Naki
era um grande cirurgião. Foi ele quem retirou do corpo da doadora o
coração transplantado para o peito de Louis Washkanky em dezembro de
1967, na cidade do Cabo, na África do Sul, na primeira operação de
transplante cardíaco humano bem-sucedida.
O transplante de coração é um trabalho delicadíssimo. O coração doado tem de ser retirado e preservado com o máximo de cuidado. Naki era talvez o homem mais importante na equipe que fez aquele que foi o primeiro transplante cardíaco da história. Mas ele não podia aparecer porque era negro no país do apartheid.
O cirurgião-chefe do grupo, o doutor Christiaan Barnard (este todos conhecem), tornou-se uma celebridade instantânea. Mas Hamilton Naki não pode nem sair nas fotografias da equipe e quando, por descuido de um fotógrafo desavisado, apareceu numa, o hospital informou que se tratava do faxineiro do prédio. Naki usava jaleco branco e máscara, mas jamais estudara medicina ou cirurgia.
Ele foi obrigado a largar a escola aos 14 anos para trabalhar, mas procurou ficar próximo aquilo que era o seu sonho, a medicina. Conseguiu então um emprego para cuidar do chiqueiro e logo depois de jardineiro na Escola de Medicina da Cidade do Cabo. Como era muito curioso, aprendia tudo e depressa se tornando o faz-tudo na clínica cirúrgica da escola, onde os futuros médicos treinavam as técnicas de transplante em cães e porcos.
Foi assim que ele aprendeu a cirurgia, assistindo experiências com animais. Tornou-se um cirurgião excepcional, a tal ponto que Barnard requisitou-o para sua equipe. Mas como? Isso era uma quebra das leis sul-africanas. Naki, negro, não podia operar pacientes nem tocar no sangue de brancos. Mas o hospital abriu uma exceção para ele.
Tornou se um famoso e requisitado cirurgião, mas clandestino. Era o melhor no que fazia, dava aulas aos estudantes brancos, mas ganhava salário de técnico de laboratório, o máximo que era permitido por lei pagar a um negro. Vivia num barraco sem luz elétrica nem água corrente, num gueto da periferia.
Hamilton Naki ensinou cirurgia durante 40 anos e aposentou-se com uma pensão de jardineiro, de 275 dólares por mês. Depois que o apartheid acabou, ganhou uma condecoração e um diploma de médico "honoris causa". Nunca reclamou das injustiças que sofreu a vida toda, ao contrário, agradecia sempre por ter podido ajudar a salvar a vida de tanta gente.
Agora você já sabe quem foi esta pessoa excepcional.
Fonte: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=3683
O transplante de coração é um trabalho delicadíssimo. O coração doado tem de ser retirado e preservado com o máximo de cuidado. Naki era talvez o homem mais importante na equipe que fez aquele que foi o primeiro transplante cardíaco da história. Mas ele não podia aparecer porque era negro no país do apartheid.
O cirurgião-chefe do grupo, o doutor Christiaan Barnard (este todos conhecem), tornou-se uma celebridade instantânea. Mas Hamilton Naki não pode nem sair nas fotografias da equipe e quando, por descuido de um fotógrafo desavisado, apareceu numa, o hospital informou que se tratava do faxineiro do prédio. Naki usava jaleco branco e máscara, mas jamais estudara medicina ou cirurgia.
Ele foi obrigado a largar a escola aos 14 anos para trabalhar, mas procurou ficar próximo aquilo que era o seu sonho, a medicina. Conseguiu então um emprego para cuidar do chiqueiro e logo depois de jardineiro na Escola de Medicina da Cidade do Cabo. Como era muito curioso, aprendia tudo e depressa se tornando o faz-tudo na clínica cirúrgica da escola, onde os futuros médicos treinavam as técnicas de transplante em cães e porcos.
Foi assim que ele aprendeu a cirurgia, assistindo experiências com animais. Tornou-se um cirurgião excepcional, a tal ponto que Barnard requisitou-o para sua equipe. Mas como? Isso era uma quebra das leis sul-africanas. Naki, negro, não podia operar pacientes nem tocar no sangue de brancos. Mas o hospital abriu uma exceção para ele.
Tornou se um famoso e requisitado cirurgião, mas clandestino. Era o melhor no que fazia, dava aulas aos estudantes brancos, mas ganhava salário de técnico de laboratório, o máximo que era permitido por lei pagar a um negro. Vivia num barraco sem luz elétrica nem água corrente, num gueto da periferia.
Hamilton Naki ensinou cirurgia durante 40 anos e aposentou-se com uma pensão de jardineiro, de 275 dólares por mês. Depois que o apartheid acabou, ganhou uma condecoração e um diploma de médico "honoris causa". Nunca reclamou das injustiças que sofreu a vida toda, ao contrário, agradecia sempre por ter podido ajudar a salvar a vida de tanta gente.
Agora você já sabe quem foi esta pessoa excepcional.
Fonte: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=3683
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