. 


Celso Pucci


quinta-feira, 4 de julho de 2013

MANOEL DE BARROS


SOBERANIA

Naquele dia, no meio do jantar, eu contei que tentara pegar na bunda do vento — mas o rabo do vento escorregava muito e eu não consegui pegar. Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos deram gaitadas me gozando. O pai ficou preocupado e disse que eu tivera um vareio da imaginação. Mas que esses vareios acabariam com os estudos. E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio. E dei de estudar pra frente. Aprendi a teoria das idéias e da razão pura. Especulei filósofos e até cheguei aos eruditos. Aos homens de grande  saber. Achei que os eruditos nas suas altas abstrações se esqueciam das coisas simples da terra. Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo — o Alberto Einstein). Que me ensinou esta frase: A imaginação é mais importante do que o saber. Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu olho começou a ver de novo as pobres coisas do chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E meditei sobre as borboletas. Vi que elas dominam o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no corpo. (Essa engenharia de Deus!) E vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras sem magoar as próprias asas. E vi que o homem não tem soberania nem pra ser um bentevi.

FOTO


Fotografia de Ricardo Silva

FERNANDO PESSOA


    Sou o Espírito da treva,
    A Noite me traz e leva;


    Moro à beira irreal da Vida,
    Sua onda indefinida


    Refresca-me a alma de espuma...
    Para além do mar há a bruma...


    E pra aquém? há Cousa ou Fim?
    Nunca olhei para trás de mim...



WALTER TROUTH

Dust my broom (Robert Johnson) 


Walter Trout live in The Paradiso, Amsterdam 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

CABEÇA DE PEDRA

Era uma casa

A casa e a árvore estavam ali desde o tempo da primeira foto que ele viu a cinco mil quilômetros de distância. Parecia ideal para anões, mas isso acontecia porque a centenária mangueira ao lado era tão grande como o pé de feijão da história fantástica. Um dia ele foi lá ver, mesmo porque sua avó morava sozinha, pito na boca, milho na mão a espalhar para as galinhas e pintinhos do terreiro. Chegou de madrugada e lembrou da voz de Luiz Gonzaga. Ô de casa! Louvado seja o senhor Jesus Cristo! Fez outras fotos, dormiu em rede, acendeu e apagou o lampião, subiu até onde pode por dentro da árvore gigante. Foi e voltou várias vezes para aquele local de origem, mesmo depois que a casa ficou sem a vida da avó. Até que um dia soube que tinha sido derrubada, sem consulta, por uma parente. A árvore também tombou a machadadas. Por causa de sexo. Uma menina esquizofrênica, também parente, ali entrou e fez do local o abrigo para todos os homens da redondeza. Quando ele voltou lá, anos depois, não havia nem vestígio daquele seu monumento particular. Ele tem as fotos. Ele tem a história. Mas a casa e a mangueira se tornaram invisíveis até no papel. Ele olha e vê apenas uma plantação de mandioca, o céu azul de doer os olhos e uma desolação que lhe marca a alma.