por Zé da Silva
Virgem
O abacateiro se foi. Ficou a música do Gil. E uma brisa lá dos confins. Que driblou a montanha. Varreu a planície. Lambeu os sítios. Cheirou as frutas penduradas nos pés de pau. Entrou pelas vielas sujas da cidade. Nem te ligo para o esgoto. Raspou telhados. Sentiu cheiro de café. Deu uma volta nas barracas sendo montadas na feira. Rodou a praça. Limpou a preguiça dos alunos. Entrou pela janela no colégio das freiras. Reverenciou o Cristo. E chegou ao fundo do quintal. Se encantou com a flores. Viu ali as mãos que se foram. O olhar de quem ficou. E se aquietou. Para não assustar a nova árvore. Ainda muda. Em processo de vida. Longa. Sob os cuidados do herdeiro. Aquele. Parado na porta. Numa manhã como a de hoje. A olhar para o agora.
Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/
Virgem
O abacateiro se foi. Ficou a música do Gil. E uma brisa lá dos confins. Que driblou a montanha. Varreu a planície. Lambeu os sítios. Cheirou as frutas penduradas nos pés de pau. Entrou pelas vielas sujas da cidade. Nem te ligo para o esgoto. Raspou telhados. Sentiu cheiro de café. Deu uma volta nas barracas sendo montadas na feira. Rodou a praça. Limpou a preguiça dos alunos. Entrou pela janela no colégio das freiras. Reverenciou o Cristo. E chegou ao fundo do quintal. Se encantou com a flores. Viu ali as mãos que se foram. O olhar de quem ficou. E se aquietou. Para não assustar a nova árvore. Ainda muda. Em processo de vida. Longa. Sob os cuidados do herdeiro. Aquele. Parado na porta. Numa manhã como a de hoje. A olhar para o agora.
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