PLACES
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
HORÓSCOPO
por Zé da Silva
Gemeos
Vestiu branco e foi para o bueiro. Não esperou o sinal. Arrancou a 
tampa e pulou. Estava de salto alto. Quebrou os dois. Um rato mostrou os
 dentes, mas estava espetado. Azar dele. Ela seguiu em frente. 
Acocorada. O cheiro era insuportável. Mas tinha sonhado a vida toda com 
isso. Desde que viu o filme. Com aquela que depois cantou para o 
presidente, casou com jogador de beisebol, dramaturgo e morreu sozinha. 
Não queria isso. Morrer sozinha naquela vila de subúrbio. O vestido 
alugou com cheque sem fundo. Pintou o cabelo sozinha. Ficou mais para 
verde, mas ninguém iria ver. O plano começou na madrugada fria e de 
neblina. Tinha uma lanterna. Percorreu o canal até perder completamente 
as forças. Não sabia onde estava. De repente notou que à sua frente, bem
 distante, havia outra luz. Que se movimentava. Ficou com medo. Aquilo 
parecia o farol de um trem, pois aumentava de intensidade com o passar 
do tempo. Fechou os olhos. Ouviu os passos que chegaram ao seu lado. E 
uma respiração ofegante. Tomou coragem e abriu. Era um homem. Bem 
vestido. De terno escuro, gravata discreta, nó perfeito. Ele 
estendeu-lhe a mão. Ela notou um relógio clássico. Parecia ouro. “Vim te
 buscar”, ele disse. Ela foi. Mais à frente havia uma escada. Eles 
subiram. A brisa da manhã limpou a alma dos dois. Ele apontou para um 
carro. Importado. Abriu a porta para ela. Ligou a máquina. Pouco ruído. 
Saiu devagar. Colocou uma música. Sinatra. Strangers in the night. Olhou
 para ela e disse: “Eu sempre tive um sonho”.
Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/2009/08/05/horoscopo-164/
ZUMBIS DO ESPAÇO
Que Venham os Mortos (Ao Vivo no Inferno)
Lançamento: 13th Records
Direção & Produção: Anderson Boscari & Rafael Oriente
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
CHITA
Morre aos 80 anos o chimpanzé Cheetah(Chita), dos filmes de Tarzan
 Johnny Weissmuller, à direita, como Tarzan;
Maureen O'Sullivan, como Jane, e Cheetah, em
cena de 1932. (Foto: Arquivo / AP Photo)
Maureen O'Sullivan, como Jane, e Cheetah, em
cena de 1932. (Foto: Arquivo / AP Photo)
O Santuário de Primatas Suncoast, de Palm Harbor, Flórida, nos Estados 
Unidos, informou nesta terça-feira (27) que morreu aos 80 anos o 
chimpanzé Cheetah, que participou dos filmes de Tarzan da década de 
1930.
Cheetah morreu no último sábado, véspera do Natal (24), de insuficiência renal, informou o portal de internet do Suncoast.
De acordo com entrevista da diretora do santuário, Debbie Cobb, ao 
“Tampa Tribune”, “Cheetah era extrovertido, gostava pintura a dedo e de 
ver as pessoas sorrirem”. Ela disse que o animal “parecia estar em 
sintonia com os sentimentos humanos”.
Cheetah foi parceiro de Tarzan a partir de 1930. Na ocasião, Tarzan era
 interpretado pelo americano e nadador campeão olímpico Johnny 
Weissmuller.
Segundo Debbie Cobb, Cheetah foi parar no santuário por volta de 1960, e estava doente desde 19 de dezembro.
Cheetah morreu aos 80 anos, de insuficiência renal. (Foto: Reprodução / Santuário de Primatas Suncoast)
Comunicado Suncoast:
“É com grande 
tristeza que a comunidade perde um querido amigo e membro da família em 
24 de dezembro de 2011. Cheetah, estrela dos filmes de Tarzan, faleceu 
após falência renal”.
(*) Com informações da agência de notícias Associated Press
HORÓSCOPO
por Zé da Silva
Libra
Depois que abriu a água fria da torneira da pia, viu a minúscula 
lagartixa. Ela começou a rodopiar no movimento da água e ele sentiu um 
prazer sádico naquilo. Abriu mais a torneira, para manter o espetáculo. 
Sabia que, se interrompesse a vazão da água, ela despareceria na 
escuridão do encanamento. Não lembra mais quanto tempo ficou assim. De 
vez em quando se pegava torcendo para que o bichinho alcançasse a louça 
branca e se salvasse. Mas era impossível. Mesmo porque, sempre que ela 
estava perto de colocar uma patinha (patinha?) para tentar escapar do 
tormento, ele girava a torneira e o jato de água aumentava. Por fim, ela
 se foi. Ele nem conseguiu fixar na mente o último instante. No meio da 
noite, acordou aos gritos, dentes trincados. Dizia que um crocodilo do 
Nilo estava comendo seus pés. Levantou. Estava suado. Foi ao banheiro. 
Acendeu a luz. Foi lavar o rosto. Aí, viu. Ela, a lagartixa minúscula 
estava lá. E ele jura que ela riu dele. Ou para ele.
Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/
Fonte: http://jornale.com.br/zebeto/
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
VINCENT PRICE
EGGHEAD
Cabeça 
                          de Ovo (Egghead) - Vincent 
                          Price é um dos maiores atores que já existiram. 
