segunda-feira, 30 de junho de 2008
JEAN "MOEBIUS" GIRAUD
Dispensado em 1960, Giraud tornou-se assistente de Joseph Gillain (Jijé) na série de faroeste Jerry Spring. Como ele mesmo admite, esta provou ser a melhor escola de arte que já freqüentou. Em 1961, ele parou de trabalhar com Jijé e começou a fazer História das Civilizações, uma publicação do Estúdio Hachette, onde ficou até 1963, quando criou (com o roteirista Jean-Michel Charlier) uma série de faroeste chamada Fort Navajo, publicada na revista Pilote, que, no seguinte, mudou de título: Lieutenant Blueberry. Em 1963, também colaborava na revista de sátiras Hara-Kiri, onde publicou suas primeiras histórias com o pseudônimo de Moebius. Nesta mesma época, usando seu outro pseudônimo ("Gir"), criou outras histórias em quadrinhos num estilo experimental. Em janeiro de 1973, os alter-egos de Giraud se cruzaram quando a revista Pilote publicou "La Deviation", uma história surreal em preto e branco assinada por Gir, retratando as férias de... Jean Giraud!
Em 1975, junto com Jean-Pierre Dionet, Philippe Druilet e Bernard Farkas, fundou a Humanoïdes Associés e criou a revista Métal Hurlant, onde publicou suas inovadoras histórias de fantasia e ficção-científica, entre elas Arzach e A Garagem Hermética. Neste mesmo ano, Giraud foi contratado por Alexandro Jodorowsky para fazer o desenho de produção da adaptação cinematográfica do romance de Frank Herbert: Duna. Quando o projeto foi engavetado, ele foi trabalhar na produção do filme Alien, O 8º Passageiro. Em 1980, desenhou o story-board de Tron, produção dos estúdios Disney.
Em 1981, junto com Alexandro Jodorowsky, iniciou a saga de O Incal. Ainda nos anos 80, se mudou para Los Angeles e neste período "americano" publicou seus trabalhos antigos numa série de álbuns editados pela Epic Comics. Em 1985, foi para Tóquio e fez o roteiro, os cenários e os figurinos do longa-metragem de animação Little Nemo, adaptação da obra de Winsor McCay. Em 1989, ilustrou uma história do Surfista Prateado escrita por Stan Lee e também produziu uma popular série de pôsteres de super-heróis para a Marvel Comics. Em 1990, colaborou na edição especial da Dark Horse Concrete Celebrates Earth Day. Em 1997, junto com Jean-Claude Mézières, foi responsável pela concepção visual do filme "O Quinto Elemento", de Luc Besson, cujo roteiro é visivelmente inspirado na série O Incal.
Jean Giraud também já realizou vários trabalhos de ilustrações para romances e histórias de ficção-científica e foi o responsável pela edição ilustrada do livro O Alquimista do escritor Paulo Coelho.
É reconhecido ampla e justamente como um dos melhores artistas de histórias em quadrinhos na Europa e no mundo, tendo recebido inúmeros prêmios durante sua carreira.
fonte: http://www.devir.com.br/hqs/jorodowsky_moebius.php
TEM RAPARIGA AÍ ?
A maioria, as moças, levanta a mão.Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são "gaia", "cabaré", e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhando uma música da banda Calipso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de "forró", e Ariano exclamou: "Eita que é pior do que eu pensava". Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou. Pruma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
FONTE: Trecho de artigo de José Teles, publicado no JC Online em 07 de maio.
DJALMÃO
sexta-feira, 27 de junho de 2008
JOÃO GUIMARÃES ROSA, CENTENÁRIO
1908: Nasce João Guimarães Rosa, no dia 27 de junho, em Cordisburgo (Minas Gerais, Brasil). - 1918: Vai para Belo Horizonte estudar no Colégio Arnaldo. - 1925: Ingressa na Faculdade de Medicina de Minas Gerais. - 1929: é nomeado funcionário do Serviço de Estatística de Minas Gerais. Escreve quatro contos, premiados em concurso da revista O Cruzeiro. - 1930: Forma-se em medicina e casa-se com Lygia Cabral Pena. - 1931: Inicia carreira de médico em Itaguara. Minas Gerais. Nasce sua filha, Vilma. - 1932: Atua como médico voluntário da Força Pública, por ocasião da Revolução Constitucionalista de 1932. - 1933: Vai para Barbacena como Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria. - 1934: Presta Concurso para o Itamarati, aprovado em 2º lugar. Nasce sua segunda filha, Agnes. - 1936: O livro de poemas Magma vence o Prêmio da Academia Brasileira de Letras. - 1937: Escreve os contos que iriam formar o futuro livro Sagarana. Concorre ao Prêmio Humberto de Campos, da Editora José Olympio. Obtém o 2º lugar. - 1938: É nomeado Cônsul Adjunto em Hamburgo. Lá conhece Aracy Moebius de Carvalho, que viria a ser sua segunda mulher. - 1942: O Brasil rompe com a Alemanha, e Guimarães Rosa é internado em Baden-Baden. Retorna ao Brasil e segue