PLACES
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
HORÓSCOPO
por Zé da Silva
Gemeos
Vestiu branco e foi para o bueiro. Não esperou o sinal. Arrancou a
tampa e pulou. Estava de salto alto. Quebrou os dois. Um rato mostrou os
dentes, mas estava espetado. Azar dele. Ela seguiu em frente.
Acocorada. O cheiro era insuportável. Mas tinha sonhado a vida toda com
isso. Desde que viu o filme. Com aquela que depois cantou para o
presidente, casou com jogador de beisebol, dramaturgo e morreu sozinha.
Não queria isso. Morrer sozinha naquela vila de subúrbio. O vestido
alugou com cheque sem fundo. Pintou o cabelo sozinha. Ficou mais para
verde, mas ninguém iria ver. O plano começou na madrugada fria e de
neblina. Tinha uma lanterna. Percorreu o canal até perder completamente
as forças. Não sabia onde estava. De repente notou que à sua frente, bem
distante, havia outra luz. Que se movimentava. Ficou com medo. Aquilo
parecia o farol de um trem, pois aumentava de intensidade com o passar
do tempo. Fechou os olhos. Ouviu os passos que chegaram ao seu lado. E
uma respiração ofegante. Tomou coragem e abriu. Era um homem. Bem
vestido. De terno escuro, gravata discreta, nó perfeito. Ele
estendeu-lhe a mão. Ela notou um relógio clássico. Parecia ouro. “Vim te
buscar”, ele disse. Ela foi. Mais à frente havia uma escada. Eles
subiram. A brisa da manhã limpou a alma dos dois. Ele apontou para um
carro. Importado. Abriu a porta para ela. Ligou a máquina. Pouco ruído.
Saiu devagar. Colocou uma música. Sinatra. Strangers in the night. Olhou
para ela e disse: “Eu sempre tive um sonho”.
Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/2009/08/05/horoscopo-164/
ZUMBIS DO ESPAÇO
Que Venham os Mortos (Ao Vivo no Inferno)
Lançamento: 13th Records
Direção & Produção: Anderson Boscari & Rafael Oriente
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
CHITA
Morre aos 80 anos o chimpanzé Cheetah(Chita), dos filmes de Tarzan
Johnny Weissmuller, à direita, como Tarzan;
Maureen O'Sullivan, como Jane, e Cheetah, em
cena de 1932. (Foto: Arquivo / AP Photo)
Maureen O'Sullivan, como Jane, e Cheetah, em
cena de 1932. (Foto: Arquivo / AP Photo)
O Santuário de Primatas Suncoast, de Palm Harbor, Flórida, nos Estados
Unidos, informou nesta terça-feira (27) que morreu aos 80 anos o
chimpanzé Cheetah, que participou dos filmes de Tarzan da década de
1930.
Cheetah morreu no último sábado, véspera do Natal (24), de insuficiência renal, informou o portal de internet do Suncoast.
De acordo com entrevista da diretora do santuário, Debbie Cobb, ao
“Tampa Tribune”, “Cheetah era extrovertido, gostava pintura a dedo e de
ver as pessoas sorrirem”. Ela disse que o animal “parecia estar em
sintonia com os sentimentos humanos”.
Cheetah foi parceiro de Tarzan a partir de 1930. Na ocasião, Tarzan era
interpretado pelo americano e nadador campeão olímpico Johnny
Weissmuller.
Segundo Debbie Cobb, Cheetah foi parar no santuário por volta de 1960, e estava doente desde 19 de dezembro.
Cheetah morreu aos 80 anos, de insuficiência renal. (Foto: Reprodução / Santuário de Primatas Suncoast)
Comunicado Suncoast:
“É com grande
tristeza que a comunidade perde um querido amigo e membro da família em
24 de dezembro de 2011. Cheetah, estrela dos filmes de Tarzan, faleceu
após falência renal”.
(*) Com informações da agência de notícias Associated Press
HORÓSCOPO
por Zé da Silva
Libra
Depois que abriu a água fria da torneira da pia, viu a minúscula
lagartixa. Ela começou a rodopiar no movimento da água e ele sentiu um
prazer sádico naquilo. Abriu mais a torneira, para manter o espetáculo.
Sabia que, se interrompesse a vazão da água, ela despareceria na
escuridão do encanamento. Não lembra mais quanto tempo ficou assim. De
vez em quando se pegava torcendo para que o bichinho alcançasse a louça
branca e se salvasse. Mas era impossível. Mesmo porque, sempre que ela
estava perto de colocar uma patinha (patinha?) para tentar escapar do
tormento, ele girava a torneira e o jato de água aumentava. Por fim, ela
se foi. Ele nem conseguiu fixar na mente o último instante. No meio da
noite, acordou aos gritos, dentes trincados. Dizia que um crocodilo do
Nilo estava comendo seus pés. Levantou. Estava suado. Foi ao banheiro.
Acendeu a luz. Foi lavar o rosto. Aí, viu. Ela, a lagartixa minúscula
estava lá. E ele jura que ela riu dele. Ou para ele.
Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/
Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
VINCENT PRICE
EGGHEAD
Cabeça
de Ovo (Egghead) - Vincent
Price é um dos maiores atores que já existiram.