                          Trabalhou em diversos filmes desde que iniciou sua carreira 
                          nos anos 30, começou a se interessar pela carreira de 
                          ator, influenciado por Stanislavsky e pelo Moscow Art 
                          Theater onde teve lições de interpretação. No seriado 
                          de Batman, interpretou um vilão "sui generis" chamado 
                          de Cabeça de Ovo, onde todos os seus truques e armadilhas 
                          usavam ovos como explosivos. 
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
FRANK VINCENT ZAPPA
Sempre um 
menino atirado, chegou a pedir aos pais, como presente de aniversário, a
 permissão para fazer uma ligação interurbana para Nova York para poder 
conversar com o mestre. Zappa era ainda um adolescente no científico 
quando falou com a senhora Varese, Edgar estando em viagem pela Europa. Frank Zappa
 acabaria nunca conhecendo pessoalmente o mestre, mas faria constantes 
referências a sua música durante a carreira, tornando celebre a frase "O
 compositor moderno se recusa a morrer." pronunciada por Varese em 1921.
Nascido
 Frank (e não Francis) Vincent Zappa, em Baltimore, no dia 21 de 
dezembro de 1940, mas crescendo e vivendo toda sua vida na California, 
nos arredores de Los Angeles, Frank Zappa,
 ainda adolescente, conhece e faz amizade com Don Vliet. Juntos formam 
algumas bandas como the Omens e the Soots, tocando o material r&b de
 costume. Tocou também em bandas multirraciais, coisa difícil e 
inaceitável para a época. Durante a faculdade, atuou como tocador de 
bumbo na banda oficial do time de futebol americano da universidade, até
 ser expulso por ser pego fumando com o uniforme da banda. Cigarros e 
café, por toda sua vida, se mostraram ser seus dois maiores vícios 
depois da música.
Após a faculdade, no final da década de 50, 
casou e investiu seus talentos em uma firma de cartões para todas as 
ocasiões, escrevendo seus dizeres. A frustração do seu meio de vida, 
acoplado ao relacionamento insosso dentro do casamento, o leva ao 
divorcio. Abandonando as duas frentes, conseguiu através do contato de 
um ex-professor, um contrato para compor a trilha sonora para um filme 
B. Algumas músicas desta trilha reapareceriam em discos futuros de sua 
carreira, como por exemplo, a canção "Duke Of Prunes." Com o dinheiro de
 "Run Home Slow", titulo do filme, Zappa compra uma guitarra e um 
pequeno estúdio de gravação à beira da falência em Cucamonga, que batiza
 de Studio Z. Nele Zappa passaria a morar e trabalhar exclusivamente com
 música.
Para se sustentar tocava em diversas bandas de fim de 
semana, como também gravava e compunha material para diversos artistas 
da região, de menor ou nenhuma expressão. A sua banda mais constante, 
mesmo que com uma formação em constante mutação, é The Blackouts, com 
quem toca por quase quatro anos.
Um dia ele recebe a incumbência 
de fazer uma gravação "picante" com insinuações sexuais, supostamente 
para alegrar uma festa.Com a ajuda de uma amiga, que ele apelidou de 
Suzy Creamcheese, eles fizeram alguns barulhinhos com um colchão de mola
 e soltaram gemidos e risadas e no dia seguinte, entregou a fita para o 
seu cliente esperando a recompensa financeira combinada. Acontece que o 
cliente era um policial disfarçado e Zappa foi preso em flagrante por 
confeccionar material pornográfico. Passou alguns dias na cadeia antes 
de seu pai chegar de Baltimore para pagar sua fiança e poder liberá-lo. 
De positivo, como ex-detento, Frank Zappa não poderá mais, segundo a lei, ser convocado as forças armadas, perdendo assim a oportunidade de lutar no Vietnã.
Nesta
 fase entre 61/62, Zappa começa a compor uma opera rock chamada "I Was A
 Teenage Malt Shop", projeto que permaneceria inacabado. Nesta mesma 
época, Zappa compra de um estúdio de cinema diversos cenários 
futuristas, que montou no Studio Z. Resolveu então escrever um roteiro 
para uma ficção cientifica, que depois tentaria filmar com a ajuda dos 
amigos. Assim Frank Zappa
 cria para Don Vliet o personagem Captain Beefheart, personagem central 
do filme intitulado "Captain Beefheart vs. The Grunt People". O termo 
Beefheart sendo inspirado no tio de Vliet que curiosamente usava esta 
expressão para designar seu próprio membro. Don Vliet assumiria a partir
 de então o nome Captain Beefheart para o resto de sua carreira 
artística.
Ainda em 1962, Zappa recebe um segundo convite para 
fazer uma trilha sonora para outro filme, "The World's Greatest Sinner",
 hoje relegado à controvertida glória de filme cult. Zappa, morando no 
estúdio, passa a ser um maníaco por gravações, se tornando um ás na arte
 de corte (com o uso de uma gilete) e edição. Com a ajuda de um técnico,
 ele transforma o estúdio em três, e depois cinco canais, se 
especializando também na técnica de overdub. Isto, quando a industria 
sequer tinha ainda instalado a máquina de quatro canais e a gravação 
estéreo como padrão de mercado.
Conhece, se apaixona, e quase de 
imediato, casa com Gail Zappa, sua companheira para o resto da vida. 
Logo ela estaria dando luz à primeira filha do casal, Moon Unit Zappa. 
Sempre tendo grande interesse voltado para som percussivo, arranja uma 
apresentação musical utilizando uma bicicleta como instrumento, 
conseguindo com a curiosidade, uma aparição no programa de televisão 
"The Steve Allen Show" em 1963. 