para Bogotá, como Secretário de Embaixada, permanecendo até 1944. - 1945: Viagem ao interior de Minas Gerais e excursão ao Mato Grosso. - 1946: Sagarana é publicado pela Editora Universal. O livro recebe o Prêmio Sociedade Felipe d’Oliveira. Rosa é nomeado chefe de gabinete do ministro João Neves da Fontoura e vai a Paris como membro da delegação à Conferência de Paz. - 1947: Publicação da reportagem poética Com o Vaqueiro Mariano, no jornal Correio da Manhã, Rio de Janeiro. - 1948: Está novamente em Bogotá como Secretário-Geral da delegação brasileira à IX Conferência Inter-Americana. - 1948/51: 1º Secretário e Conselheiro da Embaixada em Paris. Volta ao Brasil como Chefe de Gabinete de João Neves da Fontoura. - 1952: Retorna aos seus "gerais" e participa de uma viagem pelo sertão. - 1953: torna-se Chefe da Divisão de Orçamento. - 1956: Publica Corpo de Baile. Em maio, lança Grande Sertão: Veredas que irá receber os Prêmios Machado de Assis, Prêmio Carmem Dolores Barbosa e Prêmio Paula Brito. - 1957: Primeira Candidatura à Academia Brasileira de Letras. - 1961: Recebe pelo conjunto da obra o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras. - 1962: Publica Primeiras Estórias. No Itamarati, assume a Chefia do Serviço de Demarcação de Fronteiras. - 1963: Candidata-se pela segunda vez à Academia Brasileira de Letras, e é eleito por unanimidade a 8 de agosto. - 1965/66: Seus livros são traduzidos no exterior (França, Itália, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Espanha, Polônia, Holanda e Checoslováquia). - 1967: Representa o Brasil no I Congresso Latino-Americano de Escritores, como vice-presidente. Publica Tutaméia – Terceiras Estórias. Em 16 de novembro, toma posse na Academia Brasileira de Letras. Falece a 19 de novembro, vítima de enfarte. - 1968: É publicado o volume Em Memória de João Guimarães Rosa, pela Ed. José Olympio. - 1969/70: São publicados postumamente os livros Estas Estórias e Ave, Palavra.
Marília Librandi Rocha
fonte: http://www.vidaslusofonas.pt/joao_guimaraes_rosa.htm
ISABELLE ADJANI, PARABÉNS
Biografia
Filha de pai argelino e mãe alemã, foi estimulada a atuar desde jovem, atuando no teatro amador já aos doze anos de idade. Apareceu no seu primeiro filme aos 14 anos.
Após atuar em papéis secundários , foi sucesso de público e crítica pela sua atuação no filme La Gifle (O Tapa), de 1974. No ano seguinte, conseguiu seu primeiro papel principal em A História de Adele H, de François Truffaut, em que faz o papel da filha do escritor Victor Hugo. Por este filme, alcançou sucesso internacional, concorreu ao Oscar de melhor atriz e recebeu propostas para trabalhar em Hollywood.
Em 1981, Adjani recebeu o prêmio de melhor atriz do Festival de Cannes por sua atuação em Quarteto. No ano seguinte, recebeu o César por Possessão, em atuação considerada pelos críticos a melhor de sua carreira, senão a mais difícil, porque Adjani interpretava o papel de uma mulher frustrada que enlouquecia aos poucos. Em 1983, recebeu novamente o César por Ronda Mortal.
Em 1989, co-produziu e estrelou Camille Claudel, a trágica história da mulher do escultor francês Auguste Rodin, que lhe valeu o terceiro César e mais uma indicação ao Oscar de melhor atriz. O filme também concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro. No mesmo ano, a revista americana People incluiu-a entre as 50 mulheres mais bonitas do mundo. A partir daí, trabalhou esporadicamente como modelo.
Em 1994, conseguiu seu quarto César pelo papel-título de Rainha Margot, um feito nunca antes conseguido por um ator francês.
Adjani tem dois filhos, Barnabé, de seu casamento com Bruno Nuytten, e Gabriel-Kane, de sua tempestuosa relação com o ator britânico Daniel Day-Lewis. Quando Gabriel-Kane nasceu, ela já havia terminado havia alguns meses seu casamento de cinco anos com Day-Lewis. Esteve também envolvida com o compositor Jean Michel Jarre.
fonte: Wikipédia
BILL GATES
Bill Gates se despede da Microsoft
Praticamente todas as pessoas sabem quem é Bill Gates, mas poucos conhecem mais sobre ele, além do fato de ter fundado a Microsoft e ser um dos homens mais ricos do mundo.Bill Gates chama-se William Henry Gates III e nasceu em Seattle no dia 28/Out/1955. Ele tem uma irmã mais velha (Kristianne) e uma irmã mais nova (Libby). Aos 13 anos Gates entrou na Lakeside School. Ali ele conheceu Paul Allen e teve o primeiro contato com algo parecido com um computador: um terminal de teletipo da GE. Gates ficou fascinado por aquela "máquina" e dali em diante ele começou a estudar BASIC. Em seguida Gates teve contato com um minicomputador da DEC, e com isso ele também estudou FORTRAN, LISP, Assembler e COBOL.
