Ticiana Vasconcelos Silva
Olho o profundo de tuas insinuações e me estendo em teus braços para
receber teu aconchego lento, alento da presença, desencontro da
ausência.
Traduzo teus batimentos cardíacos em desejos carnívoros, sede de alma e de beijos, loucura dos sentidos.
Poros em erupção, sangue em ebulição, olhares em sublime contradição e
secreta conexão, lábios se entrepondo no contraponto dos corpos
expostos, cheiros se conjugando e o silêncio diminuindo a distância
entre nós.
Sinto uma profundidade abater toda ausência de explicação e significado e
deixo o mistério ser o córrego que deságua esta magia e descortina
todas as tardes vazias. Magia que se sacia em si mesma, nessa imensidão
de desejos sem fim que se concretizam em apenas um sim.
Sim, eu aceito esse momento como o continuum das metafísicas não condicionadas.
Sim, eu jogo para o alto todas as teorias que escarneceram minha pele e a tornaram agora apenas o mar que te banha de amor.
Sim, eu jogo para o alto todas as teorias que escarneceram minha pele e a tornaram agora apenas o mar que te banha de amor.
Sim, eu te convido para fazer parte da minha miséria e dividir o pão que
o diabo amassou e que eu aceitei como única moeda de liberdade.
Sim, eu troco todas as insígnias de meus sonhos por este acordo de viver um instante de paixão sem razão.
Sim e não mais não, pela liberdade de poder amar mesmo sendo uma ilusão.
E neste tempo ínfimo em que nossas almas se calaram ao nos olharmos, pude tatear-me em tuas próprias mãos.
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