Fotos de Ricardo Silva
segunda-feira, 30 de julho de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
FERNANDO PESSOA
Cheguei à janela
Porque ouvi cantar.
É um cego e a guitarra
Que estão a chorar.
Ambos fazem pena,
São uma coisa só
Que anda pelo mundo
A fazer ter dó.
São uma coisa só
Que anda pelo mundo
A fazer ter dó.
Eu também sou um cego
Cantando na estrada,
A estrada é maior
E não peço nada.
Cantando na estrada,
A estrada é maior
E não peço nada.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
TORPOR
Por Ticiana Vasconcelos Silva
Parece-me que nunca mais vou te ver por entre os espinhos
Que nunca mais vou te sentir em meu peito dizendo:
"Voa passarinho"
Que o vento jamais soprará novamente a voz dos moinhos
Que susurram o norte da liberdade e a foz dos ninhos
Tenho a impressão de que todas as canções se transformaram em margens de caminhos
Que limitam os dons das emoções e nos deixam sozinhos
Que já não há mais seres celestes e demônios famintos
Apenas meu ser em alguma ilha deserta com mil labirintos
Volto a me consternar com a melodia dos sinos
Que tocam em meu coração e já não mais sinto
Socorro-me na clareza muda dos sorrisos
Mas já não posso mais dizer que sou o que sou.
Então minto.
Fonte: http://paradoxodoser.blogspot.com.br/2012/06/torpor.html
Parece-me que nunca mais vou te ver por entre os espinhos
Que nunca mais vou te sentir em meu peito dizendo:
"Voa passarinho"
Que o vento jamais soprará novamente a voz dos moinhos
Que susurram o norte da liberdade e a foz dos ninhos
Tenho a impressão de que todas as canções se transformaram em margens de caminhos
Que limitam os dons das emoções e nos deixam sozinhos
Que já não há mais seres celestes e demônios famintos
Apenas meu ser em alguma ilha deserta com mil labirintos
Volto a me consternar com a melodia dos sinos
Que tocam em meu coração e já não mais sinto
Socorro-me na clareza muda dos sorrisos
Mas já não posso mais dizer que sou o que sou.
Então minto.
Fonte: http://paradoxodoser.blogspot.com.br/2012/06/torpor.html
HORÓSCOPO
por Zé da Silva
Capricórnio
Seria fácil porque o doutor lhe disse que a pior dor é a da alma.
Então ele se preparou minuciosamente durante anos para o que viria a ser
a realização completa do ser humano. Lâminas afiadas ao ponto de
repetirem ao vivo o brilho de luz emanado nas telas de cinema. O
primeiro pedaço foi de pele. O segundo, depois de uma pequena incisão,
foi um pedaço do fígado, escolhido prioritariamente porque esbagaçado em
anos de bebedeiras. Um dia cortou os tendões acima dos joelhos, o que
não o impediria de andar. Abriu o pescoço e a traqueostomia estava
gabaritada. A ponta da língua ofereceu aos cachorros do vizinho que o
incomodavam o dia inteiro. Rim, baço, o que podia, e sabia, tirava um
pedacinho, que guardava num lindo baleiro antigo, daqueles de rodar,
todos flutuando no formol. O coração preservou, pois este não existia
mais há tempos devido ao massacre próprio e consentido. Um dia comprou
um lindo espelho, moldura de madeira antiga. Para o Ato Final, trilha de
Cat Stevens, menino mergulhado na piscina do clube londrino antigo, o
sangue manchando a água azul e os azulejos brancos encardidos pelo
tempo. O cabo branco da navalha intacta. O corte fundo e com raiva. O
esguicho… o esguicho… filmes japoneses, samurais… que vida… que vida…
quinta-feira, 26 de julho de 2012
TABUBA
A praia Tabuba fica no município de Barra de Santo Antônio, no estado do Alagoas. Tabuba tem um belo visual e piscinas naturais formada por uma barreira de recifes. A água na Tabuba é esverdeada, calma e cristalina.
Fotos de Ricardo Silva
segunda-feira, 23 de julho de 2012
quarta-feira, 18 de julho de 2012
terça-feira, 17 de julho de 2012
QUINO
por Célio Heitor Guimarães
Sabem quem está de aniversário nesta terça-feira 17 de julho?
Joaquín Lavado, o grande Quino, um dos maiores talentos dos quadrinhos e
do cartum dos últimos oitenta anos. Aliás, 80 anos é a idade que o pai
da incomparável Mafalda está completando hoje. É um dos poucos gênios
ainda vivos, graças aos deuses do Olimpo.
