terça-feira, 4 de outubro de 2011

PEARL

JANIS JOPLIN

Por ROBERTO JOSÉ DA SILVA


Sua voz rascante paira sobre a beleza de Búzios, onde esteve derrubando garrafas de vodka na procura natural de uma alma atormentada pela energia dos vinte e poucos anos. Você gritou de Woodstock, o mundo te ouviu, mas não havia salvação, porque assim estava escrito. A branca mais negra da história do blues. Um uivo gritado aos céus e um acalanto a embalar nós, simples e mortais ouvintes. Um rosto cheio de marcas e as roupas coloridas e soltas como sua independência dependente. Aos 27 foi embora na carruagem que não era uma Mercedes Bens. Nos deixou o que importa. A capacidade do grito para o lamento, a revolta. O veludo da voz para se declarar. E a vontade de viver, mesmo sabendo que para morrer.

Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/

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