Com apenas 17 anos, Gates e Allen fundaram a Traf-O-Data, e criaram um sistema desenvolvido por eles para ajudar na análise do trânsito com uso de cartões perfurados. A empresa faturou US$ 20 mil, mas depois que os clientes souberam da idade de Gates, o negócio desandou.Gates fez o SAT (teste de admissão nas universidades americanas) e obteve 1590 pontos dentre 1600 possíveis. Com isso, ele entrou em Harvard aos 18 anos, mas abandonou os estudos dois anos depois para se dedicar a uma pequena empresa que ele abrira com Paul Allen: a Micro-Soft. Em Harvard ele também conheceu Steve Ballmer, que faria parte da empresa alguns anos mais tarde.Apenas um ano após a sua fundação, Gates decidiu tirar o hífen do nome da empresa e registrou a Micro-Soft como Microsoft, no dia 26/Nov/76. Gates e Allen desenvolveram uma versão do BASIC que fez muito sucesso, mas Gates ficou irritado ao notar que o produto era copiado livremente. Com isso, ele escreveu uma "carta aberta" a todos os programadores para que não pirateassem o software da Microsoft. Em seguida a IBM contratou a Microsoft para desenvolver uma versão do BASIC para um produto que eles iriam lançar: o IBM Personal Computer, ou IBM-PC, que depois foi chamado somente de PC, e o resto todos sabem o que houve.
Gates se casou em 01/Jan/1994 com Melinda French (ex-funcionária da Microsoft e responsável pelo desenvolvimento do Microsoft BOB) e tiveram três filhas. Em 2000 ele criou a Bill & Melinda Gates Foundation (B&MGF), que se transformou na maior Fundação dedicada à caridade do mundo. Gates anunciara que doaria 99% da sua fortuna quando em vida e atualmente a Fundação tem quase US$ 39 bi, pois Warren Buffett (uma das pessoas mais ricas do mundo) anunciou em 2006 que doaria 85% da sua fortuna para a Fundação de Gates. A Bill & Melinda Gates Foundation é tida como uma das Fundações mais transparentes do mercado, uma vez que todos os seus gastos são públicos. Bill Gates anunciou em Junho de 2006 que dois anos depois ele deixaria o comando da Microsoft para se dedicar à filantropia, e desde então todos perguntaram: quem iria substitui-lo? A resposta foi simples: Steve Ballmer, Ray Ozzie e Craig Mundie. Steve Ballmer está no comando da Microsoft desde 2000, e Ozzie e Mundi são profissionais tarimbados:Ozzie começou a trabalhar na Microsoft em 2005 como Chief Technical Officer, logo após Microsoft comprar Groove Networks, empresa fundada por ele em 1997. O executivo também fundou e presidiu a Iris Associates, onde criou e liderou o desenvolvimento do Lotus Notes e posteriormente colaborou no desenvolvimento do Lotus Symphony. Atualmente está a frente do Live Mesh, projeto cujo anúncio em beta foi feito recentemente e que tem a proposta de interconexão entre todos os devices: PC, mobile, videogame etc. Mundie está na Microsoft desde 1992 e foi o criador da área de produtos de consumo da empresa. Ele desenvolveu softwares para plataformas não ligadas a PCS, como Windows CE, software para o handheld Pocket e Auto PCs e games para console. Mundie também iniciou as atividades da Microsoft na área de TV Digital. Desde 2000 o executivo faz parte do Comitê Nacional de Aconselhamento de Segurança em Telecomunicações dos Estados Unidos. Ele aconselhou a Casa Branca em problemas de segurança que podem afetar a infra-estrutura de telecomunicação das nações.
Título de Cavaleiro recebido por Gates das mãos da Rainha da Inglaterra, por sua dedicação a causas sociais.
Mesmo tendo anunciado a sua aposentadoria da Microsoft, na prática Bill Gates continuará dedicando 20% do seu tempo (um dia por semana) para assuntos relativos à Microsoft. Ele continua a atuar como chairman da Microsoft e conselheiro no desenvolvimento de projetos-chave. Ele somente não estará nas decisões do dia-a-dia e dedicará mais tempo e energia ao seu trabalho relacionado à saúde e educação na Fundação Bill & Melinda Gates.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
INGMAR BERGMAN FESTIVAL
Quatro dias para entender Ingmar Bergman
Começa hoje e vai até domingo, na Suécia e na Ilha de Farö, a programação anual em torno da obra do grande cineasta.