Joaquín Salvador Lavado, filho de imigrantes espanhóis, andaluzes,
nasceu na cidade argentina de Mendonza, em 17 de julho de 1932, embora
nos registros oficiais conste 17 de agosto. Como tinha um tio também
chamado Joaquín, pintor e desenhista publicitário, passou a ser chamado
desde logo de Quino. Foi com o tio, aliás, que o pequeno Joaquín
descobriu a sua vocação. Tinha, então, três anos de idade.
Aos quadrinhos, Quino passou a dedicar-se em 1948, quando deixou
a Faculdade de Belas Artes depois do falecimento do pai. A mãe ele
havia perdido três anos antes.
Em 1962, fez a primeira exposição artística em Londres e em 1963 publicou o primeiro livro de cartuns. Em 1964, nascia Mafalda.
Segundo relato do autor ao quadrinheiro brasileiro Álvaro de Moya,
“corria o ano de 1962 e o diretor de uma agência de publicidade pediu
que eu criasse uma historieta para uma série de anúncios da firma de
eletrodomésticos Mansfiel, com as primeiras letras lembrando o nome da
firma. Ma. Mafalda. Os desenhos deveriam ser algo do Dagwood (o marido
de Blondie) e de Peanuts (de Schulz). A agência não aprovou e os
desenhos foram engavetados por dois anos. Um dia, o extinto jornal
Primera Plana pediu-me algo de diferente e eu apresentei Mafalda”.
Primeiro era uma página semanal, a partir de 29 de setembro de 1964. Em
março de 1965, passou a ser publicada em tiras diárias pelo jornal El
Mundo. Com o fechamento do jornal, em dezembro de 1967, a pequenina
Mafalda, de seis anos e todas as questões do planeta na cabeça, começou a
sair em formato de livros, pelo editor Jorge Alvarez, de Buenos Aires,
ganhando o mundo em seis diferentes línguas.
As histórias de Mafalda foram publicadas até 1975, auge da sua
popularidade. Quino “matou-a” por puro cansaço. Conta a lenda que na
última tira, para acabar de vez com a personagem, o autor desnudou-a,
revelando ser ela… um menino.
Depois, com a mesma genialidade, Quino se dedicou por inteiro aos
cartuns, sem personagem fixo, nos quais mantém o estilo simples, mas de
especial criatividade. Continua até hoje um pessimista com a política e
com os políticos, especialmente os da América Latina.
Em reportagem incluída no livro “Quino: Dez Anos com Mafalda”, o
cartunista se confessa um amargurado: “Sou alguém que dramatiza tudo,
que pensa que as coisas vão sair sempre mal, que espera sempre uma
tragédia…”
Não é isso que o mundo pensa dele. Feliz aniversário, grande Quino!
Obrigado pelos momentos de alegria e pura inteligência que nos deu.
Saúde e vida longa, mestre.
MISANTROPIA NO QUINTAL
Por Michel Carvalho (Ataque
Cardíaco)
O que falar dessa lenda viva no hardcore alagoano? afinal, são 20 anos de atitude, de alternativismo,
de faça você mesmo! interagindo com a cena local e resistindo ao tempo
sem abrir mão de seus ideais enguanto banda, sem abrir mão de seu som
simples e direto como eles mesmos dizem, sem deixar de acreditar que o
hardcore tem o poder de disseminar mensagens positivas, de unir pessoas e
suas idéias em comum em prol de um mundo mais justo, livre e
igualitário! esse é o Misantropia!
Imaginem quantas bandas nesses 20 anos não surgiram e se extinguiram,
não é fácil mater uma banda ativa durante tanto tempo, ainda mais tendo
que nadar contra a correnteza, indo na contra mão de todos padrões
musicais e sociais, porém,
não é algo impossível e a Misantropia é a prova viva disso! é preciso
muita percistência, “amor a camisa” e vontade de lutar pelo o que você
acredita, e isso os caras tem!
O som do Misantropia é visceral, uma verdadeira avalanche sonora!
Hardcore/punk no melhor estilo old school! reponsáveis por influenciar
toda uma cena local, tive o prazer de ver a banda em ação 3 vezes e
confesso que a partir dessas apresentações passei a curtir a banda mais
ainda, tanto por sua performace impecável,
quanto por ver como eles conseguirem transmitir as mensagens de suas
músicas de forma tão clara e positiva!
Estas fotos foram feitas domingo passado (15/07/2012), no QUINTAL CULTURAL (http://quintalcultural-mcz.blogspot.com.br/) onde a banda detonou seu som juntamente com as bandas: SCÜMA (Palmeira dos Índios, AL), REVERTER (Maceió, AL) e TUNA PUNK ROCK (São Paulo, SP).
Integrantes:
Ives (Bateria)
Júnior (Baixo)