sexta-feira, 27 de julho de 2012

TORPOR

Por Ticiana Vasconcelos Silva

Parece-me que nunca mais vou te ver por entre os espinhos
Que nunca mais vou te sentir em meu peito dizendo:
"Voa passarinho"
Que o vento jamais soprará novamente a voz dos moinhos
Que susurram o norte da liberdade e a foz dos ninhos

Tenho a impressão de que todas as canções se transformaram em margens de caminhos
Que limitam os dons das emoções e nos deixam sozinhos
Que já não há mais seres celestes e demônios famintos
Apenas meu ser em alguma ilha deserta com mil labirintos

Volto a me consternar com a melodia dos sinos
Que tocam em meu coração e já não mais sinto
Socorro-me na clareza muda dos sorrisos
Mas já não posso mais dizer que sou o que sou.
Então minto.



Fonte: http://paradoxodoser.blogspot.com.br/2012/06/torpor.html

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