Trabalhou em diversos filmes desde que iniciou sua carreira
nos anos 30, começou a se interessar pela carreira de
ator, influenciado por Stanislavsky e pelo Moscow Art
Theater onde teve lições de interpretação. No seriado
de Batman, interpretou um vilão "sui generis" chamado
de Cabeça de Ovo, onde todos os seus truques e armadilhas
usavam ovos como explosivos.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
FRANK VINCENT ZAPPA
Sempre um
menino atirado, chegou a pedir aos pais, como presente de aniversário, a
permissão para fazer uma ligação interurbana para Nova York para poder
conversar com o mestre. Zappa era ainda um adolescente no científico
quando falou com a senhora Varese, Edgar estando em viagem pela Europa. Frank Zappa
acabaria nunca conhecendo pessoalmente o mestre, mas faria constantes
referências a sua música durante a carreira, tornando celebre a frase "O
compositor moderno se recusa a morrer." pronunciada por Varese em 1921.
Nascido
Frank (e não Francis) Vincent Zappa, em Baltimore, no dia 21 de
dezembro de 1940, mas crescendo e vivendo toda sua vida na California,
nos arredores de Los Angeles, Frank Zappa,
ainda adolescente, conhece e faz amizade com Don Vliet. Juntos formam
algumas bandas como the Omens e the Soots, tocando o material r&b de
costume. Tocou também em bandas multirraciais, coisa difícil e
inaceitável para a época. Durante a faculdade, atuou como tocador de
bumbo na banda oficial do time de futebol americano da universidade, até
ser expulso por ser pego fumando com o uniforme da banda. Cigarros e
café, por toda sua vida, se mostraram ser seus dois maiores vícios
depois da música.
Após a faculdade, no final da década de 50,
casou e investiu seus talentos em uma firma de cartões para todas as
ocasiões, escrevendo seus dizeres. A frustração do seu meio de vida,
acoplado ao relacionamento insosso dentro do casamento, o leva ao
divorcio. Abandonando as duas frentes, conseguiu através do contato de
um ex-professor, um contrato para compor a trilha sonora para um filme
B. Algumas músicas desta trilha reapareceriam em discos futuros de sua
carreira, como por exemplo, a canção "Duke Of Prunes." Com o dinheiro de
"Run Home Slow", titulo do filme, Zappa compra uma guitarra e um
pequeno estúdio de gravação à beira da falência em Cucamonga, que batiza
de Studio Z. Nele Zappa passaria a morar e trabalhar exclusivamente com
música.
Para se sustentar tocava em diversas bandas de fim de
semana, como também gravava e compunha material para diversos artistas
da região, de menor ou nenhuma expressão. A sua banda mais constante,
mesmo que com uma formação em constante mutação, é The Blackouts, com
quem toca por quase quatro anos.
Um dia ele recebe a incumbência
de fazer uma gravação "picante" com insinuações sexuais, supostamente
para alegrar uma festa.Com a ajuda de uma amiga, que ele apelidou de
Suzy Creamcheese, eles fizeram alguns barulhinhos com um colchão de mola
e soltaram gemidos e risadas e no dia seguinte, entregou a fita para o
seu cliente esperando a recompensa financeira combinada. Acontece que o
cliente era um policial disfarçado e Zappa foi preso em flagrante por
confeccionar material pornográfico. Passou alguns dias na cadeia antes
de seu pai chegar de Baltimore para pagar sua fiança e poder liberá-lo.
De positivo, como ex-detento, Frank Zappa não poderá mais, segundo a lei, ser convocado as forças armadas, perdendo assim a oportunidade de lutar no Vietnã.
Nesta
fase entre 61/62, Zappa começa a compor uma opera rock chamada "I Was A
Teenage Malt Shop", projeto que permaneceria inacabado. Nesta mesma
época, Zappa compra de um estúdio de cinema diversos cenários
futuristas, que montou no Studio Z. Resolveu então escrever um roteiro
para uma ficção cientifica, que depois tentaria filmar com a ajuda dos
amigos. Assim Frank Zappa
cria para Don Vliet o personagem Captain Beefheart, personagem central
do filme intitulado "Captain Beefheart vs. The Grunt People". O termo
Beefheart sendo inspirado no tio de Vliet que curiosamente usava esta
expressão para designar seu próprio membro. Don Vliet assumiria a partir
de então o nome Captain Beefheart para o resto de sua carreira
artística.
Ainda em 1962, Zappa recebe um segundo convite para
fazer uma trilha sonora para outro filme, "The World's Greatest Sinner",
hoje relegado à controvertida glória de filme cult. Zappa, morando no
estúdio, passa a ser um maníaco por gravações, se tornando um ás na arte
de corte (com o uso de uma gilete) e edição. Com a ajuda de um técnico,
ele transforma o estúdio em três, e depois cinco canais, se
especializando também na técnica de overdub. Isto, quando a industria
sequer tinha ainda instalado a máquina de quatro canais e a gravação
estéreo como padrão de mercado.
Conhece, se apaixona, e quase de
imediato, casa com Gail Zappa, sua companheira para o resto da vida.
Logo ela estaria dando luz à primeira filha do casal, Moon Unit Zappa.
Sempre tendo grande interesse voltado para som percussivo, arranja uma
apresentação musical utilizando uma bicicleta como instrumento,
conseguindo com a curiosidade, uma aparição no programa de televisão
"The Steve Allen Show" em 1963.
