Dificil encontrar uma categoria para “enquadrar” o outsider fotógrafo
tcheco Jan Saudek, que não seja injusta. Seu peculiar trabalho extrapola
qualquer delimitacão que possamos tentar criar.
De sua verve
brotam imagens de violento apelo sexual, mas ao mesmo tempo extremamente
gráficas e artísticas pelo acentuado uso da cor, que em suas obras
funcionam como forma e não somente como suporte.
Já dizia Weston em seus “daybooks” que os fotógrafos erram em não pensar na cor como forma. Através dela pode-se dizer coisas que não são possíveis com outro tipo de filme.
Já dizia Weston em seus “daybooks” que os fotógrafos erram em não pensar na cor como forma. Através dela pode-se dizer coisas que não são possíveis com outro tipo de filme.
Na obra de Saudek os nús , sempre eróticos, são reforçados
pelo uso exarcerbado da cor saturada, característica de suas imagens
desde o início, embora o fotógrafo se aventure vez ou outra em preto e
branco, com ótimo resultado.
Saudek usa seu talento criando imagens oníricas que formam um contraponto com a realidade política e densa de seu país.
Suas
referências principais são aquelas imagens pornográficas feitas em
estúdio do século IX, pinturas clássicas e retratos históricos. Saudek
utiliza fundos pintados, elaboradas vestimentas de suas personagens, na
maioria mulheres - o homem é quase sempre representado pelo próprio
fotógrafo - onde ele é o voyeur e o personagem de sua criação.
Jan Saudek uma vez disse que não tem capacidade para retratar a vida dos outros. Por isso sempre retrata a sua própria.
Jan
Saudek nasceu em 1935, em Praga e começou a fotografar como amador em
1950 com uma Baby Brownie Kodak, câmera que usou até 1963, ano em que
viu a mostra de Steichen “The Family of Man”. Ai decidiu que a
fotografia seria sua profissão. Ele vive e trabalha ainda em Praga.
Texto tirado de :
Realities
Jan Saudek
Textos de John Wood e James Crump
Arena Editions
Realities
Jan Saudek
Textos de John Wood e James Crump
Arena Editions
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