A Federação Sueca promoveu nesta terça-feira (14.08) o encontro entre os finalistas do confronto Brasil x Suécia que decidiu a Copa do Mundo de 1958. Os ex-jogadores se reuniram no mesmo Estádio Rasunda, palco daquele jogo histórico, no dia 29 de junho.
Pelé, Zito, Pepe e Mazzola, os brasileiros presentes, vestiram a camisa da Seleção Sueca. Foram abraçados de maneira emocionada pelos adversários de 1958, com alguns jogadores suecos mostrando recortes de jornal da época sobre o jogo. “Acabei de falar com meus companheiros. Temos de agradecer muito a Deus por estarmos vivos e por estarmos aqui agora. Muitos dos jogadores do Brasil já se foram, mas tenho certeza de que estão tão felizes quanto a gente”, disse Pelé.
Um sueco perguntou por Garrincha. “Ele deve estar lá no céu vendo a gente aqui”, completou o Rei do futebol.
Pelé se emocionou ao voltar ao gramado do Estádio Rasunda. “Tudo o que consegui na minha vida começou aqui. Tinha 17 anos e não podia imaginar que, a partir daquela final contra a Suécia, eu chegaria tão longe na carreira. Naquela época, não era só o futebol brasileiro que era desconhecido. O Brasil também. Tenho muito orgulho de ter ajudado a tornar o Brasil conhecido em todo o mundo a partir de 1958.”
Rafael Maranhão
Pelé, o engraxate
Ao entrar no mesmo vestiário, de 54 anos antes, Pelé chamou Zito para um canto e repetiu um gesto carregado de simbolismo. Sentado, pediu para o ex-meio campista levantar o pé e simulou engraxar o sapato daquele que foi seu capitão no Santos nos anos 50/60 e titular da Seleção Brasileira na Suécia, em 1958, e no Chile, em 1962.
“O Pelé me respeitava muito. Mesmo depois de consagrado, no Santos e na Seleção Brasileira, eu era quem chamava a atenção nos momentos necessários dos jogos. Ele me tinha como seu padrinho”, relembra Zito, que lamentou a demolição do estádio Rasunda. “Isso aqui é emocionante, depois de tantos anos o estádio tá lindo, limpo, fantástico. Cada martelada aqui a gente vai sentir no coração”.
Roubando a bola
José Altafini, o ex-atacane Mazzola, conta que só foi entender a exata dimensão da conquista da Seleção Brasileira muitos anos depois. “Era muito novo, não percebi direito a importância do que ser campeão do mundo representaria na minha vida e na carreira”.
Do jogo final contra a Suécia, a que assistiu de terno da arquibancada - naquela época não havia substituição e os jogadores não ficavam no banco de reservas - Mazzola se lembra de uma cena que o marcou. “Assim que o juiz apitou pulamos para o gramado para abraçar e comemorar com os companheiros. Vi quando o Mário Américo, o massagista, roubou a bola do juiz e saiu correndo. O público sueco vibrou.”
Pepe, ex-ponta-esquerda, também não entrou em campo para jogar. Mas da comemoração, ele não se esquece. “Demos a volta olímpica e nos reunimos no centro do campo. Saudamos a torcida, levantamos as bandeiras do Brasil e da Suécia. Esse foi o momento mais especial”
Rafael Maranhão
Convite
Em meio às recordações, os jogadores homenageados também responderam aos jornalistas suecos. Embaixador honorário do Mundial de 2014, Pelé agradeceu o carinho e fez um convite: “Em nome da presidenta Dilma, convido a todos para irem ao Brasil assistir à nossa Copa”, e brincou, “só não vai dar para ver a Suécia campeã”.
*ASSISTA TAMBÉM OS VÍDEOS COM AS ENTREVISTAS DE NOSSOS JOGADORES QUE FORAM HOMENAGEADOS .( No endereço abaixo)
Fonte: http://www.copa2014.gov.br/en/node/5407
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