segunda-feira, 27 de junho de 2016

A DISPUTA DA CARNIÇA


por Roberto José da Silva


Como cheira a podre todo este espetáculo! Como dá asco e ânsia de vômito assistir a estes senhores de banho tomado, perfumados, barba feita, roupas bem cortadas, despejando mentiras que eles acreditam serem verdades porque psicopatas alimentados pelo poder que lhes foi outorgado, como dizem no palavrório imbecil, pelo “meu povo”. Ladrões que assassinam quantos ao embolsar o dinheiro que poderia ser útil para aquele fiapo de gente e ignorante que morre sem assistência de qualquer forma nas franjas pobres das cidades ou nos confins do sertão ou da floresta? Ignorantes ou milionários que descobriram na política, cuja missão deveria ser nobre, o caminho dessa doença que é mistura entre poder e cobiça. E eles riem entre eles, como hienas a se alimentar da carniça que não é nada mais do que o que resta dos corpos destes brasileiros que não sabem nada, porque mantidos assim, no cabresto da ignorância, por ser mais fácil conduzir, como bois de carga, espetando as ancas para que andem na direção que eles, estes verdadeiros animais sanguinários, querem, porque o fruto deste esforço, do “meu povo”, é que que vai lhes permitir contar a vantagem do que foi roubado, para que seus filhos e os filhos dos seus filhos não passem dificuldade – e assim, o objetivo é roubar para várias gerações, de onde sairão novos “políticos”, a se perpetuar como a miséria deste país de quinta categoria. Assistimos hoje a um outro espetáculo – o da prisão de alguns. Neste Brasil lindo e tigreiro, é, sim, de se comemorar – mas isto vai até quando? A Justiça, essa outra que faz parte do conluio geral e sempre dormiu em berço esplêndido e dançou a valsa dos poderosos da vez, fez o quê até que estes garotos federais resolvessem colocar sal e sol nas lesmas de sempre? Os “representantes” dos trabalhadores, escorados nos intelectuais da academia que entendem tanto de povo, desde que fiquem longe e obedeçam, fizeram apenas o que sempre foi feito desde que os portugueses começaram a saquear o país depois do descobrimento. O andar de baixo chegou ao andar de cima do poder e se lambuzou da pior forma. Os que estavam acostumados a isso não gostaram, mesmo porque nunca foram incomodados. O espetáculo que se vê, portanto, é inédito só porque um tico da parte podre e que sempre existiu, foi mostrado. A indignação vem mais dessa classe média que se acha inteligente, ou seja, o pior tipo. Parece que gritam: os meus ladrões eram melhores, porque não se deixaram ser pegos e mantinham uma postura condizente. Que tristeza! Assim, a briga pelo poder maior tem como protagonistas os mesmos. E isso se reflete pelo país inteiro. O cheiro continua. O país é grande. Há muita carniça ainda a ser disputada.


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