terça-feira, 29 de maio de 2012

ROMY SCHNEIDER


Rosemarie Magdalena Albach (Viena, 23 de setembro de 1938 — Paris, 29 de maio de 1982)

Estava escrito que o sucesso de Romy na tela seria proporcional à desgraça que ela colheu na vida pessoal: o filho morto num acidente, o marido que se suicidou, tudo isso a induziu à morte. Romy ainda era uma garota quando foi escolhida para viver o papel de Sissy numa série sobre a imperatriz Elizabeth, da Áustria. Os três filmes da série esculpiram para ela uma imagem rósea. Romy rebelou-se. Criou papéis que revelaram uma outra mulher: madura, talentosa, sensual. Luchino Visconti foi o artífice da mudança. Deu a Romy o papel de Pupe em O Trabalho, episódio de Boccaccio 70. E foi ainda Visconti quem lhe permitiu exorcizar o mito de Sissy, ao fazer com que interpretasse a amargurada Elizabeth de Ludwig, a Paixão de Um Rei.
Romy era tão linda, tão talentosa. E tinha aquele sorriso triste que grandes diretores, de Visconti a Claude Sautet, souberam explorar tão bem. Foi uma atriz e uma estrela. Nascida na Áustria, surgiu no cinema alemão. Por isso mesmo, o cineasta Alexandre Astruc disse um dia que ela foi o mais belo presente da Alemanha para o mundo, desde a mitológica Marlene Dietrich.
O público fazia longas filas para ver o psicodrama de Costa-Gavras, o seu mergulho num universo de dor, solidão e morte. Com o tempo, o culto consolidou-se ainda mais, porque a vida de Romy Schneider confundiu-se com a de sua personagem. É impressionante vê-la desglamourizada, envelhecida, expressando toda a dor do mundo no olhar. Seu marido se suicidou, o filho morreu num trágico acidente e Romy, a doce Sissy dos filmes adolescentes dos anos 1950, a atriz que consolidou seu talento nos 60 e a quem Luchino Visconti permitiu, nos 70, que exorcizasse a figura da imperatriz Elizabeth da Áustria (em Ludwig, a Paixão de Um Rei), iniciou um processo autofágico e destrutivo que culminou com sua morte. Suicídio ou acidente? Não se sabe.






































© 2002 NostalgiaBR - Geraldo de Azevedo

Um comentário :

JOPZ_B1B disse...

eu era criança e lembro de ficar fascinado com a beleza dela no filme SISSY A IMPERATRIZ... mas como sempre, cinema é uma grande ilusão, segundo li em uma matéria ela era triste e depressiva...

http://veja.abril.com.br/280404/p_070.html

JOPZ