por Zé da Silva
Leão
Paisagem de cartão postal. Coqueiros na dança do vento. O mar que não
tem tamanho. Sombras de nuvens como manchas no verde. Sol. Aquelas
pedras… o fizeram imitar Chacrinha no enquadramento cinematográfico com
as mãos. Aquela piscina natural… Uma pequena área clara no fundo. Areia.
Ele em pé sentindo o ir e vir da água provocado pela ondas que
arrebentavam mais à frente, numa parede protetora. Peixinho azul
brilhante ele viu. E ficou paralisado dentro da máscara. O ar entrava
pelo tubo como prova de que existia um outro mundo. O nosso. E o
peixinho dava volta lépido – e voltava para o lugar. Aí veio um maior e o
assustou. Ao mesmo tempo uma onda mais forte arrastou o curioso. E
levou sua testa direto para uma ponta de pedra submersa. O sangue
manchou o visor. Lembrou cena de Inverno de Sangue em Veneza. Pensou em
Verão de Sangue no Buraco da Vila. Ficou tonto. Saiu. Estava feliz.
Alguém gritou quando o viu caminhar pela areia. Ele então desmaiou. No
fim de uma semana de folga sem cartão postal.
Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/2012/01/23/horoscopo-323/
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