Luiz Carlos Merten
Assim como Monument Valley é considerado um solo sagrado do cinema, pois mestre John Ford rodou na reserva em Utah seus maiores westerns - e alguns dos maiores filmes do cinema -, também a ilha de Farö, na Suécia, deveria ser tombada como patrimônio dos cinéfilos de todo o mundo. Afinal, foi lá que se isolou Ingmar Bergman, o grande cineasta - autor - que morreu no ano passado. Bergman não apenas viveu em Farö. Ele transformou a ilha em cenário de grandes filmes que estão encravados no imaginário dos cinéfilos. Farö e a Suécia retribuem. Um seleto grupo de oito convidados internacionais, incluindo jornalistas e curadores de mostra - dois de São Paulo, dois de Los Angeles, dois de Nova York e dois de Frankfurt - foram especialmente convidados pelo Instituto Sueco de seus países a participar da Semana Bergman, que começa hoje.
O evento surgiu quando Bergman ainda estava vivo, há alguns anos. É constituído de encontro, debates e projeções. Bergman no início era cético, mas depois ele próprio passou a prestigiar os ‘espetáculos’ - como os definia - construídos em torno de sua pessoa. No ano passado, já debilitado, ele não pôde prestigiar a ‘sua’ semana, mas manifestou o desejo de que ela prosseguisse. A deste ano é a primeira após sua morte (em 30 de julho de 2007). E na verdade, não será bem uma semana, mas quatro dias intensos, de hoje a domingo, reunindo especialistas e curiosos, todos interessados em discutir a obra de um dos maiores artistas do cinema. A Semana Bergman de 2008 tem uma madrinha. É a diretora alemã Margarethe Von Trota.Foi em 1995 que o Festival de Gotenburgo pediu a Bergman que fizesse uma lista de seus dez filmes favoritos.
PONTOS DE VISTA
História de Chapeuzinho Vermelho
JORNAL NACIONAL (William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...'. (Fátima Bernardes): '... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia'.
PROGRAMA DA HEBE (Hebe Camargo): '... que gracinha gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?'
BRASIL URGENTE (Datena): '... onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? ! A menina ia para a casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não.'
REVISTA VEJA Lula sabia das intenções do lobo.
REVISTA CLÁUDIA Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.
REVISTA NOVA Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.
FOLHA DE S. PAULO Legenda da foto: 'Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador'. Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.
O ESTADO DE S. PAULO Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.
O GLOBO Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente.
ZERO HORA Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.
AGORA Sangue e tragédia na casa da vovó.
REVISTA CARAS (Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte) Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: 'Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa'
PLAYBOY (Ensaio fotográfico no mês seguinte) Veja o que só o lobo viu.
ISTO É Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.
G MAGAZINE (Ensaio fotográfico com lenhador) Lenhador mostra o machado.
SUPER INTERESSANTE Lobo mau! Mito ou verdade ?
DISCOVERY CHANNEL Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.
fonte: internet
quarta-feira, 25 de junho de 2008
JT CENSURADO
AUGUSTO DOS ANJOS
O MORCEGO
Meia-noite, ao meu quarto me recolho.
Meu Deus ! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho
” Vou mandar levantar outra parede …”
- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre minha rede
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A consciência humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto.
FONTE: www.dominiopublico.gov.br
F.I.G. 2008
SIDNEY LUMET, PARABÉNS
Realizador norte-americano, Sidney Wermus Lumet nasceu a 25 de Junho de 1924, em Filadélfia. Filho de um actor e de uma bailarina, estreou-se artisticamente aos 4 anos, numa rádio judaica de Nova Iorque. Durante a década da Grande Depressão, foi actor infantil nos palcos da Broadway e chegou mesmo ao cinema com um pequeno papel no drama One Third of a Nation (1939). Em 1947, fundou um grupo teatral formado por ex-alunos do Actor's Studio de Lee Strasberg, entre os quais se contavam Yul Brynner. Em 1950, foi convidado para entrar para os quadros da estação televisiva CBS, tendo trabalhado como realizador de séries e teledramáticos. Impressionado pelo seu trabalho, Henry Fonda convidou-o a dirigir Twelve Angry Men (Doze Homens em Fúria, 1957), um drama de tribunal que se tornaria um filme de culto e valeu a Lumet a sua primeira nomeação para o Óscar de Melhor Realizador. A história de 12 jurados que deliberam sobre o grau de culpa de um jovem que é acusado de ter assassinado o seu pai, em que só um deles (Fonda) acredita na sua inocência, espantou os cinéfilos pela sobriedade da realização e pelo clima de tensão que o argumento proporciona. A brilhante direcção de actores feita por Lumet verificou-se