No ano seguinte foi convidado
pelo amigo Ray Collins a substituir o antigo guitarrista de sua banda
The Soul Giants. A formação incluía Dave Coronado no sax, o mexicano Roy
Estrada no baixo e Jimmy Carl Black, um autêntico índio Cheyenne, na
bateria. Coronado acabaria preferindo sair da banda uma vez que Zappa
convencera todos a tocar suas composições. Zappa assumiria o controle da
banda e mudaria o nome para the Muthers e depois Mothers. Como golpe
publicitário, realizam um show de inauguração oficial da banda no dia
das mães.
Durante sua pior fase financeira, a banda juntava cascos
de garrafas, levantando assim dinheiro para comprar pão e mortadela
para ter o que comer nos ensaios. Justamente nesta fase é que Tom
Wilson, produtor da MGM Records foi convencido a sair do bar Whiskey
Au-Go-Go onde estava, e atravessar a rua para outro bar, ouvir the
Mothers, que naquele exato momento estava tocando uma versão de um
número de r&b, totalmente irrelevante ao material normalmente tocado
pela banda. Wilson, com pressa, ouviu dois minutos e mandou contratar,
em um dos maiores golpes de sorte de uma banda na historias do rock.
A gravadora exige que the Mothers mude de nome pois em inglês, um Mother (mãe) se referindo a alguém do sexo
masculino, é implicitamente associado ao palavrão Motherfucker. A banda
então aceita a sugestão da gravadora e passa a usar o adendo The
Mothers of Invention (As Mães da Invenção). Gravado no estúdio da MGM e
lançado em 1966 pela sua subsidiaria, a Verve Records, o álbum duplo
"Freak Out!", dá inicio a uma carreira extremamente produtiva, embora na
época poucos especulariam sobre o tempo de duração da banda ou sua
demanda comercial.
O disco une material de doo-wop com música
eletroacústica, distribuindo igualmente sátira e crítica às composições,
além de uma complexidade estrutural, apesar de algumas limitações de
sua banda. Canções como "Go Cry On Somebody Else's Shoulder" e "You're
Probably Wondering Why I'm Here", demonstram bem este aspecto
satírico/analítico enquanto apresentado em formato de rock simples e
doo-wop. Outras peças como "Help! I'm A Rock", "Who Are The Brain
Police" e "Return Of The Son Of Monster Magnet", exigem uma maior
aceitação de, como diria o próprio Frank Zappa,
"coisas que não são normais." O disco passa a ser respeitado como cult
na Europa, embora com pouca ou nenhuma repercussão positiva nos Estados
Unidos. Para muitos, Freak Out! é o primeiro disco conceitual do rock e
por pouco não é o primeiro álbum duplo do rock também.
Seu próximo
disco, "Absolutely Free", faria outro marco importante para sua imagem
na Europa como artista intelectual sério. O disco oferece novamente seu
humor ácido e crítico direcionados a América e sua mentalidade
industrial onde rege a quantidade sobre a qualidade, criticando também o
americano comum por aceitar e encorajar esta postura. Assim, na Europa,
tornam-se clássicos do underground canções como "Plastic People", "Call
Any Vegetable", "Brown Shoes Don't Make It" e "America Drinks And Goes
Home."
Seus shows são divertidos e o grosso de seu público passa a
ser formado cada vez mais por uma minoria estudantil americana. Sua
persona de "Mestre de Cerimonias" é bem ao estilo dos anos 50, uma arte
ao seu ver em extinção. Trata sua audiência paternalmente, "Good night
boys and girls", ao mesmo tempo que deixa acesso livre para a plateia
participar do show, subindo no palco e interagindo com a banda em mini
peças teatrais, que compõe boa parte de sua apresentação ao vivo. Sua
capacidade de dominar uma audiência e manter este controle sobre eles, é
impar. Sua música flutua entre doo-wop, free jazz, r&b, música de
câmara e eletroacústica. Suas composições, principalmente suas
partituras percussivas, tem em si grandes doses da influência de Varese.
Aos poucos, além de engraçados e divertidos para o público
assistir, seus shows começam a atrair outros músicos a quererem se
afiliar a banda. Vão entrando e compondo as diversas formações dos
Mothers of Invention músicos desconhecidos como Elliot Ingber, Billy
Mundi, os irmãos Bunk e Buzz Gardner, Don Preston e possivelmente o mais
talentoso destes, Ian Underwood, bacharel em piano e exímio
saxofonista.
Em 1967, aproveitando uma temporada da banda em Nova
York, Zappa assina um contrato com a Columbia Records, gravando uma
serie de composições com a orquestra da gravadora. Zappa alegaria depois
que ele acreditava que seu contrato com a MGM como membro dos Mothers
of Invention, não o impediria de ter outro contrato com outra gravadora
sob seu nome pessoal. Evidentemente que a MGM travou a fita e uma vez o
equívoco fosse resolvido entre as duas gravadoras e o artista, Zappa
usaria este material mixando também material experimental que inclui
conversações, lançando tudo com o curioso nome de "Lumpy Gravy".
Outro
disco marco de sua carreira seria o álbum "We're Only In It For The
Money", um disco analítico da América, mormente da costa oeste, no ano
de 1967. O disco questiona o movimento Flower Power, como também
satiriza o hippie de ocasião e todo o movimento de San Francisco, então
no seu auge. Acusa a tradicional usurpação de idéias "alternativas" pela
industria tornando-as em produtos para consumo de massa. Esta
observação fica clara quando Zappa utiliza o layout do disco Sgt
Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles para fazer uma paródia.