No ano seguinte foi convidado 
pelo amigo Ray Collins a substituir o antigo guitarrista de sua banda 
The Soul Giants. A formação incluía Dave Coronado no sax, o mexicano Roy
 Estrada no baixo e Jimmy Carl Black, um autêntico índio Cheyenne, na 
bateria. Coronado acabaria preferindo sair da banda uma vez que Zappa 
convencera todos a tocar suas composições. Zappa assumiria o controle da
 banda e mudaria o nome para the Muthers e depois Mothers. Como golpe 
publicitário, realizam um show de inauguração oficial da banda no dia 
das mães.
Durante sua pior fase financeira, a banda juntava cascos
 de garrafas, levantando assim dinheiro para comprar pão e mortadela 
para ter o que comer nos ensaios. Justamente nesta fase é que Tom 
Wilson, produtor da MGM Records foi convencido a sair do bar Whiskey 
Au-Go-Go onde estava, e atravessar a rua para outro bar, ouvir the 
Mothers, que naquele exato momento estava tocando uma versão de um 
número de r&b, totalmente irrelevante ao material normalmente tocado
 pela banda. Wilson, com pressa, ouviu dois minutos e mandou contratar, 
em um dos maiores golpes de sorte de uma banda na historias do rock.
A gravadora exige que the Mothers mude de nome pois em inglês, um Mother (mãe) se referindo a alguém do sexo
 masculino, é implicitamente associado ao palavrão Motherfucker. A banda
 então aceita a sugestão da gravadora e passa a usar o adendo The 
Mothers of Invention (As Mães da Invenção). Gravado no estúdio da MGM e 
lançado em 1966 pela sua subsidiaria, a Verve Records, o álbum duplo 
"Freak Out!", dá inicio a uma carreira extremamente produtiva, embora na
 época poucos especulariam sobre o tempo de duração da banda ou sua 
demanda comercial. 
O disco une material de doo-wop com música 
eletroacústica, distribuindo igualmente sátira e crítica às composições,
 além de uma complexidade estrutural, apesar de algumas limitações de 
sua banda. Canções como "Go Cry On Somebody Else's Shoulder" e "You're 
Probably Wondering Why I'm Here", demonstram bem este aspecto 
satírico/analítico enquanto apresentado em formato de rock simples e 
doo-wop. Outras peças como "Help! I'm A Rock", "Who Are The Brain 
Police" e "Return Of The Son Of Monster Magnet", exigem uma maior 
aceitação de, como diria o próprio Frank Zappa,
 "coisas que não são normais." O disco passa a ser respeitado como cult 
na Europa, embora com pouca ou nenhuma repercussão positiva nos Estados 
Unidos. Para muitos, Freak Out! é o primeiro disco conceitual do rock e 
por pouco não é o primeiro álbum duplo do rock também.
Seu próximo
 disco, "Absolutely Free", faria outro marco importante para sua imagem 
na Europa como artista intelectual sério. O disco oferece novamente seu 
humor ácido e crítico direcionados a América e sua mentalidade 
industrial onde rege a quantidade sobre a qualidade, criticando também o
 americano comum por aceitar e encorajar esta postura. Assim, na Europa,
 tornam-se clássicos do underground canções como "Plastic People", "Call
 Any Vegetable", "Brown Shoes Don't Make It" e "America Drinks And Goes 
Home."
Seus shows são divertidos e o grosso de seu público passa a
 ser formado cada vez mais por uma minoria estudantil americana. Sua 
persona de "Mestre de Cerimonias" é bem ao estilo dos anos 50, uma arte 
ao seu ver em extinção. Trata sua audiência paternalmente, "Good night 
boys and girls", ao mesmo tempo que deixa acesso livre para a plateia 
participar do show, subindo no palco e interagindo com a banda em mini 
peças teatrais, que compõe boa parte de sua apresentação ao vivo. Sua 
capacidade de dominar uma audiência e manter este controle sobre eles, é
 impar. Sua música flutua entre doo-wop, free jazz, r&b, música de 
câmara e eletroacústica. Suas composições, principalmente suas 
partituras percussivas, tem em si grandes doses da influência de Varese.
 
Aos poucos, além de engraçados e divertidos para o público 
assistir, seus shows começam a atrair outros músicos a quererem se 
afiliar a banda. Vão entrando e compondo as diversas formações dos 
Mothers of Invention músicos desconhecidos como Elliot Ingber, Billy 
Mundi, os irmãos Bunk e Buzz Gardner, Don Preston e possivelmente o mais
 talentoso destes, Ian Underwood, bacharel em piano e exímio 
saxofonista.
Em 1967, aproveitando uma temporada da banda em Nova 
York, Zappa assina um contrato com a Columbia Records, gravando uma 
serie de composições com a orquestra da gravadora. Zappa alegaria depois
 que ele acreditava que seu contrato com a MGM como membro dos Mothers 
of Invention, não o impediria de ter outro contrato com outra gravadora 
sob seu nome pessoal. Evidentemente que a MGM travou a fita e uma vez o 
equívoco fosse resolvido entre as duas gravadoras e o artista, Zappa 
usaria este material mixando também material experimental que inclui 
conversações, lançando tudo com o curioso nome de "Lumpy Gravy".
Outro
 disco marco de sua carreira seria o álbum "We're Only In It For The 
Money", um disco analítico da América, mormente da costa oeste, no ano 
de 1967. O disco questiona o movimento Flower Power, como também 
satiriza o hippie de ocasião e todo o movimento de San Francisco, então 
no seu auge. Acusa a tradicional usurpação de idéias "alternativas" pela
 industria tornando-as em produtos para consumo de massa. Esta 
observação fica clara quando Zappa utiliza o layout do disco Sgt 
Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles para fazer uma paródia. 
