Morreu na terça-feira (19) Ettore Scola, um dos maiores nomes do cinema italiano. Desde domingo (17), o diretor de 84 anos estava em coma no departamento cardiológico do hospital Policlino de Roma. De acordo com familiares, seu coração parou por “cansaço”.
Scola nasceu em Trevico, uma pequena cidade de mil habitantes na província italiana de Avellino, em 10 de maio de 1931. Antes de virar cineasta, estudou direito em Roma, passando também pelo jornalismo e pelo rádio.
Estreou no cinema em 1964, com a comédia “Fala-se de Mulheres”. Em 1974, ganhou o prêmio César de melhor filme estrangeiro com “Nós que nos Amávamos Tanto” e, dois anos depois, venceu o prêmio de melhor diretor em Cannes por “Feios, Sujos e Malvados”.
Em 1984, ganhou o Urso de Prata no festival de Berlim por “O Baile”. Outras de suas obras mais conhecidas são “Aquele Que Sabe Viver” (1962), “O Jantar” (1998) e “Um Dia Muito Especial (1977)”, que rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator para Marcello Mastroiani.
O cineasta deixa a mulher, a roteirista Gigliola Scola, e as filhas Paola Scola e Silvia Scola, que também seguiram carreira no cinema italiano e fizeram parcerias com o pai.
Sua morte “deixa um enorme vazio na cultura italiana”, afirmou o primeiro-ministro Matteo Renzi. O premiê disse ainda que Scola dominava a “incrível capacidade de leitura da Itália, desde sua sociedade até suas mutações, sentimentos ao longo do tempo e consciência social”.
Já o ministro italiano para os Bens Culturais e Turismo, Dario Franceschini, lembrou o vigor do cineasta. “Um grande professor, um homem extraordinário, jovem até o último dia de sua vida”, comentou no Twitter.
Também na rede social lamentou Juan José Campanella, diretor argentino que levou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010 por “O Segredo dos Seus Olhos”: “Ettore Scola, obrigado por mudar minha vida”, escreveu.
ÚLTIMO TRABALHO
Seu último filme foi “Que Estranho Chamar-se Federico”, de 2013, em que homenageia o amigo e conterrâneo Federico Fellini (1920 – 1993). Destaque no festival de Veneza, o filme conta não só a trajetória de Fellini, mas retrata seu universo e reconstrói a amizade emocionante entre os dois mestres do cinema italiano.
“Precisamos mesmo de outra bela guerra”, diz um dos personagens de “O Terraço”. Roteirista de comédias em crise de criação, revoltado com o neoconformismo de uma Itália americanizada e o capitulacionismo dos companheiros de geração, esse personagem, vivido por Jean-Louis Trintignant, é dos mais autobiográficos de sua obra.Intelectual da esquerda italiana, Scola idealizava o potencial de crítica social da comédia, tendo como mestres Mario Monicelli, Totó e Dino Risi. Em “Feios, Sujos e Malvados”, satiriza a antiga cultura popular solapada pela miséria.
Da Folha.com
FONTE:http://www.zebeto.com.br/ettore-scola-adeus/#.Vp9QkfkrKUk
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