terça-feira, 27 de setembro de 2011

RONALD GOLIAS

São Carlos, 4 de Maio de 1929 — São Paulo, 27 de Setembro de 2005

Por Roberto José da Silva

A praça está cada vez mais triste. Gigante, você foi embora e o Cride entrou em depressão. Ele não fala mais nada pra mãe. Só ouve notícias que não combinam com aquilo que você tão bem sabia expressar. Está tudo tão estranho! Hoje só temos trapos de família. E os malas politicamente corretos. Um pum se tranforma em boom. Monitoramento, como gostam de arrotar. Falsos bem comportados. É, meu caro, está tudo um cocô – e não tem nada a ver com aquela sua performance clássica, de improviso, aquela que fez o Carlos Alberto de Nóbrega quase ter uma síncope, de tanto rir, quando você descreveu aquilo que todo mundo olha quando faz e deu nome aos tipos. A merda hoje é jogada na nossa cara com o que os nobres políticos falam e fazem e também com as notícias dessa invenção chamada celebridade. Não tem graça, mas também não tem nada mais. Todo mundo anestesiado com doses cavalares de imbecilidade explícita. Que falta você faz, Golias. Seu rosto que era um desenho alegre, a roupa, o chapéu, enfim, sua alma feita para nos fazer alegre neste mundão. Saudade.

Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/

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