Por COSME ROGÉRIO FERREIRA
Quando Graciliano Ramos, então secretário da educação
do Estado de Alagoas, suprimiu das escolas o hino de Alagoas, foi o
maior rebu: acusaram-no de não ser patriota. Segundo esse mestre da
moderna literatura brasileira, o hino era "uma estupidez com
solecismos", e motivar o seu ensino seria o mesmo que motivar o
emburrecimento dos estudantes.
A
mudança foi um dos fatores que desestabilizaram a sua permanência no
cargo, além da falta de "habilidade necessária para prestar serviços a
figurões".
Ao
longo da história, o patriotismo vigorou e o emburrecimento prevaleceu,
tanto estatisticamente – conforme indica nosso baixo IDEB (o mais
baixo do país!) – quanto simbolicamente – como apontou, nesta manhã
(14), a Assembleia Legislativa do Estado, ao manter hasteada uma
bandeira de Alagoas virada ao contrário.
O fato
foi registrado em foto pelo professor Márcio Angelo Vanderlei, um dos
presentes na caminhada dos trabalhadores da rede pública estadual de
educação, e divulgada nas redes sociais. De acordo com que o professor
informou depois, a bandeira retirada por um policial, ao perceberem o
desleixo, a falta de zelo e atenção que aquilo significava.
Eis um
caso em que um símbolo deixa de ser ideologia e realmente faz jus à
realidade: uma bandeira de cabeça para baixo é o retrato de um Estado
de pernas pro ar...
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