O
disco é proibido de ser lançado com a capa original, por estar
infringindo direitos de criação e o processo atrasa em quase um ano o
lançamento. Zappa inverte as capas, utilizando então a capa de dentro
como capa externa e vice versa, conseguindo assim driblar a acusação, e o
disco chega às lojas em 1968.
O ano de 1968 foi em si um ano
marcado pela política e lutas estudantis ao redor do mundo. Na
Tchecoslováquia, jovens usariam a canção "Plastic People", do álbum
Absolutely Free, como hino de protesto durante as manifestações em
Praga. Atitudes similares aconteceriam na Polônia. Na América, a
controvérsia da capa de We're Only In It For The Money como também sua
crescente popularidade na Europa, chama a atenção da crítica americana
para a banda; muitos ainda não entendendo o material. Zappa continua
sendo completamente ignorado pela mídia e grande público, mas respeitado
entre ouvidos mais treinados e exigentes.
Grava então sua ode
para o doo-wop, estilo muito popular antes da Beatlemania, que é o disco
"Cruising with Ruben & the Jets". Paralelamente, posa sentado de
calça arreada, sobre uma privada, para um poster publicitário. Com isto,
Frank Zappa
passa a ser um nome que todo mundo ouviu falar mais quase ninguém
realmente ouviu. Por conseguinte, muitas coisas ditas a seu respeito são
falsas. Entre as mentiras mais famosas, existe um de que Frank Zappa havia comida cocô no palco em um dos seus shows. Ele passaria boa parte de sua vida negando tal feito.
Durante
o período entre 1967 e 1969, Zappa tem aproveitado cada oportunidade
para escrever uma vasta gama de material de música de câmara. Diferente
da maioria dos músicos que conhecemos, Zappa não compõe utilizando um
piano ou violão. Ele compõe música usando apenas a caneta e o papel.
Elas nascem em forma de partituras para depois algum dia serem
efetivamente executadas por músicos.
Zappa organiza então este
material mais recente, arranjando-o para uma trilha sonora, e aproveita
para escrever o roteiro para um filme de monstro, tipicamente B (tão
comum após a Segunda Guerra) que ele batiza de "Uncle Meat". Sem
conseguir os devidos fundos, apenas parte do material musical seria
lançado em seu álbum duplo, "Uncle Meat" de 1969. Levaria outros dois
anos para conseguir colocar a maior parte da trilha, desta vez em outro
filme escrito por ele, já com outro roteiro e concepção, agora chamado,
"200 Motels" (1971).
Entre 1968 e 1969, a MGM/Verve andava mal das
pernas, e Zappa funda sua própria gravadora, a Bizarre Records.
Paralelamente vários membros dos Mothers of Invention são substituídos.
Zappa e Ian Underwood gravam então um dos discos mais queridos de sua
discografia: "Hot Rats". Nele há a participação de um jovem violonista
francês chamado Jean Luc Ponty. Frank Zappa,
ainda viria a produzir o primeiro disco de Ponty, intitulado "King
Kong", com Ponty interpretando composições do próprio Zappa, várias
ainda inéditas até então.
"Hot Rats" também oferece a colaboração
de Captain Beefheart e traz à tona o violonista Sugar Cane Harris,
tocando violino elétrico pela primeira vez. Harris voltaria a participar
de seu próximo e ultimo disco com os Mothers of Invention, "Burnt Weeny
Sandwich".
Zappa também contrata para a Bizzare Records uma banda com um nome único, Alice Cooper,
os aconselhando apenas a mudar de visual, então excessivamente normal.
Entre outras bandas a fazerem parte do novo selo, sendo gravados,
produzidos ou orientados por Frank Zappa,
estão Tim Buckley, Captain Beefheart & His Magic Band, a dupla Judy
Henske & Jerry Yester (ex- Lovin' Spoonful), Tim Dawn, Wild Man
Fisher e The GTO's. Nem todos marcaram a indústria.
Em 1970, a
banda Mothers of Invention seria desfeita para retornar alguns meses
depois com outra formação, agora sendo tratados apenas como the Mothers.
Neste período de transição Zappa lança "Weasels Ripped My Flesh", uma
coletânea de material ainda inédito de várias fases da banda. Da ultima
formação dos Mothers, permanecem Ian Underwood e Don Preston. Zappa
encontra e contrata Jeff Simmons para o baixo, e um pianista achado em
um barzinho de Los Angeles, chamado George Duke. Duke iria depois seguir
uma carreira de muito sucesso na década de setenta, mormente seus
trabalhos com Stanley Clark. Soma-se então ao grupo a dupla de vocalista
da banda the Turtles, Mark Volman e Howard Kaylan, como também o
ex-baterista do John Mayall's Bluesbreakers, Ansley Dunbar.