na adaptação da peça de Eugene O'Neill Long Day's Journey Into Night (Longa Viagem Para a Noite, 1962): protagonizado por Katherine Hepburn, Ralph Richardson e Jason Robards, o filme não conseguiu disfarçar o gosto de Lumet pela teatralidade cinematográfica. Depois de filmes como The Pawnbroker (O Agiota, 1965) dominado por uma portentosa interpretação de Rod Steiger e The Deadly Affair (Duas Plateias Para a Morte, 1967), Lumet assinou um dos títulos mais emblemáticos da sua carreira: Serpico (1973), um policial protagonizado por Al Pacino sobre um polícia nova-iorquino obcecado em denunciar o clima de corrupção que se vive na sua esquadra. Depois de adaptar à tela eficazmente Agatha Christie em Murder on the Orient Express (Crime no Expresso do Oriente, 1974), fez novamente parceria com Al Pacino em Dog Day Afternoon (Um Dia de Cão, 1975) um história baseada num facto verídico sobre um jovem homossexual que assalta um banco e faz reféns com o objectivo de angariar fundos para uma operação de mudança de sexo do seu namorado. O êxito do filme contribuiu-lhe para uma nomeação para o Óscar de Melhor Realizador, feito que repetiu no ano seguinte com Network (Escândalo na TV, 1976), uma crónica descritiva da falta de ética no mundo da televisão. Depois de sucessos como Equus (1977), que permitiu a Richard Burton uma extraordinária interpretação e Prince of the City (O Príncipe da Cidade, 1981), fez uma crítica acérrima ao mundo da advocacia com The Veredict (O Veredicto, 1982), granjeando a quarta nomeação para o Óscar e possibilitando boas interpretações a Paul Newman e James Mason. A partir daí, enveredou numa onda de fracassos de bilheteira que englobam títulos como Deathtrap (Armadilha Mortal, 1982), Power (As Chaves do Poder, 1986), Running on Empty (Fuga Sem Fim, 1986), Family Business (Negócio de Família, 1989) e Gloria (1999).
fontes: Sidney Lumet. In Infopédia . Porto: Porto Editora, 2003-2008.
CINEMA
A cicatriz que marca a cara de Stuntman Mike (Kurt Russell) é o que ele tem de menos inquietante. Duplo de filmes e séries de televisão dos anos 70, ele distrai-se a utilizar o seu carro Chevy Nova “à prova de morte” para matar belas jovens.
“Death Proof” é um slasher movie misturado com o típico filme de perseguições. Uma homenagem, tal como “Kill Bill” o tinha sido para os filmes de kung-fu.
Aqui existem mulheres bonitas (uma especial nota para quem tenha um foot fetish) e carros cheios de estilo. As referências aos anos 70 são inúmeras, quer as estéticas, como a fotografia de Brigitte Bardot cuja pose é emulada por Jungle Julia, quer as cinematográficas, como o evidente “Vanishing Point” (1971). Mas, ao mesmo tempo, Tarantino faz questão de se descolar de um tempo fixo, e dá-nos telemóveis e carros figurantes totalmente actuais.
A estrutura do filme divide-se em duas partes, separadas cronologicamente por alguns meses e por dois grupos diferentes de jovens mulheres. O primeiro é composto por Jungle Julia (Sydney Poitier, filha do actor Sidney Poitier), Arlene (Vanessa Ferlito), Shanna (Jordan Ladd, filha da Charlie’s Angel Cheryl Ladd) e Lanna Frank (Monica Staggs), jovens arrogantes com vontade de beber uns copos, fumar alguma erva e divertirem-se. Do segundo grupo fazem parte Kim (Tracie Thoms), Abernathy (Rosario Dawson), Lee (Mary Elizabeth Winstead) e Zoë (Zoë Bell, a dupla de The Bride em “Kill Bill”, aqui interpretando-se a si mesma), mulheres temperamentais decididas a experimentar as potencialidades de um Dodge Challenger R/T de 1970, o mesmo modelo usado em “Vanishing Point”.
Ainda à semelhança de “Kill Bill”, “Death Proof” é também um filme sobre a vingança. Mas em contraste com exploração sexual típica deste género de filmes, Tarantino dá uma inusual força às mulheres, estabelecendo um ritmo crescente, que vai desde os intensos diálogos (tarantinescos) da primeira parte à intensa acção física da parte final. A violência e o gore assumem aqui um deliberado estilo anos 70, com fotografia granulosa, cores gastas, película com riscos, mudanças de bobine e cortes propositados na montagem.
Tarantino rodeia-se de elementos familiares, desde o toque do telemóvel "Twisted Nerve" de Bernard Herrmann, que acompanhou a arrepiante caminhada de Daryl Hannah em “Kill Bill Vol.1”, até ao carro amarelo com barras pretas, “vestido” exactamente igual a Uma Thurman. Também de “Kill Bill Vol.1” vêm os agentes McGraw, pai e filho interpretados, respectivamente, por Michael e James Parks. As paredes estão repletas de posters, e apetece parar cada frame e analisar com atenção todos os detalhes, sabendo de antemão que todos eles foram pensados com extrema minúcia.
E para quem se canse do carácter ‘self-conscious’ das excessivas referências, ou ache insuficiente a moralidade subjacente do “cá se fazem cá se pagam”, basta deixar-se inebriar pelo sentimento de perigo real providenciado pela incrível perseguição final, onde o CGI não tem lugar e onde Zoë Bell é simplesmente impressionante.
