40 anos depois de o cantor David Bowie lançar o sucesso “Space oddity”, seu filho Duncan Jones estreia como diretor de cinema e já começa a ser apontado como fenômeno do cinema independente. Jones está em cartaz nos EUA com seu primeiro longa-metragem “Moon” (“Lua”), uma ficção científica realizada com apenas US$ 5 milhões. O filme foi lançado durante o Festival de Sundance, em janeiro, e chegou aos cinemas recentemente sob elogios da crítica internacional. O “Wall Street Journal” classificou a produção como “brilhante” e “impressionante”, e o “New York Times” descreveu a atuação do filme como “intrigante”.O influente Roger Ebert publicou texto afirmando que o trabalho de Jones é “um exemplo superior do gênero”, enquanto a revista “Rolling Stone” disse que o longa é “uma potente provocação que se apoia em boas ideias em vez de truques de computador”. Nascido Duncan Zowie Heywood Jones, o cineasta de 38 anos, filho do cantor com sua ex-mulher Angela Bowie, estudou na London Film School e iniciou a carreira como diretor de comerciais.
Filme conta história de astronauta 'duplicado'
“Moon” é uma espécie de “2001: Uma odisséia no espaço” do século 21, uma homenagem a clássicos de ficção científica dos anos 1970 e 80, como “Alien”, “Corrida silenciosa”.
No filme, o ator Sam Rockwell interpreta um astronauta que passa três anos isolado em uma nave espacial extraindo um gás lunar para ser usado na Terra como fonte de energia. A trama cresce quando ele conhece um clone de si mesmo, só que mais novo e mais revoltado, que também está no espaço realizando o mesmo trabalho. Jones criou a história especialmente para o ator, que faz os dois papéis. “Eu me encontrei com Sam para discutir outro projeto, que nós terminamos largando, mas nos demos muito bem”, lembra o diretor britânico. Conversando sobre cinema, eles descobriram que tinham em comum o amor pelos mesmos filmes, ficções científicas de décadas passadas. Jones disse a Rockwell: “Olha, se você prometer que vai ler o roteiro, eu escrevo algo para você”. O filho de Bowie escreveu um longo argumento, mas naquele momento estava ocupado demais com gravações de comerciais para redigir um roteiro. Assim, ele resolveu passar a tarefa para o roteirista novato Nathan Parker, que segundo o cineasta fez “um ótimo trabalho”.
Orçamento limitado
Desde o início, Duncan Jones tinha um orçamento disponível de US$ 5 milhões, que deveria cobrir todas as fases de produção de sua viagem à Lua. “Nossa ideia era manter os gastos no mínimo usando um elenco pequeno, rodando tudo em estúdio e investindo em efeitos especiais específicos”, conta o diretor. Tudo aconteceu muito rapidamente. As filmagens foram realizadas em apenas 33 dias, apesar de haver mais de 450 cenas com efeitos especiais que precisavam ser rodadas duas vezes, já que Rockwell devia interpretar ambos os personagens. Outros oito dias foram dedicados às seqüências filmadas com modelos em miniatura. A trama traz ainda outro personagem chave: Gerty, um computador da estação espacial dublado pelo veterano Kevin Spacey. Jones mostrou ao ator o material que já tinha rodado e conseguiu convence-lo a emprestar sua voz ao computador, uma espécie de HAL 9000 do século 21. Agora, Jones pretende levar às telas uma nova ficção científica, chamada “Mute”, ambientada em Berlim. “Será um suspense muito maior e mais comercial”, revela o diretor.
fonte: G1
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