O
 disco é proibido de ser lançado com a capa original, por estar 
infringindo direitos de criação e o processo atrasa em quase um ano o 
lançamento. Zappa inverte as capas, utilizando então a capa de dentro 
como capa externa e vice versa, conseguindo assim driblar a acusação, e o
 disco chega às lojas em 1968.
O ano de 1968 foi em si um ano 
marcado pela política e lutas estudantis ao redor do mundo. Na 
Tchecoslováquia, jovens usariam a canção "Plastic People", do álbum 
Absolutely Free, como hino de protesto durante as manifestações em 
Praga. Atitudes similares aconteceriam na Polônia. Na América, a 
controvérsia da capa de We're Only In It For The Money como também sua 
crescente popularidade na Europa, chama a atenção da crítica americana 
para a banda; muitos ainda não entendendo o material. Zappa continua 
sendo completamente ignorado pela mídia e grande público, mas respeitado
 entre ouvidos mais treinados e exigentes.
Grava então sua ode 
para o doo-wop, estilo muito popular antes da Beatlemania, que é o disco
 "Cruising with Ruben & the Jets". Paralelamente, posa sentado de 
calça arreada, sobre uma privada, para um poster publicitário. Com isto,
 Frank Zappa
 passa a ser um nome que todo mundo ouviu falar mais quase ninguém 
realmente ouviu. Por conseguinte, muitas coisas ditas a seu respeito são
 falsas. Entre as mentiras mais famosas, existe um de que Frank Zappa havia comida cocô no palco em um dos seus shows. Ele passaria boa parte de sua vida negando tal feito. 
Durante
 o período entre 1967 e 1969, Zappa tem aproveitado cada oportunidade 
para escrever uma vasta gama de material de música de câmara. Diferente 
da maioria dos músicos que conhecemos, Zappa não compõe utilizando um 
piano ou violão. Ele compõe música usando apenas a caneta e o papel. 
Elas nascem em forma de partituras para depois algum dia serem 
efetivamente executadas por músicos.
Zappa organiza então este 
material mais recente, arranjando-o para uma trilha sonora, e aproveita 
para escrever o roteiro para um filme de monstro, tipicamente B (tão 
comum após a Segunda Guerra) que ele batiza de "Uncle Meat". Sem 
conseguir os devidos fundos, apenas parte do material musical seria 
lançado em seu álbum duplo, "Uncle Meat" de 1969. Levaria outros dois 
anos para conseguir colocar a maior parte da trilha, desta vez em outro 
filme escrito por ele, já com outro roteiro e concepção, agora chamado, 
"200 Motels" (1971).
Entre 1968 e 1969, a MGM/Verve andava mal das
 pernas, e Zappa funda sua própria gravadora, a Bizarre Records. 
Paralelamente vários membros dos Mothers of Invention são substituídos. 
Zappa e Ian Underwood gravam então um dos discos mais queridos de sua 
discografia: "Hot Rats". Nele há a participação de um jovem violonista 
francês chamado Jean Luc Ponty. Frank Zappa,
 ainda viria a produzir o primeiro disco de Ponty, intitulado "King 
Kong", com Ponty interpretando composições do próprio Zappa, várias 
ainda inéditas até então. 
"Hot Rats" também oferece a colaboração
 de Captain Beefheart e traz à tona o violonista Sugar Cane Harris, 
tocando violino elétrico pela primeira vez. Harris voltaria a participar
 de seu próximo e ultimo disco com os Mothers of Invention, "Burnt Weeny
 Sandwich".
Zappa também contrata para a Bizzare Records uma banda com um nome único, Alice Cooper,
 os aconselhando apenas a mudar de visual, então excessivamente normal. 
Entre outras bandas a fazerem parte do novo selo, sendo gravados, 
produzidos ou orientados por Frank Zappa,
 estão Tim Buckley, Captain Beefheart & His Magic Band, a dupla Judy
 Henske & Jerry Yester (ex- Lovin' Spoonful), Tim Dawn, Wild Man 
Fisher e The GTO's. Nem todos marcaram a indústria.
Em 1970, a 
banda Mothers of Invention seria desfeita para retornar alguns meses 
depois com outra formação, agora sendo tratados apenas como the Mothers.
 Neste período de transição Zappa lança "Weasels Ripped My Flesh", uma 
coletânea de material ainda inédito de várias fases da banda. Da ultima 
formação dos Mothers, permanecem Ian Underwood e Don Preston. Zappa 
encontra e contrata Jeff Simmons para o baixo, e um pianista achado em 
um barzinho de Los Angeles, chamado George Duke. Duke iria depois seguir
 uma carreira de muito sucesso na década de setenta, mormente seus 
trabalhos com Stanley Clark. Soma-se então ao grupo a dupla de vocalista
 da banda the Turtles, Mark Volman e Howard Kaylan, como também o 
ex-baterista do John Mayall's Bluesbreakers, Ansley Dunbar. 