Uma nota ainda para a sempre boa selecção de banda sonora, de onde destaco JEEPSTER dos T-Rex, HOLD TIGHT dos Dave Dee Dozy Beaky Mick and Titch e, para terminar, a viciante CHICK HABIT de April March (versão da música de Serge Gainsbourg “Laisser Tomber les Filles” popularizada por France Gall).
“Death Proof” foi idealizado para ser apresentado em sessão dupla em conjunto com o filme “Planet Terror”, o filme de Robert Rodriguez que entre nós deverá estrear em Setembro. Espero, pelo menos, que “Death Proof” seja reposto nessa altura para permitir que a experiência seja feita na sua totalidade. Ainda assim, como obra individual (e com a vantagem de termos ganho 27 minutos face à versão americana) “Death Proof” é imperdível.
terça-feira, 24 de junho de 2008
AMIGO URSO
Ativistas defendem que Ram, analfabeto, desconhece a legislação que proíbe a domesticação de animais selvagens e nunca explorou o animal para fins comerciais.
O urso foi encaminhado a um zoológico, onde está isolado e se recusa a comer, e a filha de Ram está em um orfanato estatal.
Ram Singh Munda encontrou o urso órfão e o domesticou para fazer companhia à filha de seis anos, que havia perdido a mãe (Foto: Associated Press)
fonte: G1
NAVE ERRANTE
ROLAND TOPOR
Literatura
A obra literária mais famosa de Topor é o romance "O Inquilino" ("Le Locataire Chimérique"), publicado pela primeira vez em 1964. O livro conta a história de um parisiense, descendente de poloneses, que aluga um apartamento e começa a ter problemas depois da mudança. O livro explora os temas da alienação e identidade, e faz perguntas perturbadoras sobre como definimos quem somos.
O livro foi adaptado na forma de filme pelo diretor polonês Roman Polanski, em 1976.
Roland Topor trabalhou em diversos filmes de animação, em parceria com o diretor francês Rene Laloux. O primeiro curta da dupla foi "Les Temps Morts", de 1964, seguido por "Les Escargots", em 1965.
Seu trabalho mais famoso foi o longa-metragem "La Planète Sauvage", de 1973. O filme mostra um planeta habitado por gigantescos humanóides azuis que têm seres humanos como animais de estimação - história adaptada de um romance do escritor francês Stefan Wul. Topor fez o design do filme, considerado até hoje como o único longa-metragem de animação feito com essa técnica de recortes.
Topor também trabalhou no cinema, mas como ator. Seu papel mais conhecido é o de Renfield no filme Nosferatu: Phantom der Nacht, de Werner Herzog, em 1976.
Cronologia
1938 - Nasce a 7 de Janeiro em Paris, França.
1962 - Cria o Mouvement Panique com Alejandro Jodorowsky e Fernando Arrabal.
1961 a 1965 - Contibui para a revista francesa Hara Kiri.
1971 - Cria os desenhos da introdução do filme Viva La Muerte, de Arrabal.
1973 - Cria o design do filme Planéte Sauvage, de René Laloux.
1976 - Roman Polanski dirige a versão cinematográfica do romance "O Inquilino".
1979 - Faz o papel de Renfield no filme Nosferatu de Werner Herzog.
1983 - Cria a popular série de TV francea Téléchat, com Henri Xhonneux, uma paródia de telejornal apresentado por marionetes.
1997 - Morre a 16 de Abril, em Paris, vítima de uma hemorragia cerebral
ELZA SOARES, PARABÉNS
Elza Soares nasceu em 23 de Junho de 1937 no Rio de Janeiro. Filha de uma lavadeira e de um operário, foi criada na favela de Água Santa, subúrbio de Engenho de Dentro. Cantava, desde criança, com a voz rouca e o ritmo sincopado dos sambistas de morro. Aos 12 anos, já era mãe e aos 18, viúva. Foi lavadeira e operária numa fabrica de sabão e, com 20 anos aproximadamente, fez seu primeiro teste como cantora, na academia do professor Joaquim Negli, sendo contratada para cantar na Orquestra de Bailes Garan e a seguir no Teatro João Caetano. Em 1958, foi a Argentina com Mercedes Batista, para uma temporada de oito meses, cantando na peça Jou-jou frou-frou. Quando voltou, fez um teste para a Rádio Mauá, passando a se apresentar de graça no programa de Hélio Ricardo. Por intermédio de Moreira da Silva, que a ouviu nesse programa, foi para a Rádio Tupi e depois começou a trabalhar como crooner da boate carioca Texas, no bairro de Copacabana, onde conheceu Silvia Teles e Aluísio de Oliveira, que a convidou para gravar. No seu primeiro disco, gravado em 1960, pela Odeon, cantou Se acaso você chegasse (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins), alcançando logo grande sucesso. Esse samba fez parte de seu primeiro LP, com o mesmo titulo da música. A seguir, foi para São Paulo SP, para trabalhar no show Primeiro festival