terça-feira, 8 de julho de 2008

JENNY SAVILLE


Jenny Saville pinta retratos intimistas, auto-retratos e paisagens corpóreas à escala de cartazes publicitários. Trabalhando em telas aos poucos, ao longo de anos, algumas com dimensões superiores a quatro metros de largura, esculpe a tinta de óleo em montículos de carne, representando-se incrivelmente obesa ou praticando cicatrizes de escrita na sua pele pintada.
Outras vezes a forma humana é reduzida a cortes da carne por linhas de demarcação entalhadas na superfície envolvente a cada membro, como num carniceiro ou na sala de operações de um cirurgião plástico. Através do estudo de revistas de anatomia e de cirurgias de recosntrução plástica, Saville adquiriu uma compreensão do excesso de gordura e de como o corpo pode ser moldado a paritr do interior.
As suas visões carnais surgem como se uma mão invisível estivesse a intervir no interior de um seio ou do estômago e na sua colaboração com o fotógrafo de moda Glen Luchford ela realiza a sua própria reconfiguração corporal e desfiguração esborrachando-se contra um plano de vidro.
Sendo uma artista conceptual, a interrogação feminista de Saville sobre os pintores masculinos predatórios da história da arte repega no elenco das senhoras obesas à Rubens, representando-as como vultos desprovidos de qualquer romantismo e substitui o tradicional nu reclinado por um transsexual Matris, 1999.


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