Por
limitações financeiras Zappa é obrigado a vender a Bizarre Records e
todo o seu catalogo para a Warner Brothers, que mantém o selo da Bizarre
apenas para os discos dos Mothers, agora Bizarre/Reprise. Os demais
artistas que permaneceram com a Warner foram repassados para sua
subsidiaria Reprise Records. Musicalmente, o período entre 1970 e 1972
encontraria Zappa fazendo um maior uso de piadas picantes e contando
longas histórias com intervenções musicais e trilha sonora, aproveitando
bem a força de locução da dupla Volman e Kaylan, que passam a ser
apelidados de Flo & Eddie. Sua intenção é de tentar fazer suas
composições mais complexas, um pouco mais acessíveis para um público
jovem e pouco intelectualizado. Deste período, Zappa lança "Mothers Live
Fillmore East: June 1971", "200 Motels" (The Mothers + A Orquestra
Filarmônica de Londres) e "Just Another Band From L.A.".
Durante a
sua excursão Européia no final do ano, a má sorte lhe causa inúmeros
prejuízos. Primeiro, em Montreux, um incêndio causado por alguém da
plateia soltando um rojão, queima o teatro onde a banda estava tocando,
causando a perda de todo o teatro e, evidentemente, do equipamento da
banda que lá estava. Este incidente ficaria famoso nos versos da música
"Smoke On The Water" da banda Deep Purple.
Tiveram que alugar equipamentos para o restante da excursão. Pouco
depois, durante outra apresentação, alguém cismado que a namorada estava
mais interessada em Zappa, consegue subir no palco. O rapaz se aproxima
de Zappa enquanto este estava concentrado em meio a um solo de
guitarra, e empurra o músico para dentro do fosso da orquestra. Pego de
surpresa, Zappa cai de mau jeito, sobre o pescoço (o que mudaria sua voz
para uma região mais grave) e quebra a perna, tendo que ser
hospitalizado. O restante da excursão foi cancelada e a banda
desintegrou.
Zappa então passa a escrever incessantemente material
orquestral. Monta uma banda com um naipe colossal de sopros, reunindo
os melhores músicos de estúdio de Los Angeles, e faz uma pequena série
de apresentações pelos Estados Unidos. Apesar do prazer profissional, o
capricho estava saindo demasiadamente caro para manter e a banda teve
que ser desfeita. Apenas um número menor de músicos foram mantidos.
Deste período, Zappa grava e lança os discos "Waka Jawaka" e "The Grand
Wazoo".
A partir de 1973, Zappa já não é mais visto pela critica
especializada como um aloprado e sim como um músico sério, mesmo que
excêntrico. Sua fama de carrasco se espalha, obrigando seus músicos a
estudar e estudar e estudar, para conseguir executar material de alto
nível de dificuldade. Para isto, antes de levar uma banda para a
estrada, Zappa passa dois meses ensaiando seis dias por semana, com um
mínimo de seis horas, chegando as vezes a dez horas por dia. Quem não se
enquadra é despedido. Outra curiosidade em relação a sua fama de
organizador é que nenhum músico pode subir no palco intoxicado. Zappa é
claro quando diz que não se interessa pelo comportamento de ninguém na
vida particular, mas a sua música já é difícil o suficiente estando
sóbrio. Quem for pego "doidão" antes de entrar em cena é sumariamente
despedido, seja ensaio ou show.
Ele enterra de vez seu selo
Bizarre e lança seus discos agora sob o selo DiscReet/Straight Records,
sua filial dentro da Warner Brothers. Reúne o melhor de suas bandas
anteriores como o casal Ian e Ruth Underwood, George Duke, Jean-Luc
Ponty e Sal Marquez. Também traz novos membros: Ralph Humphrey e os
irmãos Bruce e Tom Fowler. O resultado é um dos seus discos mais
populares entre o público jovem de 1973, chamado apropriadamente de
"Over Nite Sensation". Canções como "Dinah-Moe Hum", "Montana" e
"Camarillo Brillo" serão preferidas entre as rádios universitárias e
rádios FM da época.
Zappa segue compondo material cada vez mais
jazzista e que desafia cada vez mais os músicos de sua banda. Entre 1973
e 1975 além dos já mencionados, ele tocaria com Jack Bruce, Jim Gordon,
Jeff Simmons, Napolean Murphey Brock, Chester Thompson, Don Preston,
Tony Duran, Sugar Cane Harris, Walt Fowler, Denny Walley e o velho
bluseiro, Johnny 'Guitar' Watson. Os discos "Aposterphe(')", "Roxy And
Elsewhere" e "One Size Fits All" lhe rendem respeito igualmente dentro
da comunidade jazzista e roqueira.
Em 1976, Zappa, desanimado com
seu contrato com a Warner, é informado que está devendo seis álbuns
antes de poder considerar seus compromissos com a gravadora como
concluídos. Ele desmonta sua banda, nunca mais usando o nome Mothers.
Passa praticamente o ano no estúdio e quando excursiona, o faz com um
pequeno quarteto, que inclui Terry Bozzio, Napoleon Murphey Brock, Roy
Estrada e André Lewis.
No estúdio, grava e produz uma serie de
composições que engloba desde o âmbito mais jazzista até o puro
orquestral. Entre estas gravações, também monta rapidamente um disco
onde toca praticamente todos os instrumentos. O disco, chamado "Zoot Allures", teria na capa, a formação de sua próxima banda.
Com
Terry Bozzio na bateria, Patrick O'Hearn no baixo e Eddie Jobson nos
teclados, somados ao cantor Ray White, a percussionista Ruth Underwood, e
mais o naipe de sopros do SNL, Zappa passa a semana de Natal e Ano Novo
tocando em Nova York, rendendo inclusive uma passagem no prestigioso
programa Saturday Night Live.