Por 
limitações financeiras Zappa é obrigado a vender a Bizarre Records e 
todo o seu catalogo para a Warner Brothers, que mantém o selo da Bizarre
 apenas para os discos dos Mothers, agora Bizarre/Reprise. Os demais 
artistas que permaneceram com a Warner foram repassados para sua 
subsidiaria Reprise Records. Musicalmente, o período entre 1970 e 1972 
encontraria Zappa fazendo um maior uso de piadas picantes e contando 
longas histórias com intervenções musicais e trilha sonora, aproveitando
 bem a força de locução da dupla Volman e Kaylan, que passam a ser 
apelidados de Flo & Eddie. Sua intenção é de tentar fazer suas 
composições mais complexas, um pouco mais acessíveis para um público 
jovem e pouco intelectualizado. Deste período, Zappa lança "Mothers Live
 Fillmore East: June 1971", "200 Motels" (The Mothers + A Orquestra 
Filarmônica de Londres) e "Just Another Band From L.A.".
Durante a
 sua excursão Européia no final do ano, a má sorte lhe causa inúmeros 
prejuízos. Primeiro, em Montreux, um incêndio causado por alguém da 
plateia soltando um rojão, queima o teatro onde a banda estava tocando, 
causando a perda de todo o teatro e, evidentemente, do equipamento da 
banda que lá estava. Este incidente ficaria famoso nos versos da música 
"Smoke On The Water" da banda Deep Purple.
 Tiveram que alugar equipamentos para o restante da excursão. Pouco 
depois, durante outra apresentação, alguém cismado que a namorada estava
 mais interessada em Zappa, consegue subir no palco. O rapaz se aproxima
 de Zappa enquanto este estava concentrado em meio a um solo de 
guitarra, e empurra o músico para dentro do fosso da orquestra. Pego de 
surpresa, Zappa cai de mau jeito, sobre o pescoço (o que mudaria sua voz
 para uma região mais grave) e quebra a perna, tendo que ser 
hospitalizado. O restante da excursão foi cancelada e a banda 
desintegrou.
Zappa então passa a escrever incessantemente material
 orquestral. Monta uma banda com um naipe colossal de sopros, reunindo 
os melhores músicos de estúdio de Los Angeles, e faz uma pequena série 
de apresentações pelos Estados Unidos. Apesar do prazer profissional, o 
capricho estava saindo demasiadamente caro para manter e a banda teve 
que ser desfeita. Apenas um número menor de músicos foram mantidos. 
Deste período, Zappa grava e lança os discos "Waka Jawaka" e "The Grand 
Wazoo".
A partir de 1973, Zappa já não é mais visto pela critica 
especializada como um aloprado e sim como um músico sério, mesmo que 
excêntrico. Sua fama de carrasco se espalha, obrigando seus músicos a 
estudar e estudar e estudar, para conseguir executar material de alto 
nível de dificuldade. Para isto, antes de levar uma banda para a 
estrada, Zappa passa dois meses ensaiando seis dias por semana, com um 
mínimo de seis horas, chegando as vezes a dez horas por dia. Quem não se
 enquadra é despedido. Outra curiosidade em relação a sua fama de 
organizador é que nenhum músico pode subir no palco intoxicado. Zappa é 
claro quando diz que não se interessa pelo comportamento de ninguém na 
vida particular, mas a sua música já é difícil o suficiente estando 
sóbrio. Quem for pego "doidão" antes de entrar em cena é sumariamente 
despedido, seja ensaio ou show.
Ele enterra de vez seu selo 
Bizarre e lança seus discos agora sob o selo DiscReet/Straight Records, 
sua filial dentro da Warner Brothers. Reúne o melhor de suas bandas 
anteriores como o casal Ian e Ruth Underwood, George Duke, Jean-Luc 
Ponty e Sal Marquez. Também traz novos membros: Ralph Humphrey e os 
irmãos Bruce e Tom Fowler. O resultado é um dos seus discos mais 
populares entre o público jovem de 1973, chamado apropriadamente de 
"Over Nite Sensation". Canções como "Dinah-Moe Hum", "Montana" e 
"Camarillo Brillo" serão preferidas entre as rádios universitárias e 
rádios FM da época.
Zappa segue compondo material cada vez mais 
jazzista e que desafia cada vez mais os músicos de sua banda. Entre 1973
 e 1975 além dos já mencionados, ele tocaria com Jack Bruce, Jim Gordon,
 Jeff Simmons, Napolean Murphey Brock, Chester Thompson, Don Preston, 
Tony Duran, Sugar Cane Harris, Walt Fowler, Denny Walley e o velho 
bluseiro, Johnny 'Guitar' Watson. Os discos "Aposterphe(')", "Roxy And 
Elsewhere" e "One Size Fits All" lhe rendem respeito igualmente dentro 
da comunidade jazzista e roqueira.
Em 1976, Zappa, desanimado com 
seu contrato com a Warner, é informado que está devendo seis álbuns 
antes de poder considerar seus compromissos com a gravadora como 
concluídos. Ele desmonta sua banda, nunca mais usando o nome Mothers. 
Passa praticamente o ano no estúdio e quando excursiona, o faz com um 
pequeno quarteto, que inclui Terry Bozzio, Napoleon Murphey Brock, Roy 
Estrada e André Lewis.
No estúdio, grava e produz uma serie de 
composições que engloba desde o âmbito mais jazzista até o puro 
orquestral. Entre estas gravações, também monta rapidamente um disco 
onde toca praticamente todos os instrumentos. O disco, chamado "Zoot Allures", teria na capa, a formação de sua próxima banda.
Com
 Terry Bozzio na bateria, Patrick O'Hearn no baixo e Eddie Jobson nos 
teclados, somados ao cantor Ray White, a percussionista Ruth Underwood, e
 mais o naipe de sopros do SNL, Zappa passa a semana de Natal e Ano Novo
 tocando em Nova York, rendendo inclusive uma passagem no prestigioso 
programa Saturday Night Live.
