sábado, 23 de fevereiro de 2013

OFERENDA

de Ticiana Vasconcelos Silva
Já que meu destino é mesmo um paradoxo estendido ao infinito e que o tempo está perdido no espaço dos olhos vagos, que o momento é único e vivo, passado e futuro não existem e que o caminho já é há muito tempo perdido e só o encontrou quem se perdeu, então estendo meu orgulho ao pé do ouvido pra ouvir a glória do adeus.
Prefiro ser muda a falar coisas vis, pois sou amante da verdade. Prefiro morrer tentando ver do que sofrer os sortilégios desta grande ilusão que se chama vida e que deve ser comida com todas as suas cascas mal despidas, seu fruto venenoso, até que se encontre a razão de seu viver.
Coloco em meu peito as noites mal dormidas tentando acender a chama do amor brando e sutil como a brisa do mar que não cansa de sussurrar seu louvor e levo minha história para o manjar dos deuses nessa oferenda de sabedoria.
Poesia.


FONTE:  http://jornale.com.br/zebeto/2013/02/23/oferenda-2/

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