O Deus-Verme
Fator universal
do transformismo.
Filho da
teleológica matéria,
Na superabundância
ou na miséria,
Verme -- é o seu nome obscuro de batismo.
Jamais
emprega o acérrimo exorcismo
Em sua
diária ocupação funérea,
E vive
em contubérnio com a bactéria,
Livre das
roupas do antropomorfismo.
Almoça
a podridão das drupas agras,
Janta hidrópicos,
rói vísceras magras
E dos defuntos
novos incha a mão...
Ah! Para
ele é que a carne podre fica,
E no inventário
da matéria rica
Cabe aos
seus filhos a maior porção!
Um comentário :
Poeta único em seu linguajar, extrair da podridão da matéria, a pura poesia.
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