terça-feira, 14 de outubro de 2014

CABEÇA DE PEDRA


Nonsense

Nonsense. Ele não sabia direito que diabo era aquilo, mas gostou do som. De súbito, lhe veio o complemento que poderia ser... Ah, dane-se. Tascou no caderno espiral onde anotava essas coisas vindas não se sabe de onde: Nonsense. Não Pense. Faça. Virou a página, deixou ali em cima da cama, olhou um poster de Hendrix, colocou Alberta Hunter em vinil na vitrola, saiu para tomar um gole de água do filtro de barro na caneca de alumínio, abriu a porta de trás, viu o quintal com o mato tomando conta de tudo, sorriu por dentro, de felicidade, voltou, olhou o caderno de novo. Nonsense. Foi a um dicionário: Expressão, linguagem ou situação ilógica, absurda, desprovida de sentido ou de coerência. Riu de novo. Agora sabia. Então, fez: apagou tudo.




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