nacional de bossa nova, no Teatro Record e na boate Oásis, gravando depois seu segundo LP, A bossa negra. Em 1962, como artista representante do Brasil na Copa do Mundo, que se realizava em Santiago, Chile, cantou ao lado do representante norte-americano, Louis Armstrong. Nessa época ficou conhecendo o futebolista Garrincha, com quem casaria mais tarde. No ano seguinte, gravou pela Odeon o LP Sambossa, tendo como destaque as músicas Rosa morena (Dorival Caymmi) e Só danço samba (Tom Jobim e Vinícius de Moraes); e, em 1964, lançou pela Odeon Na roda do samba (Orlandivo e Helton Meneses), faixa-título do LP. Realizando inúmeras apresentações pelo Brasil e nas emissoras de televisão, os LPs se sucederam: em 1965, foi a vez de Um show de beleza, pela Odeon, com, entre outras, Sambou, sambou (João Melo e João Donato), e Mulata assanhada (Ataulfo Alves); em 1966, saiu pela mesma gravadora o LP Com a bola branca, onde cantou Estatuto de gafieira (Billy Blanco) e Deixa a nega gingar (Luís Cláudio). Apresentou-se, em 1967, no Teatro Santa Rosa, no show Elza de todos os sambas, e, novamente pela Odeon, gravou em 1969, o LP Elza, Carnaval & Samba, cantando sambas-enredo, como Bahia de todos os deuses (João Nicolau Carneiro Firmo, o Bala, e Manuel Rosa) e Heróis da liberdade (Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira). Em 1970 foi para a Itália, apresentando-se no Teatro Sistina, em Roma, e gravando Que maravilha (Jorge Ben e Toquinho) e Mascara negra (Zé Kéti). Nesse mesmo ano, gravou o LP Sambas e mais sambas, pela Odeon, interpretando músicas como Maior é Deus (Fernando Martins e Felisberto Martins) e Tributo a Martin Luther King (Wilson Simonal e Ronaldo Bôscoli). De volta ao Brasil, em 1972, lançou, pela mesma etiqueta, o LP Elza pede passagem, onde interpretou Saltei de banda (Zé Rodrix e Luís Carlos Sá) e Maria-vai-com-as-outras (Toquinho e Vinícius de Morais), e apresentou-se no teatro carioca Opinião, no show Elza em dia de graça. Ainda nesse ano, passou uma temporada realizando um show no navio italiano Eugênio C, fez um espetáculo de duas semanas na boate carioca Number One, cantou no Brasil Export Show, realizado na cervejaria Canecão, do Rio de Janeiro, e recebeu o diploma de Embaixatriz do Samba, do conselho de música popular do Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro. Em 1973, gravou o LP Elza Soares, pela Odeon, cantando Aquarela brasileira (Silas de Oliveira) e Pranto de poeta (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito); e apresentou-se no show Viva Elza, que estreou no T.B.C., na capital paulista, e que depois foi levado em vários Estados. Nos dois anos seguintes, lançou pela Tapecar mais dois LPs, Elza Soares, com Bom-dia, Portela (Davi Correia e Bebeto de São João) e Chamego da crioula (Zé Di); e Nos braços do samba, com faixa-título de Neoci Dias e Dida. Gravou ainda Pilão+Raça=Elza (1977), Somos todos iguais (1986) e Voltei (1988). A partir de 1986, com a morte de Garrinchinha, seu filho com o jogador de futebol Garrincha (1933 – 1983), passou nove anos na Europa e nos EUA De volta ao Brasil, gravou em 1997 o CD Trajetória, só de sambas, com músicas de Zeca Pagodinho, Guinga e Aldir Blanc, Chico Buarque, Noca da Portela, Nei Lopes e outros. Nesse mesmo ano, saiu o livro Cantando para não enlouquecer, biografia escrita por José Louzeiro (Editora Globo).
Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira Art Editora e PubliFolha
DERCY GONÇALVES, 101 ANOS
Amor proibido Filha de alfaiate e neta de coveiro, Dolores Gonçalves Costa (nascida a 23 de junho de 1907), ficou sem a mãe muito cedo. A lavadeira Margarida descobriu que o marido tinha uma amante. Ofendida e humilhada, arrumou as trouxas e foi para o Rio de Janeiro, largando os sete filhos para que o infiel tomasse conta. Vitória, a amante de seu Manoel, passou a frequentar a casa. "Ficavam namorando na sala, de mãos dadas. Mas papai nunca assumiu o romance. A certa altura da noite, ela ia embora." Dercy, bilheteira de cinema, escandalizava a cidade ao pintar o rosto como as atrizes dos filmes mudos. Dançava para alegrar os hóspedes do Hotel dos Viajantes em troca de um prato de comida. Na missa, de vestido de chita, cantava de pé num banquinho abraçada à imagem de Jesus. Aí se apaixonou por Luís Pontes, um rapaz de bons modos. "Foi a primeira pessoa que me deu carinho. Mas a família dele proibiu o namoro." Quando encontrou a companhia de teatro mambembe, Dercy tinha todas as razões do mundo para fugir de casa.