Zappa monta então para 1977 uma
caixa de cinco discos chamado "Läther" e o entrega para a Warner,
considerando assim, seu contrato com a gravadora devidamente encerrado.
Ele pede então a devolução de todos os rolos de fita masters de todos o
seu catalogo de discos. A Warner porém recusa-se a lançar a caixa,
considerando o formato excessivamente anti-comercial. A gravadora também
informa ao artista que todo seu catalogo pertence à gravadora e não a
ele. Dá-se inicio a uma disputa judicial entre Frank Zappa
e a Warner Brothers que só seria vencido pelo artista em 1979. Neste
interim a Warner lança aos pingos boa parte do material contido em
Läther em quatro álbuns separados. São eles, "Zappa In New York" (2LP),
"Sleep Dirt", "Studio Tan" e "Orchestral Favorites".
Zappa
excursiona durante os anos de 1977 e 1978 com o que muitos consideram
sua banda mais pesada. Além dos já citados Terry Bozzio e Patrick
O'Hearn, estão Ed Mann nas percussões; uma dupla de tecladistas, o
austríaco Peter Wolf e o nicaragüense Tommy Mars; Roy Estrada nos vocais
e por último, um guitarrista que Zappa encontrou em um barzinho de
quinta categoria perdido no Texas. O rapaz é ninguém menos do que Adrian
Belew.
Enquanto seu processo com a Warner corre, ele monta sua
própria gravadora, a Zappa Records. Sua gravadora fecha contrato de
distribuição com a CBS Records e tem como seu primeiro produto no
mercado o álbum "Sheik Yerbouti", seguido pelos dois LP's "Joe's Garage -
Act I" e "Joe's Garage Act II & III", com um elenco que inclui o
guitarrista novato Warren Cucurullo, o baterista Vinnie Colaiuta, o
baixista Arthur Barrow e o vocalista Ike Willis. Zappa, em dezembro,
terminaria o ano lançando o filme "Baby Snakes", que mostra os melhores
momentos de sua já tradicional temporada de Halloween em Nova York do
ano anterior.
Uma vez ganha a disputa judicial com a Warner
Brothers, Zappa retoma posse de todas as fitas mestres do seus discos
anteriores. Investe seu dinheiro em um pequeno complexo de estúdios
batizado curiosamente de The Utility Muffin Research Kitchen e seu
estúdio No.1 de Joe's Garage. O complexo inclui também um escritório que
cuida de mercadoria a ser vendida para o público via correspondência.
Este setor de sua empresa é, em si, uma empresa à parte, chamada Barfko
Swill, dirigida e comandada por Gail Zappa, sua esposa. Zappa encosta a
Zappa Records e seu contrato deficitário com a CBS e cria outro selo, o
Barking Pumkin Records.
Lança então três LP's só de solos de
guitarras, pensando em um público específico de guitarristas, e
possivelmente outros estudantes de música. FZ não crê, a princípio, que
vá ter uma grande procura. Engano seu. Estes discos não são encontrados
em lojas, sendo adquiridos nos Estados Unidos apenas através de
correspondência. São eles "Shut Up N' Play Yer Guitar", "Shut Up N' Play
Yer Guitar Some More" e "The Return Of The Son Of Shut Up N' Play Yer
Guitar". Para a Europa, ele permite o lançamento em lojas dos três
discos em formato de caixa tripla. Este formato se mostra extremamente
popular e começaria a ser importado para os Estados Unidos.
Assim
sendo, em 1981 Zappa lança a caixa tripla também na América no mesmo dia
que seu mais novo álbum duplo, "Tinseltown Rebellion" de gravações ao
vivo realizadas no inicio do ano. A banda basicamente é a mesma, porém
com duas modificações e duas adições. A soma de mais um tecladista, Bob
Harris que já tocara com Zappa em 1971 e 1972, além da volta do cantor
Ray White; na bateria, o estreante David Logemann e na guitarra, um
rapaz recém saído da faculdade chamado Steve Vai que continuaria com Zappa até 1984 seguindo então para fama mundial como um dos mais hábeis guitarristas vivos.
Ainda
em 1981, Zappa lançaria outro álbum duplo de material de estúdio
chamado "You Are What You Is". A temática do disco seguiria com pesadas
críticas à proliferação de programas televisivos regidos por pastores
evangelistas. Zappa questiona abertamente as fortunas que estas igrejas
repentinas levantam, sem precisarem pagar impostos. Canções que abrangem
estes temas são "The Meek Shall Inherit Nothing" (O Humilde Não Herdará
Nada) e "Heavenly Bank Account" (Sagrada Conta Bancaria).
Outro
assunto que passaria a freqüentar este e os próximos discos do Zappa é o
uso excessivo de cocaína pela sociedade moderna. A canção "You Are What
You Is" teria seu video clip banido pela MTV por mostrar um sósia do
então presidente Ronald Reagan sentando na cadeira elétrica e sendo
executado por um negro. Reagan, como alguns já devem ter esquecido,
enquanto governador da California no final da década de sessenta, foi
acusado de ter pertencido quando jovem, ao grupo racista conhecido como
Klu Klux Klan.
