Título original: Operazione Paura
Direção: Mario Bava
Ano: 1966
País: Itália
Ano: 1966
País: Itália
por VINA
Em um pequeno e sinistro vilarejo estranhos acontecimentos perturbam a paz da população, misteriosos assassinatos acontecem quando o sino das ruínas de uma velha igreja começam a soar. Um médico legista é chamado para fazer a autópsia dos corpos e descobrir algo em comum entre as mortes, algo que possa levar a alguma explicação racional dos funestos acontecimentos. Mas este médico não encontrará nenhuma explicação racional, e ele deveria saber disso quando assinou o contrato para atuar em um filme de Mario Bava!
Como bom amante do horror, estava mais do que na hora de escrever sobre o maestro do macabro. Falo sem medo de ser crucificado, Bava está no nível de lendas como Hitchcock e Kubrick, e digo mais, ninguém consegue superá-lo na estética visual, assistir um filme de Bava é uma viagem lisérgica pelo medo, em especial esta jóia aqui chamada O ciclo do Pavor.
O roteiro simples é uma marca registrada de Bava, mas não se enganem, simples é muito diferente de ruim, a simplicidade do roteiro é a tela em branco que permite a Bava criar sua narrativa pictórica para contar a história. Quando a tensão do filme aumenta o espectador é induzido ao medo, cores fortes, o claro, o escuro são usados sem nenhuma preocupação com a realidade, estão ali apenas para a sensação visual do medo, a sensação de assistir O ciclo do pavor é a de estar dentro de um pesadelo, onde o inexplícavel é aceito de forma natural.
Neste pequeno fragmento do filme é possível conferir um pouco do lirismo e a atmosfera onírica criada pelo maestro do macabro.
Outro aspecto usado para criar a atmosfera macabra é o som, não vi em nenhum filme antecessor a O ciclo do pavor o som ser explorado de forma tão genial, sempre ouvimos um passo a mais do que o protagonista dá, isso nos deixa a sensação de que ele está sendo seguido e sempre nos sentimos ameaçados, ruídos e sons bizarros se mesclam com a música e criam uma sensação proposital de desconforto que nos propícia ao susto, é aquela coisa, um barulho chato que aumenta e se torna cada vez mais chato até que derrepente uma boneca de porcelana sinistra é jogada na sua cara, não tem como não arrepiar nem que seja um só pêlo.
Todo mundo sabe que o Terror e o pornô são estilos que envelhecem com o tempo, mas isso não acontece com O ciclo do pavor, o filme é de 1966 mas continua com a sua essência macabra intácta e é por essas e outras que considero Bava "O" gênio do horror, não vou falar das atuações, e outras caraterísticas técnicas, porque o que me leva a assistir um filme de Mario Bava é justamente por ser de Mario Bava.
PS: Relendo o texto, percebi um discurso ufanista de minha parte, e vou deixar exatamente assim o texto, por que Mario Bava é do caralho!
FONTE: http://cinefilosofos.blogspot.com.br/2010/09/o-ciclo-do-pavor-operazione-paura.html
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