Por Roberto José da Silva
No país onde impera a canalhice, a ladroagem, onde os pulhas se protegem
atrás de gravatas e discursos mentirosos, os professores são
maltratados, recebem salário de fome, são esmagados como sub-classe
social, numa estratégia de horror onde o meio e o fim é manter a
ninguenzada como autômatos que não conseguem pensar e enxergar o esbulho
constante, a manutenção da escravatura disfarçada, o fosso abismal
entre os que nem sabem onde gastar e os que precisam do esmolê público
para sobreviver como bichos. Escroto é um país onde a mais nobre das
profissões é assim tratada. Os missionários da luz do conhecimento, que
há tão pouco tempo entravam em nossas vidas para sempre, agora correm
riscos de agressão dentro das salas de aula e são espancados toda vez
que recebem o contracheque com as migalhas mensais. A dedicação da
maioria que não desistiu deste circo do horror deveria servir como tapa
na cara dos hipócritas que contabilizam números e fazem questão de não
enxergar o óbvio, porque não convém. São lembrados em tempos como o de
agora, de campanha. Mas… e depois? O país forma milhões de analfabetos
funcionais todo ano e a balela é divulgar o objetivo de se distribuir
engenhocas da informática – talvez se pressupondo que a tela fria de
acesso global vá substituir alguém de carne, osso, alma, coração, amor e
dedicação ao ensino.
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