por Zé da Silva
Libra
Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/page/2/
Libra
Copo de cólera e calo com tempero. Parou no banho do livro e entrou
no Brasileirinho do documentário. Vivia assim. Bate o pandeiro de
Jorginho e o coração ao saber irmão este de Dino Cordas. Chorou também.
Até entrar no bonde de Santa Tereza e sentir o cheiro da Lapa na brisa
pendurada no estribo. Sexo no livro. Como pode alguém assim, Nassar,
Raduan, fazer ? Um ponto final apenas. Em cada capítulo. O cotidiano com
travessões, atropelamentos, interrogações, exclamações, dúvidas - e ele
a escrever sobre a barra da calça roçando no piso, corpos, cheiros,
pensamentos, tudo, enfim, até o ponto. Final de capítulo. Vira a página.
Desliga o canal. Brasil. Um vento frio entra pela janela e o pé de café
ao lado balança na realidade que é a melhor ficção. O celular toca. Não
há como ouvir. Ponto negro. Sem final. Sem começo. Alguém tem de pagar
essa conta.
Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/page/2/
Nenhum comentário :
Postar um comentário