Vincent Willem van Gogh (1853-1890) nasceu em Zundert, uma pequena aldeia holandesa. Filho de um pastor calvinista foi uma criança rebelde e insociável. Em 1869 ingressa num internato provinciano. Em 1869 vai para Haia trabalhar com o tio que abriu a sucursal da Galeria Goupil, uma importante empresa que comerciava obras e livros. Depois de três anos é mandado para Bruxelas, onde passa dois anos. Depois vai para Londres, sempre a serviço da galeria.
Em 1875, van Gogh consegue sua transferência para Paris, onde julgava poder libertar-se de todas as suas frustrações. Em abril de 1876, após indispor-se com os clientes, é demitido do grupo Goupil. Vai para Inglaterra onde aceita o cargo de professor em escolas primárias de pequenas cidades. Nesse mesmo ano, em dezembro, vai para Etten, onde encontra sua família, mas suas relações familiares continuam difíceis, só sente-se compreendido por Theo, seu irmão mais novo.
Van Gogh torna-se depressivo e sofre seguidas crises nervosas, passa longos períodos de solidão. Em 1877 consegue emprego em uma livraria em Dordrecht, até que decide seguir a carreira do pai. Ingressa no Seminário Teológico da Universidade de Amsterdã. Reprovado por falta de base ingressa na Escola Evangélica, em Bruxelas. Consegue o lugar de pregador missionário nas minas de carvão de Borinage, na Bélgica. Em 1879 é demitido, pois prega pouco e preocupa-se demasiadamente com os doentes e as crianças.
Em 1880 vai para Bruxelas, e com o dinheiro que o irmão lhe manda, estuda anatomia e perspectiva. Passa os dias desenhando. Em 1881 muda-se para Haia, onde é acolhido pelo pintor Mauve. Pinta aquarelas, onde aparecem marinheiros, pescadores, camponeses. Escreve para o irmão “Eu não quero pintar quadros, eu quero pintar a vida”. Em julho de 1882 pinta seu primeiro quadro a óleo. No ano seguinte volta para casa dos pais, onde passa os dias lendo e pintando.
Em 1985 seu pai morre repentinamente. Nesse mesmo ano pinta “Os Comedores de Batata”, em um ambiente sombrio e tons escuros. Em novembro viaja para Antuérpia, onde em janeiro de 1886 inicia estudos na Academia local. Em fevereiro é acolhido por Theo, em Paris, que dirige a Galeria Goupil. Nessa época pinta “Pai Tanguy” (1887). Encontra-se com Pissarro, Degas, Gauguin, Seurat. Em dois anos pinta 200 quadros, entre eles, o “Auto Retrato” (1887).
Van Gogh encontra-se com a saúde precária e segue os conselhos de Toulouse-Lautrec, vai para o campo, em fevereiro está em Arles, pintando ao ar livre. Pinta mais de 100 quadros, entre eles, “Os Girassóis” (1888) e “Armand” (1888). Convida Gauguin para trabalharem juntos, mas Van Gogh tem crises de humor. Há relator que sua amante teria se envolvido com Gauguin e ao descobrir discute e agride o amigo com uma navalha. Arrependido corta um pedaço de sua orelha e manda num envelope para a mulher que motivou a briga. É recolhido para o hospital. Vai para casa e pinta o “Auto Retrato com a Orelha Cortada” (1888).
Em maio de 1989 ele mesmo pede ao irmão que o interne. Vai para o Hospital de Saint-Rémy e transforma seu quarto em um ateliê. Fez mais de duzentos novos quadros, centenas de desenhos, e todos revela sua luta. Theo é chamado, mas não pode visitar o irmão, pois sua mulher espera o primeiro filho. Pede a Signac, um amigo pintor, que vá visitá-lo. Signac sai impressionado com a pintora de Van Gogh que leva alguns amigos à casa de Theo para ver alguns quadros. O jornal Mercúrio de França faz elogios ao pintor. Uma exposição na Galeria de Bruxelas é organizada, mas só vende um quadro “A Vinha Vermelha”, o único que seria vendido durante a vida do pintor.
Van Gogh deixa Sant-Rémy em maio de 1890. Vai para Auvers, sob os cuidados do Dr. Gachet que o examina e diz que a situação é grave. Pinta mais de 200 desenhos e mais de 40 quadros, entre eles, “Os Ciprestes”, “Trigal com Corvos” e “Retrato do Dr. Gachet”. No dia 27 de julho de 1890 Van Gogh sai para o campo de trigo com um revolver na mão e no meio do campo dá um tiro no peito e é socorrido.
Van Gogh morreu em Alvers, França, em 29 de julho de 1890. No dia de sua morte, no sótão da Galeria Goupil, em Paris, 700 quadros amontoavam-se sem comprador. A fama só veio após sua morte. Grande parte de sua historia está descrita nas 750 cartas que escreveu para seu irmão Theo, e que evidenciava a forte ligação entre os dois.
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