Mary Jane West (17 de agosto de 1893, Brooklyn, New York, EUA – 22 de novembro de 1980)
Devo confessar que estou um pouco
assustado com Mae West. Durante a dupla sessão de seus 2 primeiros
filmes como protagonista, "She done him wrong" e "I'm no angel" (ambos
de 1933), por vários momentos, me peguei chocado com a audácia desta
mulher.
Não há perdão para o fato de eu não ter visto nenhum de seus
filmes até hoje, se bem que, se não fosse pela internet, encontrá-los em
lojas e locadoras talvez fosse uma árdua batalha. Ela tem o total de 12
filmes em sua filmografia, ou seja, poucos. Mesmo assim ela é uma das
atrizes mais lembradas da Hollywood Clássica. Talvez usar a palavra
atriz seja incorreto ao se referir a Mae West, ela não é uma atriz. Ela é
uma performer, uma show-girl (assim como a maioria de suas personagens).
Mae West tinha 40 anos quando
fez seus primeiros filmes, idade em que a maioria das beldades femininas
da Hollywood Clássica começam a decadência em suas carreiras. Com
bastante experiência no teatro de variedades nos Estados Unidos, Mae
West escrevia suas próprias peças, assim como escreveria seus filmes
posteriormente. Não sabia o que esperar de Mae West, tão famosa pelas
suas frases de efeito... Mas, o seu primeiro filme "She done me wrong"
não causou em efeito muito bom em mim.
Talvez estivesse esperando a
atriz, não a performer. Este filme é baseado numa peça anterior da moça,
e, cinematograficamente, é bem simples. O maior interesse dele é,
provavelmente, a estreia de Mae como a estrela mais atrevida do cinema.
Deparei-me com uma mulher roliça, com um andar extravagante, um olhar
sempre caído e um sorriso malicioso. Parece sexy o suficiente para você?
A cada frase de Mae West a
palavra sexo parece que vai pular da boca dela. E isto de uma forma tão
desenvergonhada, que nos faz indagar sobre o nosso próprio pudor. Sem
dúvida, ela é uma vanguardista (ela chegou a ser presa por atentado ao
pudor ao escrever a peça "SEX"). Completamente à vontade com um assunto
tabu nos anos 1930, Mae West mostra que mulher também tem desejos. Logo,
em 1935, a censura vai chegar com força ao cinema americano e impedir
que Mae West seja tão direta como em seus dois primeiros filmes.
Se o primeiro filme de Mae não
me conquistou, no segundo "I'm no angel" ela me seduziu. Suas
personagens (que, ao que parece, são todas a mesma persona) tem
uma autoconfiança sem limites e uma vulgaridade charmosa. Os diálogos
são engraçadíssimos, ela tem tiradas deliciosas, picantes... e ainda
temos a presença do muito jovem Cary Grant (que também está no primeiro
filme, mas que está bem melhor no segundo).
Não dá para deixar de lado as grandes tiradas de Mae West. Aqui vão algumas dos filmes:
"Encontrei homens que não sabiam como beijar. Sempre achei tempo para ensiná-los."
"Quando sou boa sou ótima!!!! Mas quando sou má, sou melhor ainda."
"Não são os homens na minha vida que importam, é a vida nos meus homens."
"Mulher é como um chá, nunca se sabe o quão forte ela é até colocá-la na água quente."
Eu mesma escrevi a história. É sobre uma menina que perdeu a reputação e jamais sentiu falta dela."
Salvador Dali, Mae West
Fonte: http://clubedofilmeleleo.blogspot.com/2011/02/conhecendo-mae-west.html
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