Quem leu a minissérie de Frank Cho Shanna, a mulher demônio, publicada em Marvel Max,
pode ter ficado curioso com uma fala de um dos
personagens. Quando eles resgatam a mulher da base
nazista na Terra Selvagem, os homens decidem batizá-la
de Shanna, em homenagem a uma personagem de HQ's. Em um primeiro
momento pode se pensar que estão se referindo a
própria mulher do Kazar, que já fez muito sucesso
antigamente. Contudo, com um pouco de pesquisa
pode-se encontrar a outra personagem que serviu de
referência para as duas.
Irish McCalla
Sheena, A rainha das Selvas, foi criada em 1937 por Willian Thomas, um dos pseudônimos usados por Will Eisner.
Ela é considerada o ponto de partida para um
gênero inteiro de deusas brancas e sexys das
selvas. Sua primeira aparição foi em um tablóide
britânico chamado Wags, em 1937. O artista
dos primeiros episódios era Mort Meskin.
Quando o estúdio Eisner-Iger assinou o
contrato de uma revista mensal para a Fiction House,
uma editora americana de revistas pulp, Sheena foi
finalmente publicada no seu país de origem,
inclusive em suas primeiras aventuras em
Preto-e-Branco.
Irish McCalla
Sheena é considerada uma versão
feminina de Tarzan misturada com o cavaleiro
de H. Haggard. Não foi criada na selva
por macacos, como Tarzan, mas foi para lá quando criança
com seu pai, o explorador Cardwell Rivington.
Um feiticeiro de uma tribo local chamado Koba
assassinou Rivington por acidente e para compensar por seu
erro criou Sheena como sua própria filha. Assim ela
se transformou na linda rainha das selvas que todos a
conhecem e escolheu o caçador branco Bob Reynolds
(uma versão masculina de Lois Lane que sempre
precisa ser salvo) como seu parceiro.
Irish McCalla
Pelo menos era assim
originalmente. Mais tarde transformaram seus pais
em um casal de missionários falecidos, Bob em um
personagem insosso chamado Rick Thorne e Koba em
uma mulher conhecida N'bid Ela. Somado a isso um
macaco chamado Chim, muito pouco da personagem original continuou
existindo.
Jumbo Comics #1, onde
Sheena teve sua estréia americana, é datada de
setembro de 1938, apenas três meses após Action Comics #1,
onde estreou o Superman, que seria considerado o
fundador do gênero de heróis. Em 1942, ganhou um
título próprio, sendo a primeira personagem
feminina com uma revista. Além disso, a Fiction
House publicou uma revista destinada a falar sobre
a personagem e suas aventuras, mas teve só uma
edição.
Irish McCalla
Na esteira do seu sucesso, surgiram várias imitações, como Nyoka, A Garota das Selvas, Tegra, a rainha da selva, o Fantomah e a Jann das selvas. A última edição de Sheena pela Fiction House foi uma versão 3-D publicada em 1953.
A editora parou de publicar
quadrinhos em 1954 devido à reação do público
contra sua temática carregada de sexo, a mesma reação
pública que tirou do mercado quadrinhos de horror
como Tales do Crypt e policiais como Crime Does Not Pay.
Mas o sucesso da personagem garantiu a transição
de Sheena para outros meios - sua primeira série da
tevê, com o Irish McCalla no papel do título,
foi ao ar de 1955-56.
Irish McCalla
Em 1984 a personagem foi para os
cinemas em um filme com estilo europeu, o que lhe
garantiu um retorno aos quadrinhos pela Marvel,
que adaptou a história do filme. A edição 3-D foi
relançada pela Eclipse Enterprises em 1985. Uma
outra série em quadrinhos foi lançada pela pequena
editora London Night, mas durou apenas algumas
edições. Retornou à televisão
em 2000, por uma curtíssima e fracassada temporada
com Gena Lee Nolin como a heroína.
Tanya Roberts
Apesar da personagem em si não
ser muito lembrada, sua imitação clara pela
Marvel, a Shanna, se tornou muito popular,
inicialmente como parceira de Kazar e depois na
minissérie de Frank Cho, da qual era a
protagonista. Na TV surgiu também uma personagem
homônima com o título de Princesa Guerreira, mas
totalmente distinta da heroína dos quadrinhos, já
que essa nova versão era morena e suas aventuras
se passavam na Grécia antiga, contemporânea a
Hércules.
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