Em 1982, Zappa conheceria seu primeiro Top 10 hit
com a canção "Valley Girl". A canção basicamente consiste em uma bateria
(Chad Wackerman), um baixo (Scott Thunes) e a voz de sua filha Moon
Unit Zappa recitando uma história sobre uma adolescente da região do San
Fernando Valley. A intonação típica da região é na voz de Moon
ironizada, ela criando no processo, alguns termos que se tornarão gíria
em todo o país, graças ao sucesso da canção. O estilo "Geração Valley"
seria tão popular, que até hoje é imitada por personagens adolescentes
como no filme "As Patricinhas" ou o desenho "South Park".
A
imprensa começa a tratá-lo como gênio incompreendido. Sua vitória contra
a poderosa gravadora Warner Brothers em 1979 lhe dá mais respeito entre
uma maior gama de artistas. Com o seu vasto catálogo de discos, suas
bandas, um celeiro de talentos, e agora dono de sua própria empresa, o
termo sucesso é constantemente aplicado para definí-lo. Nunca Frank Zappa
esteve tão respeitado pela critica especializada, e, assim sendo, passa
a freqüentar as capas das melhores revistas sobre música do mundo.
Zappa
segue o restante da primeira metade da década de 1980 excursionando e
produzindo discos de complexidade musical e relativa variedade temática.
Destes, possivelmente o melhor seja o "Them Or Us", primeiro a conter
uma participação de seu filho, Dweezil Zappa.
Em destaque fica
também o disco "LSO Vol.1", disco lançado pelo selo Zappa Records que
contém a Orquestra Sinfônica de Londres tocando material inédito do
compositor. O Vol.2 sairia em 1987. Agora com um contrato de
distribuição com a EMI, o selo arranja para que Zappa trabalhe com
Pierre Boulez, resultando no LP "A Perfect Stranger".
Zappa
também investe no ramo de vídeos, abrindo sua firma Honker Videos, o
logo sendo o formato de seu nariz protuberante. Com a Honker, Zappa
passa a controlar lançamentos de suas apresentações, como também
relançamentos de seus primeiros filmes. Entram assim no mercado sete
títulos diferentes, de material antigo embora inédito, como "Uncle
Meat", até coisas mais recentes como "Does Humour Belong In Music?" que
contém uma parte da apresentação de sua banda em Nova York em 1984.
Para aumentar ainda mais a variedade de gêneros e estilos na sua discografia, Frank Zappa
descobre a existência de um músico italiano barroco chamado Francesco
Zappa. Sua pesquisa o leva a encontrar uma série de partituras deste
obscuro músico e a coincidência do nome o leva a gravar este material,
utilizando um instrumento recém lançado no mercado, o Synclavier.
Com
uma ação levantada por um grupo de senhoras, esposas de senadores, que
vão ao congresso pedir que se estude uma maneira eficaz de censura para músicas consideradas obscenas, Frank Zappa
é um dos primeiros a gritar contra. Ele faz campanha defendendo a
primeira emenda da constituição que declara a liberdade de expressão. O
processo segue durante o curso do ano de 1986 e acaba com uma legislação
que não censura
o material artístico a ser lançado, mas cria a obrigação por parte das
gravadoras, a terem que colocar um adesivo avisando que o material
contido na obra pode ter linguagem considerada agressiva para o
consumidor.
Em meio a este debate público na América, Zappa lança o
disco "Frank Zappa Meets The Mothers Of Prevention", que explora o
assunto com o tema "Porn Wars". O material mistura composições no
Synclavier com algumas com banda "viva". Ciente do nível de dificuldade
de suas composições e a dedicação exigida para músicos poderem
executá-las corretamente, Zappa vê no Synclavier sua chance para
conquistar uma liberdade como compositor. Agora ele não é mais limitado a
escrever música que seja humanamente possível tocar. A máquina pode
executar a canção em tempos humanamente impossíveis se ele puder
escrever para isso. Zappa então declara para o espanto de muitos, sua
intenção de abandonar a guitarra e não mais excursionar com banda, se
dedicando exclusivamente a composições com o Synclavier. O primeiro de
tais trabalhos é o disco "Jazz From Hell" que receberia seu primeiro e
único Grammy.
O ano de 1987 é dedicado ao relançamento em vinil de
todo seu antigo catalogo da Verve e Bizarre, agora pelo selo Barking
Pumpkin, no que foi chamado de "The Old Masters Box 1, 2 e 3". Ele
aproveita para lançar uma fita cassete para uma edição especial da
revista Guitar World recheada de solos ainda inéditos, chamada "The
Guitar World According To Frank Zappa".
Curiosamente em 1988 ele
volta atrás e resolve excursionar novamente. Monta uma banda contendo
uma grande quantidade de sopros, recurso ausente em suas bandas desde
1976 e excursiona Europa. Durante a metade da excursão americana dores
obrigam ao cancelamento do tour. Levaria outros quatro anos até ele se
pronunciar publicamente como tendo câncer na próstata. Um dos primeiros a
defender a mudança do mercado para gravação digital, fecharia negócios
com a Rycodisc que passaria a lançar todo o seu catalogo em CD. Zappa
passaria então a se dedicar a editar e mixar um vasto material guardado
em seu cofre. Este material seria periodicamente lançado como a série
"You Can't Do That On Stage Anymore", tendo o volume 6 sua última
edição.
