segunda-feira, 23 de junho de 2008

DEAD KENNEDYS

História

A história do Dead Kennedys começa quando Eric Boucher respondeu a um anúncio que procurava por vocalistas para uma nova banda de rock. O autor do anúncio era o guitarrista East Bay Ray. Logo após, Eric assumia a alcunha de Jello Biafra, baseado na fracassada guerra civil nigeriana, na qual a região sudeste da Nigéria tentou se tornar idependente proclamando a República de Biafra. Os dois se juntariam ainda ao baixista Klaus Flouride, a um segundo guitarrista conhecido apenas pela alcunha de "6025" e ao baterista Bruce Slesinger. O ano era 1978, a política americana agonizava nas mãos conservadoras e a repressão e a insatisfação social tornava o período excepcionalmente propício para o surgimento de uma nova tendência musical: o hardcore - uma evolução americana e agressiva do punk inglês.
Seguindo a linha de pensamento anárquica de Biafra, a banda desde cedo se focou nas letras e na ideologia nelas contidas, abusando de sátiras irônicas e ácidas para criticar diversos temas socio-politicos americanos, como o consumismo, o "American Way of Life", as guerras, os políticos liberais conservadores, a igreja, a polícia entre outras.
Em 79, o então misterioso guitarrista "6025", deixa de integrar a banda oficialmente (mas continua se apresentando com a banda e ajudando com composições).
Ainda em 79 surge o primeiro single da banda: "California Übber Alles", uma crítica direta ao então governador da Califórnia, Jerry Brown. Após o sucesso, o grupo lança mais um compacto com a badalada "Police Truck", criticando a violência policial e a famosa "Holiday In Cabodia", um hino antibelicista repleto de ironia e humor negro.
Nesse mesmo ano, Jello Biafra, bissexual assumido, militante político anarquista e agitador cultural de uma nova vanguarda musical, candidata-se ao cargo de prefeito de São Francisco. Entre suas propostas, previa que os políticos fossem obrigados a circular com um nariz de palhaço e que os policiais fossem escolhidos em votação direta com a população. Com slogans como "Apocalipse agora! Jello para prefeito", alcançou o quarto lugar com mais de 6 mil votos.
Em 1980 é lançado o clássico "Fresh Fruit for Rotten Vegetables" em parceria com a gravadora idependente I.R.S. que rendeu um disco de ouro à banda na inglaterra. Disparando para todos os lados - políticos, polícia, igreja, escola, estado, sociedade, tv - é considerado um dos melhores álbuns da banda até hoje.
Devido as imposições contratuais regidas pela então gravadora, Biafra decide montar seu próprio selo, a Alternative Tentacles (que mais tarde lançaria bandas consagradas como Black Flag, Brujeria, 7 Seconds, The Melvins e Bad Brains).
Em 81 lança pelo novo selo o EP "In God We Trust, inc.", uma prévia do segundo álbum onde se destaca toda a ironia e acidez da banda sobre a igreja. Logo em seguida é lançado o compacto "Too Drunk to Fuck" que apesar de proibida alcançou muito espaço nas rádios. Neste mesmo compacto foi gravada a polêmica música "Nazi Punks Fuck Off" escrita devido ao descontentamento de Jello em relação aos nazi-fascistas que começavam a surgir na cena punk, e também para atacar seus inimigos declarados: o Exploited, uma banda punk formada em Edinburgo, Escócia em 1980, acusada de várias atitudes fascistas, como a declaração do vocalista de que odiava negros e latinos e espancamento dos mesmos nos shows da banda.
Em 82 Slesinger, então baterista, deixa a banda e em seu lugar entra Darren H. Peligro.
Também em 82, com a nova formação, lançam o segundo álbum da banda, o "Plastic Surgery Disasters" apresentando a já habitual irreverência da banda unida a um som melhor trabalhado e mais maduro do que os álbuns anteriores.
Em 85 sai o polêmico "Frankenchrist", trazendo um encarte do artista suiço H.R. Ginger (Landscape No. 20: Where We Are Coming From) mostrando ilustrações de pênis e vaginas, gerando o maior processo criminal na carreira da banda, que se arrastaria por dois anos. Processados por distribuição de pornografia a menores, a banda teve as cópias do disco apreendidas e entrou em recesso. É criada então a No More Censorship Defense Fund, uma organização que lutava pelo direito de expressão artistico, tendo como um dos fundadores Jello Biaffra, e após a união com nomes importantes como Frank Zappa, Little Steven e Paul Kantner, conquistam a absolvição da banda por 7 votos contra 5, alegando que o encarte estava dentro de um contexto artístico do disco e que o grupo não obrigava ninguém a consumir seu produto. Com uma musicalidade diferenciada o álbum ainda gera controvérsias entre os fãs da banda.
Lançado ainda no meio da batalha legal da banda, em 86 sai "Bedtime for Democracy", último álbum de inéditas da banda, considerado um disco fraco, mas trazendo hits como "Anarchy for Sale". Depois desse trabalho os Kennedys resolvem se separar e dar continuidade aos projetos pessoais de cada um. Biafra seguiu carreira solo, participou de discos de outros artistas (como o Ministry e o Sepultura) e com a Alternative Tentacles, passou a produzir outras bandas.
Em 87 foi lançado "Give me Convenience or give me Death", uma compilação dos sucessos da banda.
Jello é então processado pelos outros ex-integrantes da banda, que alegavam que os direitos autorais não foram pagos corretamente. Em 2000 Jello Biafra perde a batalha legal contra o baixista Klaus Floride, o guitarrista East Bay Ray e o baterista Darren H. Peligro, perdendo o controle sobre o catálogo da banda, embora mantivesse os direitos autorais por ser autor da maior parte das músicas.
Em 2001 saiu "Mutiny on the Bay", único registro oficial ao vivo da banda, contendo os hinos "California Ubber Alles" e "Holliday in Cambodia", além de um dos inúmeros discursos de Jello Biafra contra as guerras.
Também em 2001, trazidos pela produtora idependente Ataque Frontal, o grupo realizou um controverso show no Brasil, sem o vocalista Jello Biafra, que criticou a banda remanescente por ser gananciosa, dizendo em entrevista que "Eles foram à América do Sul enganar os fãs, os fãs têm que decidir se eles querem ou não fazer parte desta farsa".

Discografia

Álbuns de estúdio
1986 - Um deficiente no autocarro
1985 - Frankenchrist
1982 - Plastic Surgery Disasters
1980 - Fresh Fruit for Rotting Vegetables

Álbuns ao vivo
2001 - Mutiny on the Bay
1983 - A Skateboard Party

Coletâneas
1987 - Give Me Convenience or Give Me Death

EP
1980 Fresh Fruit For Rotting Vegetables
1981 In God We Trust, Inc.
1985 Frankenchrist
1987 Give me convenience or Give me death
1986 Bad time to democracy
2001 Munity on The Bay


fonte: Wikipédia/ilustração: ricardo silva

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