Zappa monta então para 1977 uma 
caixa de cinco discos chamado "Läther" e o entrega para a Warner, 
considerando assim, seu contrato com a gravadora devidamente encerrado. 
Ele pede então a devolução de todos os rolos de fita masters de todos o 
seu catalogo de discos. A Warner porém recusa-se a lançar a caixa, 
considerando o formato excessivamente anti-comercial. A gravadora também
 informa ao artista que todo seu catalogo pertence à gravadora e não a 
ele. Dá-se inicio a uma disputa judicial entre Frank Zappa
 e a Warner Brothers que só seria vencido pelo artista em 1979. Neste 
interim a Warner lança aos pingos boa parte do material contido em 
Läther em quatro álbuns separados. São eles, "Zappa In New York" (2LP), 
"Sleep Dirt", "Studio Tan" e "Orchestral Favorites".
Zappa 
excursiona durante os anos de 1977 e 1978 com o que muitos consideram 
sua banda mais pesada. Além dos já citados Terry Bozzio e Patrick 
O'Hearn, estão Ed Mann nas percussões; uma dupla de tecladistas, o 
austríaco Peter Wolf e o nicaragüense Tommy Mars; Roy Estrada nos vocais
 e por último, um guitarrista que Zappa encontrou em um barzinho de 
quinta categoria perdido no Texas. O rapaz é ninguém menos do que Adrian
 Belew. 
Enquanto seu processo com a Warner corre, ele monta sua 
própria gravadora, a Zappa Records. Sua gravadora fecha contrato de 
distribuição com a CBS Records e tem como seu primeiro produto no 
mercado o álbum "Sheik Yerbouti", seguido pelos dois LP's "Joe's Garage -
 Act I" e "Joe's Garage Act II & III", com um elenco que inclui o 
guitarrista novato Warren Cucurullo, o baterista Vinnie Colaiuta, o 
baixista Arthur Barrow e o vocalista Ike Willis. Zappa, em dezembro, 
terminaria o ano lançando o filme "Baby Snakes", que mostra os melhores 
momentos de sua já tradicional temporada de Halloween em Nova York do 
ano anterior. 
Uma vez ganha a disputa judicial com a Warner 
Brothers, Zappa retoma posse de todas as fitas mestres do seus discos 
anteriores. Investe seu dinheiro em um pequeno complexo de estúdios 
batizado curiosamente de The Utility Muffin Research Kitchen e seu 
estúdio No.1 de Joe's Garage. O complexo inclui também um escritório que
 cuida de mercadoria a ser vendida para o público via correspondência. 
Este setor de sua empresa é, em si, uma empresa à parte, chamada Barfko 
Swill, dirigida e comandada por Gail Zappa, sua esposa. Zappa encosta a 
Zappa Records e seu contrato deficitário com a CBS e cria outro selo, o 
Barking Pumkin Records.
Lança então três LP's só de solos de 
guitarras, pensando em um público específico de guitarristas, e 
possivelmente outros estudantes de música. FZ não crê, a princípio, que 
vá ter uma grande procura. Engano seu. Estes discos não são encontrados 
em lojas, sendo adquiridos nos Estados Unidos apenas através de 
correspondência. São eles "Shut Up N' Play Yer Guitar", "Shut Up N' Play
 Yer Guitar Some More" e "The Return Of The Son Of Shut Up N' Play Yer 
Guitar". Para a Europa, ele permite o lançamento em lojas dos três 
discos em formato de caixa tripla. Este formato se mostra extremamente 
popular e começaria a ser importado para os Estados Unidos.
Assim 
sendo, em 1981 Zappa lança a caixa tripla também na América no mesmo dia
 que seu mais novo álbum duplo, "Tinseltown Rebellion" de gravações ao 
vivo realizadas no inicio do ano. A banda basicamente é a mesma, porém 
com duas modificações e duas adições. A soma de mais um tecladista, Bob 
Harris que já tocara com Zappa em 1971 e 1972, além da volta do cantor 
Ray White; na bateria, o estreante David Logemann e na guitarra, um 
rapaz recém saído da faculdade chamado Steve Vai que continuaria com Zappa até 1984 seguindo então para fama mundial como um dos mais hábeis guitarristas vivos. 
Ainda
 em 1981, Zappa lançaria outro álbum duplo de material de estúdio 
chamado "You Are What You Is". A temática do disco seguiria com pesadas 
críticas à proliferação de programas televisivos regidos por pastores 
evangelistas. Zappa questiona abertamente as fortunas que estas igrejas 
repentinas levantam, sem precisarem pagar impostos. Canções que abrangem
 estes temas são "The Meek Shall Inherit Nothing" (O Humilde Não Herdará
 Nada) e "Heavenly Bank Account" (Sagrada Conta Bancaria). 
Outro 
assunto que passaria a freqüentar este e os próximos discos do Zappa é o
 uso excessivo de cocaína pela sociedade moderna. A canção "You Are What
 You Is" teria seu video clip banido pela MTV por mostrar um sósia do 
então presidente Ronald Reagan sentando na cadeira elétrica e sendo 
executado por um negro. Reagan, como alguns já devem ter esquecido, 
enquanto governador da California no final da década de sessenta, foi 
acusado de ter pertencido quando jovem, ao grupo racista conhecido como 
Klu Klux Klan. 