Ainda em 1988 lançaria o álbum duplo chamado simplesmente
de "Guitars", novamente como no projeto "Shut Up N' Play Yer Guitar",
contendo somente solos. Tira o ano para se candidatar à presidência dos
Estados Unidos. Em seu discurso oficial para candidatura ele declara,
"Não conseguiria ser pior do que os que já passaram por lá". Seu último
lançamento em vinil foi o álbum duplo ao vivo, "Broadway The Hard Way",
onde a temática continua a debochar das relações de interesse mútuo
entre políticos e pastores evangélicos.
Em 1989 lança sua biografia, "The Reel Frank Zappa
Book", como também fecha contrato com a Rhino Records para lançar
oficialmente todo material incluídos nos seus piratas mais populares.
Tática sem precedente, a intenção é obviamente vencer o mercado da pirataria
lançando o mesmo material oficialmente e assim, passar a lucrar com
estes discos que há anos circulam no mercado. Assim nasce a serie "Beat
The Boot! Vol. 1 & 2".
Na década de noventa, Zappa lança o
material da sua última excursão em dois CD's duplos, chamados The Best
Band You Never Heard In Your Life e Make A Jazz Noise Here. Outros CD's,
todos duplos, exploram fases mais antigas de sua carreira, como
Playground Psychotic, contendo a fase com a dupla Mark Volman e Howard
Kaylan, como também Ahead Of Their Time, oferecendo uma apresentação do
Mothers of Invention no Albert Hall em 1968.
Seu último disco vivo
foi o CD de música de câmara, The Yellow Shark, realizado graças ao
grupo alemão chamado The Ensemble Modern. Zappa que já tinha
praticamente desistido de gravar um trabalho mais erudito, dado a
dificuldade em conseguir uma grande quantidade de músicos a estudar
obsessivamente as partituras e os fundos que estes ensaios, nem sempre
produtivos custam, teve com o Ensemble Modern, a grata surpresa e prazer
de encontrar um grupo de músicos totalmente dedicados a sua música.
O material estreou em 1992, durante uma feira cultural em Berlim, na Alemanha, onde Frank Zappa
assistiu a primeira de uma serie de apresentações. Se sentindo mal,
voltou imediatamente para California. Lá, ele editou, mixou e lançou o
disco.
Frank Zappa veio a falecer pouco depois, no dia 4 de
dezembro de 1993 em sua residência em Canoga Park, Califórnia. Ele deixa
uma viuva, Gail Zappa e quatro filhos, Moon Unit, Dweezil, Ahmit e Diva
Zappa. Deixa também quase prontos dois álbuns. O primeiro foi lançado
no primeiro aniversário de morte, chamando-se Civilization - Phase III,
uma espécie de seqüência de Lumpy Gravy, utilizando gravações de falas e
temas tocado no Synclavier. Depois, seria lançado pela família Lost
Episodes, oferecendo material gravados entre 1962 e 1969.
A
família Zappa funda The Zappa Family Trust que cuida de todo o espólio
do artista e periodicamente lança um CD novo. Geralmente o material
consiste em coletâneas ocasionalmente oferecendo algumas faixas com
versões alternativas para poder também atrair o interesse do fã
fervoroso. Para estes, as opções mais interessantes são os CD's Mystery
Disc e Cucamonga, totalmente dedicados a oferecer gravações obscuras do
artista.
Em 11 de Maio de 1980, foi descoberto pelo astrônomo
tcheco, L. Brozek, um pequeno planeta entre Marte e Jupiter. O planeta
tem um curso elíptico que dura aproximadamente quatro anos e oito meses,
em tempo terreno, para dar uma volta completa pelo sol. A ele foi dado o
número oficial de 3834. Surgiu então a idéia de um professor italianos a
batizar a pedra sideral com um nome que homenageia Frank Zappa.
Depois de um ano de campanha, e esforços combinados, que incluiram
correspondência maciça pela internet por parte de fãs, como também uma
carta de bons votos do Diretor de Política Externa da Tchecoslováquia
Dr. Pavel Seifter, escrito em nome do chefe de estado daquela nação,
Presidente Vaclav Havel, e do oportuno apoio de Dr. Brain Marsden do
Minor Planet Center (Centro de Planetas Menores), uma ramificação do
Smithsonian Astrophysical Observatory (Observatório Smithsonian de
Astrofísica), que levou a proposta para a instituição competente, a
International Astronomical Union (União Astronômica Internacional). Foi
oficialmente homologado o nome do planeta para (3834) Zappafrank no dia
22 de Julho de 1994.
Com a noticia de que Frank Zappa
havia se tornado nome de um pequeno planeta dentro do nosso sistema
solar, outro professor, Dr. Bob Belas, assistente no Sensory
Transduction Center of Marine Biotechnology, que faz parte do Instituto
de Biotecnologia da Universidade de Maryland, situado em Baltimore,
cidade onde Frank Zappa
havia nascido, identificou um gen dentro de uma bacteria Proteus que
libera uma enzima "IgA Protease." Esta enzima está sendo extra
oficialmente batizada de zapA. Faltam ainda os trâmites legais para o
nome ser oficial. Tendo agora um planeta homenageando Frank Zappa,
conhecendo o seu senso de humor tão especial, podemos procurar um novo
significado em seus dois títulos, "Cosmic Debris" (74) e "Help!, I'm A
Rock" (66).