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Homens perdidos diante de situações precárias, de risco extremo de morte, é um tema propicio a reflexões existencialistas. A França de 1953 estava imersa no clima existencialista, do pós-guerra, com Jean-Paul Sartre e Marcel Camus.
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O próprio romance de Georges Arnoud continha tal espírito existencialista. E Clouzot não poderia fugir do espírito do seu tempo. Talvez O Salário do Medo seja apenas a metáfora da condição humana. Mas a precariedade em O Salário do medo é a precariedade do trabalho estranhado. Aliás, é através dele que torna-se apreensível, em sua plena intensidade, tal condição humana.
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Por exemplo, neste filme, é através desta empreitada de risco, convocada por uma corporação capitalista, multinacional do petróleo, que homens despossuidos e desterritorialziados num país miserável, se encontram diante do medo e da desafetivação pessoal. E a morte é a desafetivação suprema dos homens.
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