Em 1982, Zappa conheceria seu primeiro Top 10 hit 
com a canção "Valley Girl". A canção basicamente consiste em uma bateria
 (Chad Wackerman), um baixo (Scott Thunes) e a voz de sua filha Moon 
Unit Zappa recitando uma história sobre uma adolescente da região do San
 Fernando Valley. A intonação típica da região é na voz de Moon 
ironizada, ela criando no processo, alguns termos que se tornarão gíria 
em todo o país, graças ao sucesso da canção. O estilo "Geração Valley" 
seria tão popular, que até hoje é imitada por personagens adolescentes 
como no filme "As Patricinhas" ou o desenho "South Park".
A 
imprensa começa a tratá-lo como gênio incompreendido. Sua vitória contra
 a poderosa gravadora Warner Brothers em 1979 lhe dá mais respeito entre
 uma maior gama de artistas. Com o seu vasto catálogo de discos, suas 
bandas, um celeiro de talentos, e agora dono de sua própria empresa, o 
termo sucesso é constantemente aplicado para definí-lo. Nunca Frank Zappa
 esteve tão respeitado pela critica especializada, e, assim sendo, passa
 a freqüentar as capas das melhores revistas sobre música do mundo. 
Zappa
 segue o restante da primeira metade da década de 1980 excursionando e 
produzindo discos de complexidade musical e relativa variedade temática.
 Destes, possivelmente o melhor seja o "Them Or Us", primeiro a conter 
uma participação de seu filho, Dweezil Zappa.
Em destaque fica 
também o disco "LSO Vol.1", disco lançado pelo selo Zappa Records que 
contém a Orquestra Sinfônica de Londres tocando material inédito do 
compositor. O Vol.2 sairia em 1987. Agora com um contrato de 
distribuição com a EMI, o selo arranja para que Zappa trabalhe com 
Pierre Boulez, resultando no LP "A Perfect Stranger". 
Zappa 
também investe no ramo de vídeos, abrindo sua firma Honker Videos, o 
logo sendo o formato de seu nariz protuberante. Com a Honker, Zappa 
passa a controlar lançamentos de suas apresentações, como também 
relançamentos de seus primeiros filmes. Entram assim no mercado sete 
títulos diferentes, de material antigo embora inédito, como "Uncle 
Meat", até coisas mais recentes como "Does Humour Belong In Music?" que 
contém uma parte da apresentação de sua banda em Nova York em 1984.
Para aumentar ainda mais a variedade de gêneros e estilos na sua discografia, Frank Zappa
 descobre a existência de um músico italiano barroco chamado Francesco 
Zappa. Sua pesquisa o leva a encontrar uma série de partituras deste 
obscuro músico e a coincidência do nome o leva a gravar este material, 
utilizando um instrumento recém lançado no mercado, o Synclavier.
Com
 uma ação levantada por um grupo de senhoras, esposas de senadores, que 
vão ao congresso pedir que se estude uma maneira eficaz de censura para músicas consideradas obscenas, Frank Zappa
 é um dos primeiros a gritar contra. Ele faz campanha defendendo a 
primeira emenda da constituição que declara a liberdade de expressão. O 
processo segue durante o curso do ano de 1986 e acaba com uma legislação
 que não censura
 o material artístico a ser lançado, mas cria a obrigação por parte das 
gravadoras, a terem que colocar um adesivo avisando que o material 
contido na obra pode ter linguagem considerada agressiva para o 
consumidor.
Em meio a este debate público na América, Zappa lança o
 disco "Frank Zappa Meets The Mothers Of Prevention", que explora o 
assunto com o tema "Porn Wars". O material mistura composições no 
Synclavier com algumas com banda "viva". Ciente do nível de dificuldade 
de suas composições e a dedicação exigida para músicos poderem 
executá-las corretamente, Zappa vê no Synclavier sua chance para 
conquistar uma liberdade como compositor. Agora ele não é mais limitado a
 escrever música que seja humanamente possível tocar. A máquina pode 
executar a canção em tempos humanamente impossíveis se ele puder 
escrever para isso. Zappa então declara para o espanto de muitos, sua 
intenção de abandonar a guitarra e não mais excursionar com banda, se 
dedicando exclusivamente a composições com o Synclavier. O primeiro de 
tais trabalhos é o disco "Jazz From Hell" que receberia seu primeiro e 
único Grammy.
O ano de 1987 é dedicado ao relançamento em vinil de
 todo seu antigo catalogo da Verve e Bizarre, agora pelo selo Barking 
Pumpkin, no que foi chamado de "The Old Masters Box 1, 2 e 3". Ele 
aproveita para lançar uma fita cassete para uma edição especial da 
revista Guitar World recheada de solos ainda inéditos, chamada "The 
Guitar World According To Frank Zappa".
Curiosamente em 1988 ele 
volta atrás e resolve excursionar novamente. Monta uma banda contendo 
uma grande quantidade de sopros, recurso ausente em suas bandas desde 
1976 e excursiona Europa. Durante a metade da excursão americana dores 
obrigam ao cancelamento do tour. Levaria outros quatro anos até ele se 
pronunciar publicamente como tendo câncer na próstata. Um dos primeiros a
 defender a mudança do mercado para gravação digital, fecharia negócios 
com a Rycodisc que passaria a lançar todo o seu catalogo em CD. Zappa 
passaria então a se dedicar a editar e mixar um vasto material guardado 
em seu cofre. Este material seria periodicamente lançado como a série 
"You Can't Do That On Stage Anymore", tendo o volume 6 sua última 
edição. 