Em Conceição de Macabu (RJ), passou a ser assediada pelo cantor Eugenio Pascoal. "Não sabia que eu era moça, não tinha virado mulher." Só tomou coragem para se entregar quando a turnê chegou a Leopoldina (RJ), duas semanas depois. Gentil, Pascoal saiu do quarto para que ela colocasse a camisola feita de saco de arroz. Tinha até inscrito no peito: "Indústria Brasileira de Arroz Agulhinha, arroz de primeira." Os carinhos preliminares não a incomodaram, mas quando ele a penetrou Dercy deu um pulo. Viu que estava sangrando e imaginou-se ferida. "Sentei o pé nele e saí porta afora. Socorro! Esse homem me furou! Imaginei que tinha enfiado um facão e rasgado minhas tripas." Nunca mais houve clima para romance, mas eles se tornaram grandes amigos, até Pascoal morrer, tuberculoso. Pior: contagiou Dercy. Foi quando ela encontrou Ademar Martins, exportador de café mineiro, casado, muito católico. Levou-a para um sanatório perto de Juiz de Fora, aparecia uma vez por semana para vê-la e pagar a conta. Depois, instalou Dercy num hotel na praça Tiradentes, no Rio. Só então transaram pela primeira vez. Nasceu Dercimar, a única filha de Dercy. "Teve aulas de boas maneiras, aprendeu francês e casou com um quatrocentão da Tijuca. É uma dama na expressão da palavra", deleita-se Dercy.
Escola de irreverência Estrela das comédias da praça Tiradentes e das revistas musicais do Cassino da Urca, fez do palavrão cavalo de batalha. "Sou um retrato do País, que é a própria escrotidão", dispara. Ao imitar os trejeitos de Carmen Miranda, coçava o corpo todo. Ironizava o caminhar manco de Orlando Silva e fazia troça do vozeirão de Vicente Celestino. Fez 36 filmes e, a partir de 1957, entrou também na televisão. Nos anos 60, Consultório sentimental, na TV Globo, uma espécie de talk-show primitivo ela esculhambava o convidado, chegou a ter 90% da audiência dos aparelhos ligados. "Sou uma escola de irreverência." Dercy chega aos 92 anos sozinha. Casou na década de 40 com o jornalista Danilo Bastos, dez anos mais jovem. "Não era amor, e sim troca." Teve um caso tórrido com o acrobata Vico Tadei, mas amor verdadeiro, de chorar, só o Luís Pontes, o rapaz de bons modos de Madalena. "Escrevia cartas e as lágrimas caíam no papel. Mas o tempo passou e eu esqueci Luís Pontes. Ai de nós se não houvesse o esquecimento."
VOCÊ SABIA?Construiu um túmulo do lado de fora do cemitério de Madalena, porque dentro não cabia. O mausoléu tem 120 metros quadrados de mármore em forma de pirâmide. "Hoje a cidade me aplaude. Até museu fizeram para preservar a minha história."
BRASIL CAMPEÃO DE 58, 50 ANOS
FRANK ZAPPA
Zappa ficou conhecido como grande sátiro pelas suas composições iconoclastas e foi pioneiro do estilo freak rock, além de ser criador da fusão de jazz e música clássica. Como guitarrista, foi várias vezes, e sem razão, subestimado, deixando, entre variadíssimas outra coisas, um legado fantástico de solos electrizantes. Ele próprio nunca se considerou um instrumentista virtuoso, assumindo-se acima de tudo como compositor.
Em 1964, em Los Angeles, fundou o grupo, Mothers of Invention, a partir dos Soul Giants (antiga banda de bares). O nome devia ter sido apenas Mothers, mas "por necessidade" como explica, e por a editora se recusar a editar um disco cujo nome era evidentemente uma contracção de Motherfuckers(!). Devido ao seu rigor na execução técnica das canções e à não admissão do uso de drogas durante os ensaios e apresentações (ele próprio nunca as consumia), Zappa via mudar frequentemente a composição do grupo. Nos seus espectáculos, combinava música experimental improvisada onde estavam sempre presentes as suas comédias surrealistas e sátiras anárquicas, com adereços especiais e improvisações dramáticas. Entre os músicos que ele lançou estão nomes como Jean-Luc Ponty, Steve Vai, Bob Martin e muitos outros.
Zappa, sempre activista em campanhas e movimentos, chegou a candidatar-se à presidência dos EUA. O projecto foi abortado pela súbita doença que o atacou.
Se a sua personalidade complexa e a sua música, muitas vezes controversa e difícil, fazem com que seja atacado por muitos, é por outros considerado um dos maiores génios musicais de todos os tempos.
Faleceu devido a um cancro na próstata em 4 de Dezembro de 1993.