Ainda em 1988 lançaria o álbum duplo chamado simplesmente
 de "Guitars", novamente como no projeto "Shut Up N' Play Yer Guitar", 
contendo somente solos. Tira o ano para se candidatar à presidência dos 
Estados Unidos. Em seu discurso oficial para candidatura ele declara, 
"Não conseguiria ser pior do que os que já passaram por lá". Seu último 
lançamento em vinil foi o álbum duplo ao vivo, "Broadway The Hard Way", 
onde a temática continua a debochar das relações de interesse mútuo 
entre políticos e pastores evangélicos.
Em 1989 lança sua biografia, "The Reel Frank Zappa
 Book", como também fecha contrato com a Rhino Records para lançar 
oficialmente todo material incluídos nos seus piratas mais populares. 
Tática sem precedente, a intenção é obviamente vencer o mercado da pirataria
 lançando o mesmo material oficialmente e assim, passar a lucrar com 
estes discos que há anos circulam no mercado. Assim nasce a serie "Beat 
The Boot! Vol. 1 & 2".
Na década de noventa, Zappa lança o 
material da sua última excursão em dois CD's duplos, chamados The Best 
Band You Never Heard In Your Life e Make A Jazz Noise Here. Outros CD's,
 todos duplos, exploram fases mais antigas de sua carreira, como 
Playground Psychotic, contendo a fase com a dupla Mark Volman e Howard 
Kaylan, como também Ahead Of Their Time, oferecendo uma apresentação do 
Mothers of Invention no Albert Hall em 1968.
Seu último disco vivo
 foi o CD de música de câmara, The Yellow Shark, realizado graças ao 
grupo alemão chamado The Ensemble Modern. Zappa que já tinha 
praticamente desistido de gravar um trabalho mais erudito, dado a 
dificuldade em conseguir uma grande quantidade de músicos a estudar 
obsessivamente as partituras e os fundos que estes ensaios, nem sempre 
produtivos custam, teve com o Ensemble Modern, a grata surpresa e prazer
 de encontrar um grupo de músicos totalmente dedicados a sua música. 
O material estreou em 1992, durante uma feira cultural em Berlim, na Alemanha, onde Frank Zappa
 assistiu a primeira de uma serie de apresentações. Se sentindo mal, 
voltou imediatamente para California. Lá, ele editou, mixou e lançou o 
disco.
Frank Zappa veio a falecer pouco depois, no dia 4 de 
dezembro de 1993 em sua residência em Canoga Park, Califórnia. Ele deixa
 uma viuva, Gail Zappa e quatro filhos, Moon Unit, Dweezil, Ahmit e Diva
 Zappa. Deixa também quase prontos dois álbuns. O primeiro foi lançado 
no primeiro aniversário de morte, chamando-se Civilization - Phase III, 
uma espécie de seqüência de Lumpy Gravy, utilizando gravações de falas e
 temas tocado no Synclavier. Depois, seria lançado pela família Lost 
Episodes, oferecendo material gravados entre 1962 e 1969.
A 
família Zappa funda The Zappa Family Trust que cuida de todo o espólio 
do artista e periodicamente lança um CD novo. Geralmente o material 
consiste em coletâneas ocasionalmente oferecendo algumas faixas com 
versões alternativas para poder também atrair o interesse do fã 
fervoroso. Para estes, as opções mais interessantes são os CD's Mystery 
Disc e Cucamonga, totalmente dedicados a oferecer gravações obscuras do 
artista.
Em 11 de Maio de 1980, foi descoberto pelo astrônomo 
tcheco, L. Brozek, um pequeno planeta entre Marte e Jupiter. O planeta 
tem um curso elíptico que dura aproximadamente quatro anos e oito meses,
 em tempo terreno, para dar uma volta completa pelo sol. A ele foi dado o
 número oficial de 3834. Surgiu então a idéia de um professor italianos a
 batizar a pedra sideral com um nome que homenageia Frank Zappa.
 Depois de um ano de campanha, e esforços combinados, que incluiram 
correspondência maciça pela internet por parte de fãs, como também uma 
carta de bons votos do Diretor de Política Externa da Tchecoslováquia 
Dr. Pavel Seifter, escrito em nome do chefe de estado daquela nação, 
Presidente Vaclav Havel, e do oportuno apoio de Dr. Brain Marsden do 
Minor Planet Center (Centro de Planetas Menores), uma ramificação do 
Smithsonian Astrophysical Observatory (Observatório Smithsonian de 
Astrofísica), que levou a proposta para a instituição competente, a 
International Astronomical Union (União Astronômica Internacional). Foi 
oficialmente homologado o nome do planeta para (3834) Zappafrank no dia 
22 de Julho de 1994.
Com a noticia de que Frank Zappa
 havia se tornado nome de um pequeno planeta dentro do nosso sistema 
solar, outro professor, Dr. Bob Belas, assistente no Sensory 
Transduction Center of Marine Biotechnology, que faz parte do Instituto 
de Biotecnologia da Universidade de Maryland, situado em Baltimore, 
cidade onde Frank Zappa
 havia nascido, identificou um gen dentro de uma bacteria Proteus que 
libera uma enzima "IgA Protease." Esta enzima está sendo extra 
oficialmente batizada de zapA. Faltam ainda os trâmites legais para o 
nome ser oficial. Tendo agora um planeta homenageando Frank Zappa,
 conhecendo o seu senso de humor tão especial, podemos procurar um novo 
significado em seus dois títulos, "Cosmic Debris" (74) e "Help!, I'm A 
Rock" (66).
 


















































